Loaded Gun † Frerard

Capítulo Dezesseis

Gerard ajeitava o óculos de sol preto na blusa ao que entrava no clube, eram nove e meia da manhã, tinha um cara na recepção e duas mulheres com roupas de ginástica conversando no sofazinho cinza que ali havia.

"Bom dia." Disse, com um aceno de cabeça.

Uma das mulheres o olhou brevemente mas logo continuou a conversar como se ele nem estivesse ali. Outch. Okay.

Franziu o cenho com a falta de educação daquelas pessoas e foi direto para a recepção onde o cara digitava distraidamente no computador. Notou que ele usava um broche do Guns N' Roses, não era lá uma banda que Gerard apreciava, mas gostou de ver alguém com gosto musical similar ao seu fora do seu círculo de vivencia, que incluía Frank.

Pigarreou. O cara o olhou.

"Hm, licença, estou aqui pra uma entrevista de emprego." Informou.

"Gerard Way?" Ele perguntou e o maior assentiu rapidamente. "Hm, volte aqui amanhã nesse mesmo horário e vamos acertar seu pagamento mensal e uniforme."

"O que?" Franziu os lábios e o cenho de vez. "Como assim?"

"Como assim o que?" O cara disse, entediado.

"Eu recebi um e-mail ontem dizendo pra me apresentar aqui hoje de manhã pra uma entrevista."

"Formalidades." Afirmou e deu de ombros. "Não tem entrevista alguma, você foi a única pessoa a mandar um currículo pra cá, portanto, está contratado, volte amanhã."

"Assim?" Disse, coçando a testa. "Eu começo amanhã?"

Não fazia sentido em sua cabeça, ter que vir até o clube só para isso, para ser avisado de voltar no dia seguinte.

O cara o fitou de novo, revirando os olhos de forma exagerada. Gerard simplesmente decidiu ali naquele momento que não gostava dele.

"Começa, sim." Respondeu com certo deboche e voltou a digitar.

"Não teria sido mais prático se, sei lá, tivessem me avisado ontem mesmo pra vir amanhã?" Disse, um tanto inconformado.

O cara levantou o olhar mais uma vez e sorriu de lado, maldoso.

"Se não quiser, não precisa voltar."

Espremeu os olhos, aquilo era um desafio?

"Não se preocupe, eu vou, sim." Disse e cerrou os dentes em puro nervoso silencioso ao sair do clube, tirando o óculos de sol da blusa bruscamente para vesti-lo em seguida.

Ele imaginava um interrogatório tenso estilo policial, com uma pessoa encarando-o diretamente nos olhos e fazendo perguntas inoportunas, o intimidando sobre o fato de ser inexperiente e jogando na sua cara o quanto todas as pessoas do mundo tinham mais chance que ele de conseguir aquele emprego.

O que, de fato, estragou toda a sensação de que sua primeira experiência em um ambiente de trabalho seria proveitosa foi a presença daquele recepcionista estúpido e seus olhos giratórios.

Ele seria seu colega? Droga.

Nada neste mundo é perfeito, não é mesmo?

∆

Quando chegou nos últimos degraus da escadaria, a primeira coisa que notou foi ele.

Parado ali, com a testa encostada na porta, as costas curvadas e as mãos dentro dos bolsos da calça de moletom preto. Aproximou-se devagar e parou ao lado dele, sorrindo com os olhos para a imagem do vizinho, este que já havia notado a presença de Way e prendido o ar.