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POV BRUNNA

Isso definitivamente não pode estar acontecendo. O elevador do lugar onde ensaiamos todos os dias resolveu parar de funcionar e agora eu estou presa com a minha chefe chata o que não é nada agradável!

Pra quem não sabe, me chamo Brunna Gonçalves, tenho 27 anos e sou atualmente bailarina da ludmilla. Está que esta me encarando neste exato momento me deixando irritada e ecoada diante do seu olhar.
Resolvi me sentar no chão já que o elevador parou, não tem luz e vou ter que esperar até alguém dar algum sinal de socorro.

- que droga viu! - ela resmungou baixinho pela milésima vez e revirei os olhos. Mulherzinha chata e gostosa.

- que foi? - perguntei irritada quando ela me encarou. Eu poderia perder meu emprego por estar sendo tão rude, mais eu não ligava.

- você não gosta mesmo de mim, né? - ela se sentou ao meu lado e ficamos olhando a porta em meio aí escuro e o calor já emanava.

- posso ser sincera? - perguntei virando meu rosto pra encara-lá.
A mesma apenas concordou nasalmente e suspirei começando na suar.

- não. Eu não gosto de você! - eu falei e ela sorriu um pouco alto. Tá ok. Algo de errado não está certo. Ela sorri? Uau. Isso é algo completamente inédito pra mim. Entre nós bailarinas ela é conhecida como a malévola que nunca sorrir pra nada e só anda de mau humor.

- posso saber porque não, Gonçalves? - irônica. Eu odiava isso, puta que pariu! A forma como ela era extremamente irritante e sexy me deixava perdida.

- não, oliveira! - respondi no mesmo tom de ironia e ficamos em silêncio.

Eu olhava no relógio a cada cinco minutos e nada de ninguém aparecer. Tentei telefonar mais o sinal sempre cai dentro do elevador. Eu não estava mais aguentando a ludmilla resmungando a cada segundo que passava.

- aqui tá calor, não acha Gonçalves? - respirei fundo, contei até dez e a olhei.

- está oliveira. Está. - ela começou a cantarolar baixinho e fechei os olhos. Eu amava a voz dela por mais que a odiasse com todas as minhas forças.

A ludmilla é extremamente perfeccionista e essepcional que irritava a todos. Ela nos cobrava tanto a perfeição que causava estresse. O fato dela não sorrir pra nada nos deixava com medo em alguns momentos já que ela só era vista rindo com os fãs. Somos seis bailarinas contando comigo e estas são meu pequeno mundo. Dinah, Lauren, Camila, Ally e Normani são as melhores pessoas que eu conheço nesse mundo.

- no que tanto pensa? - e de novo ela está falando comigo e me surpreendo. Já que a mesma sempre faz questão de não estar no mesmo ambiente que eu.

- no momento, me nada que te interessa. - falei em um tom rude na intenção que ela percebesse que eu não queria falar com ela. Mais parece que minha palavras tem sentido contrário.

- tá ok. Vamos fazer isso direito! - ela falou se sentando de frente pra mim e a encarei confusa por sua movimentação.

- o que você tá fazendo?

- tentando manter um diálogo adorável com uma bailarina minha que sinto querer me matar a cada segundo que eu respiro. - isso era verdade!

- e como você pretende fazer isso? - peguntei enquanto me abanava e vi a mesma retirando a blusa moletom ficando apenas de top. Ops.

- bom. Se você talvez só responder as minhas perguntas será algo adoravel! - ela falou e fez um coque no cabelo ficando incrivelmente bonita.

- e porque eu faria isso? - perguntei na tentativa de não trocar nenhuma palavra com a mesma.

- olha só. Estamos presas dentro de um elevador, sem luz e a única coisa que temos a fazer no momento é esperar. Porque não conversar? Garanto que minha companhia não é tão chata assim, vai? - tá legal. Vou ceder essa chance a ela.

- tá certo. O que você quer conversar então? - perguntei também prendendo meu cabelo na tentativa de não morrer sufocada aqui dentro.

- já é um começo. Gostaria de saber qual seu animal preferido? - ela peguntou e a encarei séria. Ela me fitava com espectativa como se realmente estivesse interessada a isto.

- cachorro! Eles me parecem mais amorosos e são a coisa mais fofa do mundo.

- a sim. Os cachorros são incríveis. Você tem algum? - ela peguntou curiosa e logo a respondo calma.

- não. Eu moro com Dinah em um apertamento e não temos como criar um cachorro já que mais estamos na estrada, que em casa. - Isso era verdade. Apesar de anos já trabalhando com ela nunca conseguimos consolidar nosso rotina. Em algumas semanas era o próprio tsunami de compromissos e em outra era calmaria sem fim. Um animal precisa de atenção e carinho e isso não poderíamos dar em tempo integral.

- entendo. E sua cor favorita? - ela perguntou mudando o rumo da conversa pra outra pergunta.

- azul bebê. Eu amo rosa também! - falei um tanto empolgada e ela sorriu. E que sorriso lindo, pena que era tão raro quanto meu sono.

- boa escolha Gonçalves.

- e a sua? - perguntei sobre um impulso e ela pareceu pensar por um instante.

- bom. Tenho várias mais acho que a preferida mesmo é vermelho. Gosto da forma como tudo se constatar a ela.

- boa escolha oliveira! - repeti sua fala e ela me encarou.

- e livros? Gosta de ler? - após nos encarar por alguns instantes voltei a falar.

- sim. Os meus preferidos são Jane Waston e August Cury. São profundos e sobrecarregados de intelectualidade. - ela me olhava de maneira neutra e eu sentia que ela podia ler minha mente ou o que eu pensava, o que me assustava um pouco. Desviei nossos olhares.

- também gosto bastante. Porém quase não tenho tempo livre pra o fazer.

Quando ela fechou a boca as luzes acenderam e as portas abriram. Vi a mesma vestindo a blusa rapidamente e logo saímos do mesmo dando de cara com nosso coreógrafo Daniel. E minhas amigas que estavam de certa forma assutada.

Quando eu já estava saindo com minhas amigas senti uma mão firme envolver meu ombro calmamente. Me virei pra trás e dei de cara com Ludmilla. Minha chefe.

- obrigada pela companhia. Gonçalves! - foco Bruna. Foco!
Puxei o ar dos pulmões e sorri fraco recebendo o seu em troca.

- por nada. Oliveira! - e assim quebramos a troca de olhares que se instalou no ambiente.

Observei ela adentrando a sala acompanhadas de Daniel e minhas amigas me chamaram a atenção.

- alguém me explica o que acabou de acontecer aqui? - Camila falou um tanto surpresa e as fitei com cara de desdém.

- não comecem. Por favor! - eu falei já evitando piadinhas pois eu sei que viriam mais cedo ou tarde. Por isso, poderia ser pra mais tarde.

- vamos ensaiar meninas. Bruna vá beber água e venha! - Daniel surgiu na porta e logo concordamos todas indo a seus afazeres.

Apenas mais um dia normal. Ensaios, broncas mais no fim tudo fica perfeito e incrivelmente lindo.

...

SE GOSTAREM EU POSTO MAIS...❤️

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