Dez minutos depois, estavam instalados a uma mesa com vista para o mar. O sol acabara de desaparecer no horizonte e o brilho vermelho e dourado na superfície da água havia se transformado em tons mais suaves de damasco e violeta. Uma brisa leve fazia as chamas das velas acesas sobre a mesa dançarem e tremeluzirem. No lado mais distante do pátio, diversos músicos afinavam seus violões e um teclado. Fael sorriu para Emma. E ela sorriu em resposta. Deveria ser crime ter aquela beleza toda.
- O que? - ela ficou intrigada com a depressão dele.
- O que o quê? - o momento se prolongou.
- Por que está com essa expressão no rosto? - a luz trêmula das chamas das velas deixou o rosto dela rubro.
- Estava apenas pensando no quanto gosto de você.
Emma foi salva pelo gongo, pois o garçom entrou com as bebidas que haviam perdidos e pelos minutos seguintes, ficaram ocupados pedindo os pratos para o jantar. Quando o garçom saiu, a banda que até então ensaiava, começou a tocar uma música lenta e romântica. Diversos pares se dirigiram para a pista de dança, enquanto emma se virava para observa-los.
- Gostaria de dançar? - convidou Fael.
- Adoraria. - Emma ficou de pé.
Os pais de Fael nem sempre foram ricos, mas ele e suas irmãs haviam aprendido a dançar com a mãe. Ela foi dançarina na juventude e sempre dizia que, se um rapaz fosse educado, soubesse que garfo usar e pudesse dançar, jamais ficaria sem companhia feminina. Fael testava as lições de dança quando era pequeno, agora estava contente por sua mãe tê-lo obrigado aprender. Quando a música terminou eles ficaram na pista. Segurar Emma nos braços, sentir o corpo dela contra o dele, se mover lentamente na pista de dança, era quase tão bom com um sonho.
- Isso é muito bom. - os lábios dele a roçou o cabelo e o cheiro de flores lhe preencheu os sentidos.
- Sim. - concordou ela. - Você dança muito bem, Fael.
- Você também.
Uma dança se transformou em duas, duas se transformar em três. Ele apertou os braços em torno dela.
- Por que não esquecemos o jantar e ficamos aqui dançando a noite inteira? - Fael viu o garçom colocando as bandejas na mesa deles.
- Um convite tentador. - ela riu. - Mas fico de mau humor quando tenho fome.
- Parece que nosso jantar chegou. - com relutância ele soltou Emma.
A comida estava deliciosa, ambos comeram peixe frito com molho vermelho e banana frita. Um arroz macio e uma saborosa salada com manga e limão. Fael gostou da comida, mas gostou ainda mais de ver Emma comer. Ela sempre se alimentava com entusiasmo, ao contrário de tantas mulheres que apenas mexiam a comida no prato, ou pior, fingiam que não gostavam porque tinham medo de engordar.
- Que jantar maravilhoso. - disse ela com um suspiro quando terminou.
- Sim. - Fael riu. - Diria que fizemos um ótimo trabalho limpando o nosso prato.
- Geralmente limpo mesmo.
O comentário dela ficou parado no ar. O garçom veio limpar a mesa antes de trazer a sobremesa. Fael pediu sorvete de baunilha com calda caramelizada de nozes e Emma flan, uma especialidade do restaurante.
- Quer voltar a pista de dança?
- Isso vai ser divertido. - Emma se levantou.
Dessa vez os músicos tocavam salsa, e rindo os dois tentaram dançar o ritmo acelerado. Quando a dança acabou, Emma estava se abanando com as mãos e Fael se livrando do blazer.
- Você dança muito bem. - ela se deixou cair na cadeira. - Pratica muito?
- Geralmente não. Sou um homem muito ocupado com meu trabalho.
O que não era exatamente verdade, mas ele se sentiu constrangido em admitir para Emma que nunca nem pensara em levar Cecília para dançar. Uma coisa que só percebera naquele momento. Como era frio seu relacionamento com a antiga noiva.
- Fael... - ela olhou para ele. - Você acha que realmente superou Cecília?
- Sim. E só fico assombrado com uma coisa, na qual estava pensando agora. Não ter percebido como éramos errados um para o outro. Me incomoda ter sido tão cego.
- Então, não está infeliz por ela ter rompido com você? Aquilo que me disse, de não estar me usando para se vingar dela, é verdade?
- Isso nunca me ocorreu. - desconfortável imaginou se era totalmente verdade, afinal havia pensado em dar aos fofoqueiros outra coisa sobre o qual falar quando convidara Emma para viajar com ele.
Emma o estudou por um longo momento, então pareceu chegar a uma conclusão.
- Ótimo! Fico contente. - disse satisfeita. - Mudando de assunto, ainda quer dançar? Os músicos começaram a tocar uma balada romântica.
Fael estendeu a mão e ambos se levantaram. Quando ele a tomou nos braços e começaram a se mover lentamente no ritmo da música, ele notou como ela se encaixava bem ali. Foi difícil conter a vontade de beija-la pela segunda vez.
Não era de admirar que algumas regiões proibisse a dança. Emma não conseguia acreditar no quanto estava adorando aquilo. Era tão bom ser abraçada por Fael, mover-se com ele no ritmo da música. Dançar devia ser o maior afrodisíaco de todos os tempos, na verdade era um prelúdio, uma preliminar tão inacreditavelmente sensacional.
- Em que está pensando? - Fael estava com o rosto encostado no cabelo dela.
- Em como isso é bom. - outra mulher poderia verbalizar o pensando, mas Emma não era tão ousada.
- Vai ficar melhor. - as mãos deslizou pelas costas dela.
- Isso não é justo? - reclamou Emma.
- O que não é justo? - dessa vez o nariz lhe tocou a orelha.
- Fael... - protestou. - Pare.
Emma se afastou um pouco, olhou ao redor e percebeu que não tinha ninguém olhando. Na verdade, havia dois outros casais na pista de dança muito mais agarrados. Voltou pra mesa e comeu sua sobremesa. Depois pediram dois café.
- Acho que devemos ir. - Fael seguiu a direção do olhar dela.
- É, suponho que sim.
- Vamos voltar para a suíte e encontrar uma boa estação no rádio que toque música lenta. E dançar só nos dois. - ele sorriu maliciosamente.
- Oh, não, nem vem. Não posso confiar em você se fizermos isso. - Emma sorriu.
- Não? - havia uma falsa indignação na voz e na expressão do rosto dele. - Se há alguém que não merece confiança, é você. Sei que também ficou sentindo algo por mim depois daquele beijo. Só não entendo porque muda de assunto ou finge que não ouviu quando toco no assunto.
- Apenas fique dizendo isso a si mesmo, se o faz se sentir melhor. - ela voltou a rir.
- Aposto que vai implorar por um outro beijo meu antes da meia-noite. - Fael tentou não rir, mas perdeu.
Logo estavam as gargalhando como dois idiotas. Ele dizendo que sua missão na noite era fazer ela pedir arrego e ela afirmando que se alguém iria pedir arrego seria ele. O garçom trouxe a conta e Fael pagou. Em seguida subiram para a suíte.
- Você gosta de filmes antigo? - Emma não sabia desse gosto de Fael.
- Sim, adoro. Sempre que posso ligo a televisão no canal de filmes clássicos. - Fael pegou um dos travesseiros e uma colcha e se acomodou no confortável sofá que seria sua cama por aquela noite. - Também gosta de filmes antigos?
- Sim, principalmente os musicais. Acho que é porque há tantas roupas lindas. Quais os seus favoritos?
- Eu gosto dos de comédia e os dos machões. Você sabe, todos os tipos de homens durões e valentes.
- Se prometer se comportar, podemos procurar um filme antigo para assistir antes de dormi. - Emma se aproximou do sofá com passos indecisos.
- Não sei. - a voz dele se tornou mais provocativa. - Pode ser demais para você se aconchegar a mim e ver cenas românticas ou de suspense comigo. Já imaginou se ficar excitada demais e precisar me ter e me atacar.
- Vai sonhando, Fael Ferraz. - agora que ele a desafiara, Emma prometeu a si mesma que se manteria na decisão de apenas amizade com Fael, mesmo que isso a matasse.
Mas Fael estava absolutamente certo sobre o que falara. E quando mais ele provocava e brincava com ela, mais atraida Emma ficava. Ela também percebia isso.
- Estamos declarando guerra? Porque você sabe o que dizem... - ficou difícil pra Fael até mesmo respirar quando ela sentou a seu lado. - Que vale tudo.
O olhar dela prendeu o dele.
- Não, não estamos declarando guerra. - tentou ser o mais firme possível, mesmo quando tudo que queria era se desmanchar sob aquele olhar ardente dele.
- Você não sabe se divertir. - resmungou Fael.
Escolheram um filme dos irmãos Marx e antes do filme chegar na metade Emma adormecera. Fael não pode deixar de notar o quanto ela era especial. Muito especial para ele. Podiam ser muito bons amigos a longo tempo, mas naquela noite se ela não insistisse em manter apenas a amizade, ele começaria a lhe mostrar como seria bom ficarem juntos. No entanto, Fael também sabia que precisava ser cuidadoso, não queria cometer outro erro. Antes de perder o coração para outra mulher e aquela era uma possibilidade das grande. Precisava pensar bem, não importava o quanto ele e Emma fossem bons amigos, bons juntos ou como a considerava especial. Devia se lembrar que ainda estava ferido e como Emma se opõe a compromisso permanente. Talvez Fael a pudesse fazer mudar de ideia, contudo, era cedo demais para saber.
Com relutância ele decidiu que o melhor a fazer era levar as coisas com calma, dando a ambos a oportunidade de descobrir exatamente o que sentiam, antes de mergulhar em uma coisa que podiam não ser capazes de parar antes que machucasse os dois.━━━━━━ • ✿ • ━━━━━━
Bem, até então, está
dando tudo certo entre eles.
Eu pelo menos acho e vc?😉
Vote e comente!Ynnallima 💖💖
Obrigada por ser a primeira leitora de meu livro. Desejo muito sucesso pra você sua Querida 😘💖Ana Beatriz Lima
17 de janeiro de 2020.
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Por um milhão de dólares
RomanceTodos ainda estão a falar do casamento que não aconteceu entre a filha do ator Alex Paiva e o fotógrafo Fael Ferraz. Pois achavamos que ele estava inconsolável, mas talvez não esteja tão cabisbaixo assim. Se espalhou pela cidade que ele embarco...