Capítulo Vinte e Seis

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Se Gerard soubesse de metade das insanidades que aconteceriam naquele dia, certamente teria se precavido.

Ele percebeu, no momento em que Frank ergueu aquela arma, que embora o amasse, e embora tivesse conhecimento de algumas camadas da sua complexa personalidade, haviam coisas sobre o tatuado, que ele simplesmente não sabia. E a dúvida que pairou em sua mente acerca do que se desenvolveria nos próximos minutos foi a prova imediata de algo inegável, ele ainda tinha incertezas a respeito do caráter de Frank quando exposto a raiva intensa.

E sentiu medo. Um medo de gelar os músculos.

"Frank, que merda você está fazendo?!" Questionou, apavorado.

"É, que merda você está fazendo, garoto?!" Jones repetiu, escorando-se na parede como se a mesma pudesse mantê-lo de pé em meio aquele caos.

Frank sorriu de uma forma assustadora, e engatilhou a arma, fazendo com que todos saltassem em seus sapatos.

"Eu tenho algumas condições, tio." Ele começou, deixando que as palavras flutuassem de seus lábios avermelhados como penas. "Condições que devem ser seguidas á risca."

"Frank! Abaixa essa merda!" Gerard pediu, aos berros. "Está se equivocando!"

Iero o deu um olhar ligeiro e repleto de significados. Significados estes que Gerard definitivamente não soube decifrar.

"Vai ficar tudo bem, Gee, se ele cooperar."

"Do que está falando, seu idiota?" O homem rosnou, com os olhos bem arregalados. "Ficou louco de vez? Virou um sociopata agora? Do que se trata esse show todo?"

"Eu acho melhor você não falar assim comigo." Frank o amedrontou, balançando levemente a arma no ar, para reforçar a posse do objeto mortal. "Eu estou em vantagem aqui, seu velho imundo, e você vai me ouvir."

Gerard se prostrou surpreso, e calafrios percorreram toda a sua espinha. Ele estava desacreditado que Frank havia trazido aquela arma consigo, e que agora a apontava para Jones, em uma posição completamente ameaçadora. Refletiu rapidamente acerca do nervosismo de Iero no avião, e se perguntou se todos aqueles tremeliques, na verdade, foram causados pela premeditação daquele evento catastrófico e não por uma tensão de pré saída do armário. Pois, Iero havia se saído bem, sequer havia gaguejado na hora de dizer que estava apaixonado por Gerard. O que significava que ele havia escondido aquela trama obscura por toda a viagem, e havia arrastado
Way às escuras, como um cúmplice vendado.

Gerard se irritou a princípio, mas tão logo chegou a conclusão de que toda aquela análise era inútil naquele momento, pois seja lá o que fora planejado de antemão por Iero, estava em prática naquele momento. E não tinha como voltar atrás.

"O que você quer, bichinha insolente?"

E então, um disparo. Todos ficaram em silêncio por um segundo, os empregados, que antes estavam despercebidos um pouco atrás de Gerard, se mostraram presentes com gritos. Gritos estes que fizeram Way tropeçar para frente. E ao olhar para cima, para o teto, podia-se ver um furo redondo.

Jones havia urinado nas calças, de tão espantado.

"Não me chame dessa forma nunca mais, seu maldito!" Frank urrou, com verdadeiro ódio em sua voz. Ele logo buscou algo em seu bolso, um papel, e o pôs sobre a mesa com força. "Eu não estou de brincadeira, Jones, assine isso e nunca mais vai me ver."

O homem hesitou, assustado e humilhado, mas perguntou, com certa aspereza e súbito interesse na menção de sumiço que o sobrinho fez:

"O que é isso?"

Loaded Gun † Frerard Onde histórias criam vida. Descubra agora