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POV LUDMILLA

As coisas mudam. Eu estou a um tempo nessa cadeira de aeroporto esperando meu vôo ser chamado e percebendo que, as pessoas andam sem parar, as bandejas de comidas são trocadas a cada refeição, a moça do monitor é uma diferente a cada anúncio.
A minha vida mudou tão rápido. Foi um verdadeiro tsunami de coisas, mídia, fãs, tudo de uma vez.

Já me apaixonei algumas vezes. Teve o Paulo, o Iago e a Jade. Os dois homens foram incríveis. Jade, me destruiu. Foi tudo tão mal resolvido e conturbado, mentiras, interesses, inveja. Eu pensava que tinha alguém do meu lado, mais não. Eu nunca tive alguém a quem eu realmente amasse e que fosse recíproco.

Eu nunca tive alguém a quem eu podesse dizer um eu te amo. Eu nunca encontrei alguém que me fizesse ter frio na barriga, formigar os lábios.
Porque eu tô pensando nisso? Não sei.
As vezes eu paro e penso o porque de todos encontrarem alguém e eu não.
Vendo Camila e Lauren eu penso, elas são felizes. Da de ver a felicidade nos olhos, na forma como uma sorrir pra outra.

Mais eu cansei. Eu cansei de procurar alguém certo. Eu sempre pensei em me casar, em ter dois filhos com alguém que eu amasse. Talvez eu seja muito sentimental, mais essa sou eu.
Uma mulher que tem a pose de durona mais que na verdade é frágil.
Eu sou frágil e por isso busco não me apegar, porque eu não quero mais me machucar ou criar expectativas sobre alguém em minha vida.
As vezes cansa, sabe?

- Ludmilla! - a voz do meu irmão me tirou dos pensamentos e me ajeitei na cadeira, olhando pro mesmo.

- oi! - falei baixo e ela né olhou preocupado.

- tá tudo bem? -

- sim! Só tava pensando. - respondi baixinho e ele passou mais um tempo me encarando, e saiu pra se sentar com as meninas.

Voltei a olhar pro nada e fechei os olhos. Ar puro era tudo que eu precisava no momento.

- aqui é chato e entediante, e isso me faz pensar. - a voz de Brunna se fez presente ao meu lado e sorri abrindo os olhos pra vê-la.

- chato é pouco pra isso aqui. Mais o que tanto você pensa? - comentei com a fala da mesma que agora me olhava calma.

- algumas coisas sem sentido - falou rindo.

- mais, que tipo de coisas sem sentido? - insisti e ela me olhou. Que olhar. Eu adoro os olhos de Brunna.

- você vai me achar louca se eu falar. - respondeu.

- talvez eu goste de ouvir loucuras! - ela sorriu e suspirou audivelmente.

- ja que insiste! Bom... Eu tenho uns sonhos muito loucos. Na verdade desde de criança eu tenho isso. Aí ontem eu sonhei que eu voava, e conseguia ver os pássaros, eu me sentia um pássaro pra falar a verdade! - ela falou um tanto quanto intrigada e comecei a rir.

- que? Olha aqui cê disse que não ia me achar louca Ludmilla! Para de rir! - ela falou séria e gargalhei não resistindo a sua carinha emburrada. - você é ridícula, sabia?

- sabia que você é o ser humano mais baixo e mais fofo que eu conheço? - eu falei em meio a risadas e vi suas bochechas ficarem vermelhas demonstrando que a mesma estava com vergonha.

- desculpa incomodar, mais o vôo já tá pronto! - a voz de Gabriel soou relutante. Olhei uma última vez pra vista a minha frente e me virei pra meu amigo.

- então vamos! - eu falei sorrindo e ele alternava o olhar entre mim e Brunna.

- claro! - ele falou com a expressão confusa.

- vou pegar minhas coisas! - Brunna falou saindo do meu lado e apenas concordei com a cabeça.

- o que está acontecendo? - Ga perguntou ao que pegava minha mala. Olhei pro mesmo que me olhava sério.

Será?Onde histórias criam vida. Descubra agora