Sorrindo

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Simon Alvarez

Tenho certeza que as duas loiras levaram a minha grana a mando da Dona Maçã Fresca mais sei que tudo o que eu posso fazer é levar meus dois estúpidos amigos para longe.

- O que fazem aqui? – Pergunto para os dois patetas que olham em direção para as loiras que nos roubaram. Definitivamente eu iria registrar uma reclamação com o diretor.

- Viemos ver o nosso melhor amigo. – Ramiro diz olhando para mim e depois voltando o olhar para Gastón e Matteo. – Mais já vi que você nos trocou. – Faz um falso choro e eu rio do drama.

- Matteo, Gastón esses são meus velhos amigos Benicio e Ramiro. – Os apresento e eles se cumprimentam. – Enfim, o que vocês realmente vieram fazer aqui?

- Simon, o que temos para te contar não é bom então precisamos que você mantenha a calma. – Benicio me fala tranquilamente. Ele sempre foi o sensato entre nós.

- O que ta acontecendo? – Falo e Ramiro passa as mãos pelo cabelo.

- Emma deixou Yale para voltar para Buenos Aires. – Benicio me diz calmo e eu sinto como se as minhas entranhas estivessem sendo arrancadas. Olho cima de seu ombro e vejo Âmbar se virando para Luna. – Ela pode querer entrar em contato com você.

- Quem é Emma? – Matteo me pergunta.

- Minha ex namorada. – Respondo enquanto eu sinto o ácido do meu estomago subindo pelo meu esôfago.

- Vamos ficar por perto, Simon. – Ramiro me diz tranqüilo. – Ela não vai te machucar de novo.

- Eu não sei o que está acontecendo. – Gaston diz. – Mais estamos nessa com você, Simon. – Olho para Matteo que assente. O sinal toca e todos começam a entrar.

- Eu preciso falar com os meninos. – Explico para Matteo. – Vou entrar na segunda aula.

- Tudo bem. – Ele diz indo junto de Matteo em direção a entrada. – Guardo o seu lugar.

Assinto e os vejo entrar além de Âmbar, Luna e Nina que estão com as duas valentonas.

- A garota loira lembra Emma. – Benicio diz. – Aquela que não roubou a gente.

- Ela é uma personificação de Emma. – Respondo engolindo seco.

- Ela ganhou pontos por ter sorrido na minha cantada. – Ramiro diz sorrindo. – O que a faz diferente de Emma porque com Emma, só de eu me aproximar, ela revirava os olhos e fazia aquela cara de falsa.

- De qualquer jeito – Me viro para os dois – eu só sinto ódio e aversão pela nova versão da Emma.

- Você deveria dar uma chance para ela. – Benicio diz tranqüilo. – Ela pode apenas se parecer fisicamente com Emma, por dentro, ela pode ser outra pessoa.

- Vou pensar nisso. – Falo isso apenas para encerrar o assunto. O melhor é manter distancia de garotas como Âmbar e Emma.

Me despeço dos meus amigos prometendo que iria sair com eles em um futuro próximo. Caminho pelos corredores enquanto fico esperando o sinal da segunda aula tocar. A verdade é que, desde a noticia da volta da Emma, eu não consigo pensar em mais nada a não ser as lembranças dolorosas do nosso "relacionamento".

Não sei exatamente como eu chego em casa, só sei que quando chego, meus pais estão em casa.

- Oi Filhote. – Meu pai sorri animado para mim e eu estranho.

- Estão animados demais. O que está acontecendo? – Pergunto desconfiado mais não evitando sorrir com eles.

- Thiago. – Minha mãe sorri para o meu pai. – Eu quero contar!

- Tudo bem. – Meu pai entregou uma venda para ela.

- Coloque. – Minha mãe me deu a venda e eu coloquei.

Eles me guiaram ate a garagem aonde minha mãe tirou a venda e eu vi uma lona cinza cobrindo algo.

- Vá em frente. – Ela disse animada. – Puxe.

Deu dois passos e puxei a lona sendo surpreendido pela realização de um sonho. Ali, reluzente sobre a lâmpada da garagem, estava a Harley Davidson Fat Bob vermelha com que tenho sonhado desde que era apenas um garotinho.

- Vocês estão de brincadeira? – Pergunto extremamente animado.

- Seu presente de aniversário! – Meu pai diz sorrindo. – Demorou algum tempo para vim porque eu comprei direto da fabrica.

- Eu não sei o que dizer! – Falo enquanto abraço os dois o mais forte possível.

Meus pais eram ricos mais do tipo que só gasta dinheiro em coisas necessárias e um exemplo disso era a modesta casa em que morávamos. Mais meus pais sempre compraram tudo que eu e Delfi sempre desejamos.

- Você vai dizer que vai dar uma volta. – Minha mãe me olha sorrindo e me entrega as chaves.

Eu sorrio e assinto. Coloco o capacete enquanto meu pai abre a garagem. Eu ligo a moto e a sinto vibrar debaixo de mim antes de acelerar e sair de dentro da garagem. As ruas estão vazias mesmo sendo o meio de um dia de semana e isso permite que eu acelere a moto ate que eu sinta meu coração batendo contra as minhas costelas. Eu grito pelas ruas sentindo toda a adrenalina e o vento em meu rosto, me sentindo invencível. Quando acho que já fui longe o suficiente, eu retorno e volto para casa.

Quando entro novamente em casa, meus pais continuam sorrindo e eu sinto cheiro de comida envolver meu estomago. Me junto a eles na cozinha.

- Serio, - Eu olho para eles. – eu não tenho como agradecer vocês.

- Você merece filho. – Meu pai dá um tapa amigo nas minhas costas.

- Você é um menino de ouro, Simon, e eu e o seu pai temos orgulho de ter você como filho. – Minha mãe diz e beija a minha testa. – Mais eu tenho que pedir algo para você.

- Manda. – Falo animado. Se minha mãe me pedisse nesse momento para me jogar de uma ponte, eu me jogaria sem hesitar.

- Tenho um jantar beneficente para ir e seu pai não pode me acompanhar. – Minha mãe me fala tranqüila. – Será que você poderia ir comigo? Juro que você não precisará usar um smoking, apenas um terno e pode ser sem a gravata. – Meu levanto sorrindo e vou ate a minha mãe a abraçando.

- Depois de vocês me darem a moto dos meus sonhos, eu irei a qualquer lugar que vocês querem. – Digo beijando a bochecha da minha mãe.

- Obrigada filho. – Minha mãe sorri

- E de qualquer forma, eu iria só pelo fato de ter comida de graça além de sempre servirem champagne. – Digo brincando.

- Isso por si só seria motivo para ir. – Minha mãe fala rindo.

- Falei com Alfredo ontem e ele disse que vai levar a neta. – Meu pai fala. – Além de que eu confirmei que iria encontrar Sharon em Boston para formalizarmos a sociedade.

- Estou muito satisfeita que estamos nos unido com os Benson. – Minha mãe diz sorrindo. – E também estou animada para conhecer a neta do Alfredo já que ele é um querido.

Meus pais continuam falando sobre coisas da empresa e eu escuto animado mesmo não entendo muito daquilo. Delfina foi sempre a de nós com quem sonhou e ser Presidente da empresa e ela estava a caminho disso. O meu caminho era a musica.

Crio um grupo no whatsapp com Gaston ,Matteo, Ramiro e Benicio e os aviso que ganhei uma moto e sou obrigado a lidar com todos os tipos de piadas sobre eu dirigindo uma moto e os garanto que eles logo a veriam com seus próprios olhos.

- Desliga o celular. – Minha mãe me repreende. – Hora do almoço.

Eu desligo o celular e não paro de sorrir o resto do dia.

Prove You WrongOnde histórias criam vida. Descubra agora