TPM

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Âmbar Smith


Quando acordo de manhã, me sinto ate alegre para ir para escola. Faço minha rotina quase saltitante e desço para encontrar minha família na mesa de café da manhã.

- Bom dia! – Falo me sentando.

- Bom dia Âmbs. – Meu vô fala sorrindo. – Temos um baile para ir em duas semanas.

- Você sabe que eu serei a mais linda naquele salão. – Falo sorrindo.

- Você sabe que eu vou deixa-la estonteante. – Luna fala sorrindo. Ela não se importava de eu e Vovô fazemos esses programas já que ela detestava esses jantares formais.

- Eu conto com isso minha meninas. – Vovô sorri enquanto mistura leite em seu café. – Afinal de contas tenho as duas garotas mais lindas de Buenos Aires.

- E as garotas tem que acelerar se não quiserem chegar atrasadas. – Monica, a mãe adotiva de Luna, diz.

Eu e Luna nos apressamos e saímos em direção ao carro que já nos esperava. O caminho ate o Blake é tranqüilo já que era apenas eu e Luna. Vamos conversando amenidades e combinando de irmos escolher o meu vestido para o baile com vovô. Conto para ela sobre Simon e peço segredo. Luna é uma grande fofoqueira e isso nós duas não podemos negar mais ela mais do que ninguém sabia guardar meus segredos.

Desço do carro junto de Luna e nos juntamos a Nina, Emilia e Yam que estão sentadas em um dos bancos externos.

- Aleluia o assunto chegou. – Emilia sorri para mim cínica. – Conta logo o que rolou entre você e o Novato nos sete minutos que vocês ficaram trancados na dispensa?

- Nada. – Me sento. – Ficamos apenas conversando como era uma coisa tosca ficarmos sete minutos trancados em um armário.

- Passa o dinheiro Emilia. – Nina estica a mão e Emilia saca do bolso uma nota de dez e entrega para ela.

- Não acredito que estavam apostando? – Me faço de ofendida e levanto. – Eu vou na biblioteca.

Entro rindo na escola e caminho em direção ao meu armário. Deixo minhas coisas lá e saio carregando apenas o livro que quero devolver para Nat e o meu material para aula. Quando estou cortando caminho pelo jardim, alguém me para.

- Sebastian. – Falo assustada.

- Oi Gatinha. – Ele sorri. – Sentiu saudades?

- Sebastian, eu já falei que o que tínhamos acabou. – Falo cansada daquele assunto. Era difícil ter que continuar terminando com um cara por dois anos. – Eu disse quando estávamos no primeiro ano e agora já estamos no ultimo e você não superou. – Eu o empurro de leve. – Me deixa em paz e segue a sua vida!

- A gente só termina quando eu quiser. – Ele segura meu pulso firme. – A gente precisa terminar aquela nossa conversa.

- Me solta. – Eu peço.

- Âmbar, eu te amo e sou o seu verdadeiro amor. – Sebastian diz.

- Amar não é isso que você está fazendo. – Falo fechando os olhos para não chorar na frente dele. – Amar é ser compreensivo, é querer a felicidade da outra pessoa. Não é machucar, ou fazer o outro chorar. – Ele solta.

- Eu te machuquei né? – Ele me olha abalado. – Eu sou um monstro né?

- Não, Sebastian. – Olho em seus olhos. – Você é alguém que merece encontrar alguém que te ame, só que eu não sou esse alguém.

- Você me perdoa? – Ele me olha.

- Perdoou. – Sorrio. – Agora vai ser feliz.

Eu dou as costas para ele e vejo Simon observando tudo com os punhos cerrados. Passo direto por ele mais sei que ele me segue.

- Ele tentou te machucar? – Ele me pergunta caminhando ao meu lado e eu nego com a cabeça. – Então o que estava acontecendo?

- Estavamos apenas terminando uma coisa. – Olho para ele parando na porta da biblioteca. – Te vejo depois Simon.

Entro na biblioteca e sou recebida pelo silencio.

- Oi Nat – Sorrio colocando o ultimo livro da trilogia nórdica que ela tinha me emprestado no balcão. – Vim apenas devolver.

- Sem levar nada? – Ela me olha curiosa.

- Vou no shopping com Luna hoje e vou acabar comprando alguns livros novos. – Eu sorrio. – Posso prestar atenção na aula hoje. – Pisco para ela. – Te vejo em alguns dias.

Saio para o corredor agitado escutando Nat gritar um "ate". Caminho em direção a sala mais alguém me puxa para uma sala escura.

- O que vocês estavam terminando? – A voz de Simon me faz ficar irritada com o que ele fez. Tiro meu celular do bolso e ligo a laterna iluminando o pequeno quartinho de limpeza.

- Eu não acredito nisso Simon. – Faço indignada. – Virou alguma espécie de amigo desconfiado agora?

- Não, Âmbar... – Eu o interrompo.

- Não gosto que fiquem me controlando e não gosto de ter que ficar dando satisfação para quem não paga as minhas contas.

- Você está parecendo exatamente a garota que eu pensei que fosse falando assim. – Ele diz irritado.

- Então pense, merda! – Solto meu celular no chão e cubro meu rosto com as mãos. – Que merda Simon! Pense o que quiser de mim! Eu não tenho nada a perder mesmo!

Me abaixo para pegar meu celular mais Simon puxa meu braço gentilmente e me envolve em seus braços. Eu apenas o abraço e ele me aperta mais.

- Está tudo bem, Peixinha. – Ele beija minha testa. – Se você não quer contar então não precisa contar. Só fiquei com medo dele tentar te machucar de novo.

- Eu estou bem. – Falo com meu rosto encostado na curva de seu pescoço. – Está tudo bem. É só uma mudança de humor repentina.

- Eu não posso ter te engravidado só de encostar! – Ele se afasta me olhando e eu reviro os olhos.

- Já ouviu falar da Tensão Pré Menstrual? – Pergunto irônica.

- Não. – Ele sorri e eu sei que está apenas testando minha paciência. – Me fale dela.

- Não brinca com fogo Simon. – Ameaço e ele apenas sorri mais.

- Peixinha, você irritada é muito fofo. – Ele me abraça e eu tento o afastar. – Estamos sozinhos então quero o meu beijo de bom dia.

Reviro os olhos enquanto Simon sorri. Quando finalmente ele ia me beijar o sinal toca.

- Temos que ir. – Falo me soltando.

- Ahh não!

Ele reclama e me puxa, me beijando logo em seguida. Não é um beijo de cinema mais um beijo rápido. Saimos do armário e corremos ate a sala de aula pouco antes do segundo sinal bater e o professor entrar na sala. A verdade é que eu não consigo me concentrar em nada e sinto vontade de chorar cada vez que o professor explica algo e eu não consigo entender ou quando não consigo acompanhar tudo o que está na lousa.

Claro, além da desenfreada vontade de tomar refrigerante e comer doce e coisas gordurosas que eu sei que vão me causar espinhas que me deixaram com a minha auto estima mais baixa ainda.

Quando chego em casa, eu me sinto mais desanimada do que nunca então resolvo me trancar na biblioteca e passar o dia ali tentando ler qualquer coisa. Todos batem na porta mais eu não atendo ninguém e rejeito todas as ofertas de comidas que Monica oferece e olha que eu comeria ate comida queimada dela.

Respiro fundo e olho pro teto tentando não chorar mais dessa vez não consigo segurar e choro feito criança.

Maldita TPM!

Prove You WrongOnde histórias criam vida. Descubra agora