Botas de couro falso, batom vermelho e corte Chanel, uma bolsa cara e um par de brincos que parecia pesar mais que a orelha, era ela, com seu sorriso de canto a canto, olhos quase fechados pela verdade por trás de sua expressão genuína. Lindsey estava feliz de ver seu amigo e trouxera consigo o aperto de um abraço forte que fora recebido com carinho pelo homem de olhos verdes.''Surpresa!'' Ela disse estridente, parecia um pouco mais feliz, altiva, algo a estava fazendo um enorme bem e Gerard não podia esperar para ouvir o que era.
''Pensei que nunca mais a veria.'' Brincou, largando do aperto da mulher para chegar um pouco para trás.
''Ah, pelo amor de Deus! Você só vai me perder de vista no dia que eu morrer.'' Ela disse, imitando o sinal da cruz logo em seguida.
Gerard riu e disponibilizou-se para fechar a porta atrás dela, sugerindo com um movimento leve de cabeça que fossem para a cozinha, ela o seguiu.
"Linda árvore." Ela comentou, apontando para o objeto enfeitado no canto extremo da sala.
"Obrigado." Sorriu, lembrando-se da canseira que havia sido fazer tudo aquilo com Frank na semana passada. ''Mas e aí, qual a sua conclusão dessa loucura toda?'' Perguntou distraidamente, escolhendo fazer uma xícara de café quente para ela.
''Minha conclusão é que o dinheiro tá na conta e é isso que importa.'' Ela disse, apoiando-se no mármore para sentar sobre a bancada. ''Eu até tive a chance de conversar com uma robô, foi insano, ela tinha a mesma voz que eu, o mesmo corpo mas o rosto era diferente, eles devem ter me achado feia demais para copiar tudo.'' Ela riu. ''Não me sinto ofendida por isso, até prefiro assim, bem, eles andam e falam, tem vontade própria, sabem discutir variados temas, tem jeitos e expressões humanas!"
"Checou se eles copiaram tudo em detalhes, se não erraram a coloração, textura.." Troçou, referindo-se aos moldes e passou o café da cafeteira para a xícara.
Lindsey riu e revirou os olhos.
"Claro..." Disse, arregaçando as mangas do casaco até o cotovelo. "É uma linda buceta."
Way gargalhou, estendendo a bebida para a mulher que logo a pegou.
"O que eles vão fazer com aquelas coisas?" Questionou, realmente interessado.
"É quase dois mil e vinte e três Gerard, já estão usando robôs na polícia, nunca ouviu falar da robô Sofia? Ela tem cidadania desde a década passada, eles já estavam por aí a tempos, sem corpos, não muito auto funcionais, mas já existiam." Explicou, bebericando calmamente seu café. "Provavelmente vão substituir humanos em situações desumanas de trabalho forçado, prostituição e tudo o mais."
Gerard franziu o cenho.
"Está me fazendo ficar preocupado com eles."
A mulher revirou os olhos mais uma vez.
"Ah, não me diga que vai militar pelos direitos robóticos?!"
"Se for necessário." Disse, encostando-se na bancada ao lado da amiga. "Eu não gosto muito dessa ideia de robôs autônomos perambulando por aí, não vou mentir, mas isso me parece algum tipo novo de escravidão."
"Bem, essa é uma grande discussão, Ethan acha que a carne é o que nos faz humanos, robôs não tem carne, nem sangue, nem veias, nada que os torne biologicamente vivos, para ele, por mais conscientes que sejam, são como máquinas de lavar eletrônicas, não tem sentimentos de verdade, são programados, entende? Nada real, completamente sem coração."
"Lyn, coração é só um órgão, não é lá que guardamos nosso amor, tudo está aqui." Disse, apontando para a cabeça. "Toda a nossa capacidade de sentir, racionalizar, agir, está tudo no cérebro, o corpo é como uma nave que usamos para viajar por este mundo, não se difere tanto deles se eles são tão conscientes assim, eles tem uma nave e uma mente pensante, eles podem não ser completamente humanos, são uma nova espécie, claro que serão diferentes de nós mas ainda sim... argh! Me parece errado subestima-los dessa forma, sinto que algo vai dar errado."
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Loaded Gun † Frerard
RomanceGerard é esquerdista pró-lgbt e Frank direitista pró-armas. Durante uma reunião pública do senado que discutia a legalização do aborto, os dois quase saem no tapa. A ideia é da @AUFrerard no Twitter.