Capítulo 13

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      Ainda paralisada do susto Emma se sentou e tentou acalmar seus pensamentos. Sabia que estava brincando com fogo. Sabia como esse fogo era perigoso. E optou por entrar na brincadeira. De repente o susto desapareceu, porque mesmo se Felicity considerasse a sua voz familiar, nunca imaginaria que ela estava ali com Fael. E, ainda que ela juntasse dois com dois e chegasse a tal conclusão, não era o tipo de pessoa que espalhava mexericos. Estava a salva com Felicity, ela não faria nada que magoasse ainda mais seu irmão.  Assim, desde que Fael mantivesse sua promessa e não contasse a ninguém sobre sua estadia ali com ele, o que tinha certeza que faria, pois era um homem honrado, não tinha nada com que ela se preocupar.
    No entanto, uma enorme dor vazia a tomou o coração lhe trazendo tristeza. Estava magoada consigo mesma e achava melhor partir. A verdade que precisava encarar, era que quanto mais tempo ficasse ali, mais magoada se sentiria quando chegasse a hora de voltar para casa. E voltar com Fael, ter que passar todas aquelas horas com ele no avião, sabendo que ao chegar na cidade cada um tomaria seu caminho como se nada em Cozumel tivesse acontecido, não seria capaz de suportar. Temeu fazer alguma coisa estúpida, como chorar e então deixa-lo constrangido.  A melhor coisa que poderia fazer para os dois seria partir depressa e voltar para casa agora. Com a decisão tomada se levantou. O relógio digital no criado mudo mostrava 16hs.   Embora Fael tivesse dito que só voltaria as 18hs, sabia que precisava se apressar se quisesse partir com tempo de sobra. Felizmente estava com a passagem de volta e tinha certeza que se pagasse alguns dólares necessário, poderia conseguir um vôo naquele mesmo dia.
    Um pouco depois, já havia feito as malas, guardado todos seus objetos e roupas e se vestido com uma calça e uma blusa de malha branca. Mais dez minutos e passava do corretor de malas para o elevador. Tomou um táxi que estava a caminho do aeroporto e lágrimas a nublara a visão. Emma não olhou para trás quanto o táxi se afastou.

    Ao acabar o jogo de tênis na telona do bar, Fael se sentia ótimo. Na verdade não se lembrava de quando se sentira melhor. Sabia que o sol, a água e a comida boa tinha alguma relação com a sensação de bem-estar, mas a razão principal por se sentir tão bem era Emma. Ela o surpreendia o tempo todo.
   - Ei, Fael, quer jantar comigo e Jennifer esta noite?
   - Obrigado, Breno. - Fael agradeceu ao companheiro que assistira com ele ao jogo. - Eu fiz uma reserva para hoje no Mesa Kay restaurante.
   - Teve sorte em conseguir. - sorriu Breno. - O Mesa Kay é um dos mais novos da ilha e em curto espaço de tempo se transformara em um dos melhores e mais procurados.
    Fael sorriu, deu adeus para Breno e se dirigiu para o saguão e os elevadores. A primeira coisa que viu quando entrou na suíte foi o brilho vermelho da secretária eletrônica.
   - Emma, cheguei.
    Imaginou que ela estivesse no banho. Então foi até o telefone e pressionou o botão para ouvir a mensagem.

   - Fael, é Felicity. Desculpa incomodar enquanto está de férias, mas tenho uma informação pra lhe passar. Por favor, ligue pra mim quando puder.

    Levou alguns minutos pra a telefonista do hotel fazer a ligação, mas quando conseguiu Felicity atendeu quase de imediato.
   - Oi, Fe. O que há?
   - Me pediram pra te informar que o casamento Meier foi cancelado.
   - Tem certeza?- Fael de imediato imaginou o tamanho do prejuízo pra Alencar eventos.
   - Absoluta. - afirmou Felicity.
   - Droga. Mais alguma coisa, Fe?
   - Há uma coisa. Na primeira vez que tentei telefonar, pensei que a telefonista tinha me ligado a um quarto errado porque uma mulher atendeu.
    Fael congelou. Emma, droga outra vez.
   - Pedir desculpas, tentei de novo e na segunda vez fui atendida pela secretária eletrônica. O negócio é que eu disse a telefonista, antes de fazer a ligação pela segunda vez, que ela havia me ligado a um quarto errado. E ela respondeu que não, tinha certeza que me ligara ao quarto certo.
    Fael soube o que viria a seguir.
- Eu disse que não podia ser porque uma mulher atendeu. Então a telefonista disse que provavelmente foi a senhora Ferraz. - Felicity fez uma pausa.
    - Você me pegou. - Fael procurou manter a promessa que fizera a Emma, odiava guardar segredos, mas nesse caso não tivera escolha. - Não estou sozinho aqui.
   - Percebi. Mas, há outra coisa. A mulher que atendeu o telefone... Ela com certeza é alguém que conheço, e quanto mais penso na voz dela, mais acredito que era Emma.
    Droga. Fael não soube o que dizer.
   - Sei que pode dizer que não é de minha conta, mas vamos apenas dizer que foi Emma que atendeu. - Felicity falava impiedosamente. - Não sei se está consciente ou não, mas ela passou por coisa ruim nos seus relacionamentos e após o falecimento do seu pai também. Assim, não a magoe.
   - Não a magoarei. - respondeu ele finalmente.
   - Ótimo. Te vejo em casa.

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