Capítulo 5

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     Os dias foram se passando e Fael foi voltando as suas atividades diárias. Estava no supermercado comprando alguns alimentos quando virou-se e viu Paul Klein e sua filha Polly se aproximar.
   - Como vai, Ferraz? - saudou paul.
   - Oi, Klein. Olá, Polly. Vou muito bem.
   - Olá, Fael. - Polly se lembrou de Emma. - Você viu que outro dia tinha uma moça esperando por você no degrau de sua casa?
   - Oh, sim. É minha amiga de infância e companheira de trabalho. A propósito, ela disse que você me deixou um abraço. Muito obrigado.
     A adolescente ficou rubra, provavelmente envergonhada pelo comentário de Fael diante do seu pai. Percebendo o embaraço de Polly, ele resolveu mudar de assunto, voltando a atenção para Paul de novo.
   - Como está a Vanessa? Não está chegando a hora dela?
   - Ela está ansiosa. Ainda falta dois meses para o bebê nascer. - a feição de paul era sempre amigável.
   - Que maravilha. - Fael não conseguiu evitar uma fisgada de inveja.
     Paul não só havia se casado com uma linda mulher, bem sucedida, a quem adorava, mas teria um filho com ela em questão de dois meses.  Pensando bem, Paul merecia ter encontrado alguém como a Vanessa, sua primeira esposa, Joe, a mãe da Polly, falecera um ano depois do nascimento da menina, e ele precisou ter muita força de vontade pra conviver bem com a situação e seguir em frente.
     Após conversar mais um pouco com o amigo advogado e encontrar as coisas que precisava, Fael se afastou de Paul e foi até o caixa, localizado na parte dianteira do supermercado para pagar a conta.  Paul pediu para Polly levar o carrinho, acompanhar Fael e ficar na fila enquanto ele pegava um molho pronto que Vanessa pedira.
     Maggie, a esposa do dono do supermercado estava atrás do balcão, fez as contas do que fael comprou e não conseguiu conter a língua.
   - Bom dia, Ferraz. Só queria lhe dizer que senti muito ao saber do rompimento de seu noivado com Cecília Paiva.
   - Obrigado, Maggie. Mas, não sinta esse desconforto, foi melhor assim. - ele tentou evitar que a frustração se revelasse na voz.
   - Bem, talvez ache melhor, mesmo assim deve doer.
   - Oh, não doeu mais que ter minhas unhas arrancadas uma por uma. - Fael viu a expressão assustada de  Maggie e piscou para Polly. A adolescente conteve o riso.
   - O rompimento foi a melhor coisa para os dois. - Maggie reforçou a ideia que ele estava avaliando.
   - Estava brincando. Não tive as unhas arrancadas, Maggie. Mas agradeço por sua preocupação. - fael pegou seu pacote, acenou e saiu antes que a mulher pudesse dizer mais qualquer coisa.
   - Acho que as pessoas desta cidade precisam de alguma coisa nova sobre o qual falar. - comentou Polly sem disfarçar que entendeu o diálogo de Maggie e Fael, enquanto esperava seu pai na fila do balcão para pagar sua conta.
   - E eu sei exatamente o que será essa coisa nova. - Fael se despediu da adolescente com um sorriso travesso no rosto.
     Em vez de voltar diretamente pra sua casa, desceu o quarteirão até a agência de viagem. Teve sorte, George estava trabalhando e não havia nenhum cliente naquele momento.
   - Olá, Ferraz. - George olhou por cima do óculos pendurado na ponta do nariz. Temia que o fotógrafo quisesse a devolução do dinheiro que pagara pela viagem de lua de mel.
   - Olá, George. Queria saber se pode cuidar de uma coisa para mim.
     George franziu a testa.
   - Sabe a viagem de lua de mel pela qual já paguei? Gostaria que você mudasse a reserva para semana que vem. Segunda-feira seria possível?
   - Então o casamento vai ser realizado?
   - Oh, não. Mas não vou desperdiçar a oportunidade de passar uma semana em Cozumel.
   - E as passagens de avião? Quer que eu consiga a substituição do valor de uma delas pelo crédito para outra viagem com outro destino?
   - Não, na verdade vou precisar das duas.
    Para o alívio de Fael, George não fez mais perguntas, embora fosse evidente que queria fazer muitas. Levou apenas 15 minutos para mudar a data da reserva em Cozumel e das passagens.
   - Está feito. Precisa de mais alguma coisa? - de novo os olhos de George se encheram de curiosidade.
   - Não. Obrigado. - fael agradeceu.
     Em seguida ele saiu da agência com as passagens em mão, assobiando e deixando o dono da agência morrendo de vontade de saber quem iria a viagem com ele na semana seguinte. George era inteligente, portanto sabia que não era de sua conta perguntar. E Fael não tinha a menor intenção de contar coisa alguma, por isso todos teriam que esperar pra saber através dos noticiários de fofoca que surgiria.

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