Estragando uma surpresa

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Âmbar Smith


Eu e Simon nos abrirmos foi um passo a mais no nosso relacionamento.

Saber tudo o que tinha acontecido com ele e o motivo pelo qual ele tinha repulsa por mim, fez que tudo se tornasse uma besteira insignificante. Achei por muito tempo que ele não tinha uma razão para me odiar sem me conhecer e me sentia machucada por isso mais nada do que eu sentia se comparava ao medo dele ao me ver e acreditar que eu era apenas outra versão da Emma.

Então quando nos deitamos naquela noite, eu me aninho em uma conchinha com ele e o permito dormir tranquilamente. Posso escuta-lo ressonando e sua respiração mexer com os meus fios de cabelo mais eu não consigo dormir porque toda a sombra do relacionamento abusivo dele está me assustando demais e isso em algum momento o acorda.

- Ainda acordada Peixinha? – Ele me pergunta com a voz de sono e me abraçando mais.

- Apenas uma leve insônia. – Falo tranquilamente para ele. – Volte a dormir.

- Não. – Ele boceja. – Vou ficar tendo insônia com você. – Me viro para ele e beijo a ponta de seu nariz.

- Durma Simon. – Falo tranqüila e aninhando minha cabeça em seu peito. – Eu vou conseguir dormir logo.

Simon beija meus cabelos e eu sei que ele voltou a dormir. Fecho meus olhos e escuto as batidas tranqüilas e compassadas de seu coração e me pego desejando ter aquilo para sempre. Em algum momento, eu caio no sono com as batidas do coração de Simon como a minha canção de ninar.

Acordo na manhã seguinte com o quarto iluminado pela luz do sol e sozinha na cama. Me estico e pego meu celular conferindo que era um pouco mais de nove horas da manhã. Me espreguiço e caminho em direção ao banheiro, escovando meus dentes e levando meu rosto. Volto para o quarto e caminho para a varanda aonde sou recebida pelo tímido sol que aquecia minha pele. Olho para a praia apenas para ver Simon terminando de escrever "Quer namorar comigo?" na areia.

- Quero. – Falo alto e ele vira me olhando.

- Você estragou a minha surpresa. – Ele diz fazendo um bico e eu dou risada.

- É pra poupar todo o tempo que perderíamos falando de nossos sentimentos e tal. O mar poderia apagar a mensagem no meio da declaração.

- Traga a sua bunda branca para cá agora Georgia. – Ele diz se fingindo de bravo.

- Tudo bem Senhor Alvarez. – Falo sorrindo e desço correndo e encontro ele no mesmo lugar, terminando de escrever. – Estou aqui. – Simon me olha e se ajoelha no chão tirando um pequeno anel de seu bolso.

- Âmbar Smith, quer namorar comigo? – Ele me pergunta sem cerimônias.

- Cadê toda aquela declaração de que não consegue viver sem mim e que eu sou a melhor coisa que aconteceu na sua vida e que tudo o que você mais quer é me fazer feliz? – Pergunto meia revoltada.

- Mais você falou... – Simon me olha confuso e bufa. – Eu não consigo entender as mulheres. – Eu sorrio.

- To brincando seu Idiota. – O puxo para cima. – Sei que você quer tudo isso em seu coração e também sei que só existe uma resposta para a sua pergunta.

- Que é? – Ele me pergunta e eu reviro os olhos sorrindo.

- Sim. – Eu passo meus braços pelo seu pescoço. – Eu quero ser sua namorada.

Simon respirou fundo e sorriu antes de me beijar e me girar no ar.

Então era isso.

Eu e Simon éramos oficialmente namorados e eu era a garota mais feliz do mundo.

- Te amo. Te amo. Te amo. Te amo. – Simon repetiu enquanto me abraçava fortemente. – Obrigada por dizer sim para mim, por me fazer o homem mais feliz do mundo. – Ele se afasta e me olha sorrindo. Seus olhos brilham e eu me sinto honrada por ser o motivo disso. Ele pega meu dedo anelar direito e desliza um pequeno anel de prata. O anel era composto por diversas florzinhas grudadas.

- É lindo. – Falo admirando meu anel de compromisso.

- Eu vi e na hora pensei em você. – Ele sorriu. – Achei que combinava com a sua pulseira. – Ele desliza o dedo pela pulseira no meu pulso. – Eu te amo.

- Eu também te amo Simon. Amo muito. – Falo antes de voltar a beijar o meu namorado.

Simon me pega no colo e corre ate o mar aonde somos recebidos pela água gelada e pelas ondas. Eu não consigo parar de sorrir e o xingar e Simon apenas grita feliz enquanto as ondas o atingem. Voltamos para dentro da casa aonde tomamos banho e tomamos café da manhã. Durante a tarde, Simon se concentra em fazer uma massagem em meus pés enquanto eu leio um pouco. O olho por cima do livro e lembro de um ultimo segredo entre nós.

- Conhece Lisa Mosby? – Pergunto e ele me olha curioso.

- Sim. Já li diversos textos dela e ate já escrevi uma musica com eles. – Ele me conta.

- Eu sei. – Eu confesso e ele me olha confuso. – Eu sou Lisa Mosby.

- Você é a Lisa Mosby? – Ele me pergunta surpreso.

- Sim. – Sorrio de canto. – É apenas um pseudônimo para que eu possa postar meus textos sem que saibam que sou eu.

- Então eu escrevi uma musica com seus textos?

- Enquanto ainda me odiava. – Sorrio travessa e Simon se estica por cima de mim me dando um selinho.

- Achei que fosse impossível me apaixonar mais por você mais pelo visto eu estava errado. – Ele fala sorrindo. – Quem mais sabe disso?

- Luna, Matteo e Pedro só. – Dou de ombros.

- E de onde veio o nome?

- De dois personagens de series que eu amo: Lisa Simpson e Ted Mosby.

- Friends é melhor – Ele fala rindo e eu chuto seu braço.

- Não me ofenda com essa comparação estúpida. – Falo e bufo. – As duas series são maravilhosas e tem histórias diferentes. A única coisa que devemos concordar é que o Ross é desnecessário no mundo.

- Minha garota é esperta demais. – Simon se joga sobre mim e me abraça.

- Sai de cima de mim sua bolota. – Eu falo rindo.

- A Bolota que você ama. – Ele me aperta mais e começa a fazer cócegas em mim mais eu fico imóvel. – Você não tem cócegas?

- Não. – O empurro e ele levanta. – Precisei deixar de ter quando no orfanato as crianças mais velhas me torturavam fazendo cócegas.

- Sua infância no orfanato foi boa? – Ele me pergunta curioso.

- Foi e não foi.

- Sabe o que aconteceu com seus pais biológicos?

- Morreram em um acidente de carro. – Respiro fundo. – Eu tinha quatro anos então eu não lembro mais pelo o que meu pai me contou, o carro deles bateu de frente com um caminhão e capotou. Os dois já estavam mortos quando o socorro chegou e por muita sorte, eu estava viva e fui resgatada antes do carro explodir.

- Sinto muito. – Ele me olha com dor e eu dou de ombros.

- Ta tudo bem. Eu não lembro deles de qualquer forma.

Simon me dá um abraço consolador porque acredita que isso me cause dor mais ele não sabe que isso está no passado e que eu não sinto mais nada.

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