Loaded Gun † Frerard

Capítulo Vinte e Cinco

Gerard estava extasiado. Não havia outra palavra no dicionário que pudesse descrever com precisão o que ele estava sentindo. Cinco dias atrás ele havia decidido conversar com Frank e dar um ponto final na situação dos dois, contudo, surpreendentemente, fora bombardeado com desculpas, declarações de amor e uma promessa de mudança tentadora. Além, é claro, do convite para a viagem. Parecia, para Gerard, que ele poderia acordar á qualquer momento e se deparar com a realidade fria que os últimos meses haviam sido. Era surreal estar com Frank, em um avião, prestes a pousar no Maine. Way não conseguia desmanchar o sorriso que dançava em seus lábios. Volta e meia pensava na possibilidade de Iero assumir um compromisso real com ele. De confessar com todas as palavras para o tio que estava apaixonado por um cara, e que daquela vez, era para valer, como ele bem disse.

Daqui a alguns minutos eles estariam a momentos de arrumarem uma possível confusão e Gerard mal havia, sequer, avisado alguém apropriadamente da súbita viagem. Ele penas havia enviado uma mensagem para Lindsey, avisando que estava indo para o extremo nordeste dos Estados Unidos com o cara que até alguns dias atrás estava brigado, e uma outra para Mikey, pedindo que ele fizesse as compras e as arrumasse na cozinha porquê seu irmão mais velho estaria ocupado com alguém importante fazendo algo importante. Certamente, todos deveriam estar estupefatos. Ele havia largado até mesmo o emprego miserável. Estava desempregado então, e não sabia como pagaria as contas do próximo mês. Mas ele resolveu adiar a dor de cabeça porquê Frank estava bem ali, ao seu lado, e tudo que importava agora era o que estavam prestes a fazer, o que o tatuado estava prestes a fazer.

Gerard conseguia sentir o nervosismo de Iero na forma como as mãos dele estavam suadas em comparação às suas. Ele não sabia se era o temor antecipado de sair do armário para o tio homofóbico, ou se era por estar quebrando a barreira do toque. Iero havia deixado que o mais velho segurasse sua mão por todo o caminho, como uma prova de sua tentativa de mudança. Ele estava cedendo. E embora Gerard ainda não sentisse uma confiança completa nele, sabia que ele estava se esforçando, de verdade.

"Senhoras e senhores passageiros, vamos nos preparar para pousar em apenas alguns minutos." Uma voz soou através dos alto falantes. E o aperto de Iero na mão de Gerard subitamente se intensificou.

"Você está bem?" Perguntou, acariciando a pele tatuada do mais novo com o polegar.

"Eu ficaria se você me desse pelo menos um beijo." Sussurrou, deitando a cabeça no assento.

"Não agora." Frisou, com um sorriso ardoroso em seus lábios rosados.

Frank virou o rosto para Gerard, com uma expressão curiosa, como se algo tivesse acabado de brotar em sua mente.

"Posso te fazer uma pergunta?"

Gerard franziu o cenho, mas assentiu.

"Hum, é claro."

Frank molhou os lábios e os apertou fortemente, como se estivesse pensando em uma forma de dizer o que queria.

"Esteve com alguém durante o tempo em que estávamos separados?" Perguntou, mas logo balançou a cabeça negativamente, arrependido. "Espera, você não precisa me dizer nada! Não é como se devêssemos explicações um ao outro..."

"Frank, está tudo bem!" Gerard o interrompeu, sorrindo levemente para o seu nervosismo catastrófico. "Eu acabaria te contando em algum momento, sim, eu dormi com algumas pessoas." Aquela afirmação foi como um soco no estômago do tatuado, ele esperava que o vizinho dissesse que não havia ido para a cama com outro alguém, e que havia se deixado definhar em casa tamanho desgaste que a ausência de Iero havia causado em sua vida, pensou que ele diria alguma coisa sobre jamais conseguir fazer sexo com outra pessoa que não fosse ele. Mas ali estava Gerard, um cara forte, decidido, e que já estaria pronto para dar um 'adeus' final cinco dias atrás, se Frank não tivesse, quase que chorosamente, intervido com uma declaração. "E você?"