Como domar sua sogra

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Acordei nos braços despidos de Zast. E com muita vontade de ir ao banheiro.

Por mais que eu tentasse sair de sua prisão corpórea seus braços não afrouxavam de minha cintura. Até dormindo ele é mais forte que eu? Não é possível. Fiquei alguns minutos tentando me livrar de seus braços até que parecia que minha bexiga iria explodir. O jeito era acordá-lo.

-Zast. Acorda Zast. - Ele não moveu um músculo, então tive que optar por algo mais radical. - SOCORROOO! ME SALVE!! SOU MUITO NOVA PARA MORRER!

Zast acordou num pulo e examinou com o olhar todo o quarto antes de descartar perigo.

-Vape, o que houve? - Perguntou meio grogue de sono.

-Eu preciso ir ao banheiro.

-E....

-E seu braço está me impedindo de me mover! - Exclamei apontando para minha cintura, onde uma corrente braçal me prendia na cama.

-Mas eu não quero que você vá. - Disse, deitando novamente e me levando junto.

-Eu volto, Prometo. - Prometi fazendo biquinho. Ele fingiu que não ouviu. - PELAMORDEDEUS ZAST ME DEIXE IR INFERNO!

Assim que ele me soltou, sai correndo para o banheiro. Quando terminei, escovei os dentes e penteei meu cabelo, que estava para todos os lados. Só quando uma brisa fria entrou pela janela do banheiro eu percebi que estava totalmente pelada.

Quando voltei, Zast ainda estava na cama, aparentemente dormindo. Peguei o suéter do chão, minha calcinha e meu shortinho e os coloquei de volta, antes de entrar novamente na cama com Zast.

-Eu gostava mais quando você estava sem roupa. - Murmurou com a cara no travesseiro.

Antes que eu pudesse responder, ouvimos um choro alto da sala comunal. Me levantei como um raio e corri para fora do quarto, com Zast atrás de mim.

-Zast, acho que você vai querer colocar alguma roupa antes de descer. - Falei por cima dos ombros, não parando de correr. Eu só vi ele parando e voltando para o quarto.

Cheguei na sala comunal e havia uma comoção no centro. Uma parede de pessoas impedia que eu visse o que estava acontecendo.

Comecei a empurrar as pessoas para o lado até chegar na frente. Na minha frente, havia uma menininha de, no máximo, cinco anos se acabando de chorar e três mulheres da alcateia agachadas ao seu lado tentando acalmar a menina.

-O que está acontecendo aqui? - Perguntei para as mulheres. Elas não responderam. - Cade a mãe dela? - Tentei novamente.

-Patrulhando as fronteiras. - Uma das mulheres respondeu.

-Qual é o nome dela?

-Namichi.

-Namichi. - Chamei. Ela me ignorou. -Ei, Nami. - Ao ouvir o apelido, ela tirou as mãos do rosto e revelou olhos vermelhos e inchados. - Posso te chamar assim? Eu sou Vapper, a sua Luna. - Devo admitir que me apresentar como Luna é bem melhor que me apresentar como futura Luna. Mas isso não é importante.

-L-luna? - Gaguejou, com os olhos esbugalhados.

-Vem aqui, vem. - Convidei, abrindo os braços. No começo ela hesitou mas, depois de alguns passos, saiu correndo e abraçou minha vida fora. Eu prontamente retribui o abraço, a levantando no meu colo. Caminhei com ela no meu colo até a cozinha, com a multidão indo atrás para ver o que iria acontecer, não sabia o porquê. Aquele devia ser um simples caso de 'Ela pegou meu brinquedo!' ou 'Quero mamãe!'.

A coloquei na bancada da cozinha e, quando fui soltá-la para pegar biscoito para acalmá-la, algo que eu fazia muito no orfanato em Bezstrashen, ela agarrou meu braço, não querendo que eu me soltasse dela.

VapperOnde histórias criam vida. Descubra agora