Capítulo 7

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    Quando o Uber que levou Emma do aeroporto de Cozumel para o Grand resort parou diante do edifício principal, ela respirou profundamente antes de descer.
   - Bem-vinda ao Grand Cozumel resort, Senhorita. - disse o jovem carregador de malas que se adiantou com elegância para ajudá-la a descer.
    - Obrigada.
    Emma pagou o motorista do Uber que aceitou com alegria seus dólares, então seguiu o funcionário do resort para dentro magnífico saguão. Ela teve a visão rápida de luxuriosas plantas e flores tropicais, uma fonte em cascata e a ilusão de estar debaixo da água enquanto andava em direção ao balcão do check-in. Outro funcionário com um sorriso amigável e um modo competente se dirigiu a ela.
    - Posso ajudar, senhorita? - o nome na etiqueta do bolso era Carlos Peres.
    - Ferraz. - Emma tentou não parecer tão nervosa como se sentia. Decidira mais cedo ser ousada. - A reserva feita sob o nome Fael Ferraz.
    - Peço perdão, senhora Ferraz. Não percebi... - o sorriso no rosto do funcionário aumentou. - Digo... O senhor Ferraz não explicou que a senhora chegaria está tarde.
Claro que Fael não sabia que ela estava a caminho. Nunca teria descoberto que ela havia mudado de ideia. Carlos estralou os dedos e imediatamente o mesmo carregador de malas que havia levado sua bagagem estava junto ao balcão.
    - Eduardo. - ordenou Carlos. - leve a senhora Ferraz a sua suite. É a 410.
Emma abriu a boca para dizer que não era a senhora Ferraz, contudo achou constrangedor demais.     Esperava encontrar o quarto de Fael sozinha, no entanto, talvez fosse mais fácil permitir que o gente funcionário e todos os outros pensassem que ela e Fael eram casados, dessa forma pelo menos não lhe seriam lançados olhares sorrateiros durante toda a semana. Ou talvez não se importassem, havia tanto tempo que estava fora do jogo dos encontros que não sabia como aquelas coisas funcionavam agora. Apenas em pensar no quanto estava enferrujada teve outro ataque de nervos. Oh, Céus! Estaria cometendo um erro monumental? Bem, é tarde demais agora estava ali.
    Emma seguiu o entregador de malas até os elevadores escondidos atrás de um grupo de palmeiras que cresciam bem ali, no sacolão. Quando o elevador subiu suavemente, ela tentou obrigar seu coração a sossegar, porque quanto mais perto chegava da suíte, mas inquieta ficava. Se perguntou se Fael estava no quarto.  Eram quase 15hrs da tarde. Talvez ele tivesse descido para conhecer o lugar e se refrescar. Engoliu em seco. Um pensamento horrível de repente lhe atingindo. E se ele tivesse encontrado outra pessoa? Outra mulher com quem viajar. E se tivesse levado outra mulher para seu quarto? Oh não! O que faria? Seria tarde demais para se virar e voltar para casa. Ainda estava debatendo o assunto na sua mente quando o funcionário lhe atrapalhou os pensamentos.
    - Aqui estamos, senhora Ferraz. - e dizendo isso, Eduardo bateu a porta.
Emma não teve tempo de fazer uma curta oração mental, quando a porta se abriu e lá estava Fael.
    - Emma! - seus olhos eram de total perplexidade.
    - Oi, Fael. - ela engoliu e seco. Seu coração agora batia com tanta força que a assustou.
    No momento que estava pronta para dizer que lamentava, que havia cometido um erro horrível, Fael fez um gesto para o carregador de malas entrar e cuidou da gorjeta do homem.
    Emma disse a si mesmo que não era tarde demais, e ele não aceitasse ela ali ou se agisse como se tivesse mudado de ideia, e não a quisesse mais em suas férias, ainda podia partir. E partiria. Observou em silêncio quando o funcionário do Grand resort saiu e fechou a porta.
    - Por que demorou tanto? - Fael finalmente se virou para ela, estendeu a mão e a puxou para um abraço.
    Ela não saberia dizer quanto tempo ficaram ali abraçados. Mas sabia com certeza que Fael a fazia sentir coisas que nunca sentiu, nem mesmo no início da sua primeira paixão.
    - Alguma coisa errada? - ele se afastou um pouco para olhar para ela.  - Estou enganado?
    Emma cujo o coração traiçoeiro estava tentando escapar do peito, se esforçou para falar de forma firme, mas agradável.
    - Antes de qualquer coisa, tenho as minhas condições, com a qual tem que concordar, se não, vou me virar e voltar diretamente para casa.
    - Que condição? - agora havia uma expressão de cautela na voz de Fael.
    - Minha presença aqui tem que permanecer um segredo para todo mundo. Nada de romance, apenas amigos como sempre fomos. E não te deverei mais favor nenhum.
    - Você me desaponta, Emma. Pensei que fosse a própria garota "não dou a mínima para terceiros". É uma das coisas que mais admiro em você. Que não se importa nem um pouco com o que as outras pessoas pensam a seu respeito.
    Emma maneou a cabeça.

     Fael sentou-se no sofá e a puxou pra se juntar a ele. Emma recusou, sabia que se ficasse ao lado dele, logo seria completamente incapaz de continuar pensando com lógica.
   - Eu não dou a mínima para o que a maioria das pessoas pensam, mas me importo com o que Cecília vai pensar, como pode reagir e o que pode se tornar notícias escandalosas na cidade. Não quero colocar em risco meu trabalho e o da minha mãe, por causa de alguns dias de férias.
   - Por que acha que Cecília se importaria? Ela terminou tudo comigo, não o contrário.
    Emma se encolheu internamente com a amargura que ele nem mesmo tentou disfarçar. Ainda devia gostar de Cecília. Será que a amava? Seu coração apertou. Se Fael estivesse fazendo aquilo apenas para se vingar dela, Emma não queria participar.
   - É melhor eu ir embora. - a voz dela estava muito fraca.
   - Não vá. - Fael acrescentou como se soubesse os pensamentos dela. - Não te convidei a vim aqui comigo para me vingar de Cecília, se é isso que está achando. Convidei você porque somos ótimos amigos, gosto de você e depois daquele beijo, achei que surgiu algo entre nós.
   - Achou mesmo? Por que de nada valerá a declaração de um milhão de dólares em imposto atrasados que estamos trabalhando pra receber de Portia, se a Alencar eventos ficar difamada por nossa causa.
   - Achei. E concordo com você e sua condição.
   - E... Há mais uma coisa que precisamos estabelecer. - Emma ergueu as sobrancelhas e olhou em direção ao quarto.
   - Está bem. - Fael fez uma careta ao ver a expressão no rosto de Emma. - Se dividir uma cama te deixa desconfortável, eu fico com o sofá.
    Emma queria rir, mas se controlou.
   - Que tal dividirmos? Digamos duas noites pra você e duas pra mim.
   - Que tal 24hrs? - Fael olhou para o relógio. - isso nos dar até 17hrs da tarde de amanhã. Você fica com a primeira noite.
   - Está bem. - ela considerou a oferta.
   - Você adora uma negociação, Emma. - ele se levantou e estendeu a mão direita. Sorrindo apertaram as mãos como num negócio de verdade.
   - Obrigada. Você também. - seu coração se agitou, mas ela ordenou a ele que se comportasse. Tirou a mão da de Fael e fez reverência.
   - Agora que já combinamos tudo pra sua satisfação, que tal um jantar? Está com fome?
   - Morrendo. - ela não havia comido nada em horas.
   - Então, Vamos descer e comer alguma coisa.
   - Você se importa de esperar enquanto eu tomo um banho e troco de roupa? Usei essa o dia inteiro. E gostaria de vestir algo mais formal para um jantar.
   - Nesse caso, também vou me trocar.
   - Quanto tempo eu tenho? - ela perguntou.
   - O tempo que precisar e sua fome aguentar.
    Emma sorriu e se dirigiu ao quarto.

     Fael vestiu uma calça cor de carvão com uma camisa de seda branca aberta no colarinho, e segurava o blazer da mesma cor da calça no braço esquerdo. Foi para a sala de estar esperar que Emma terminasse seu banho e se aprontasse para o jantar. Ele preparou uma bebida fraca de rum, queria estar de posse de toda sua faculdade mentais naquela noite.  Pensou na negociação que fizera com Emma antes e não conseguiu deixar de rir, aquela semana seria ainda mais divertida do que ele havia imaginado.
    Estava de pé na varanda que fica sobre a piscina e o mar, o sol acabava de se pôr, a água brilhava no esplendor vermelho e dourado, quando ouviu um leve e som de tecido atrás dele. Se virou, por um momento apenas olhou atônito, a visão diante dele usava um vestido de um tom escuro de rosa, justo e sem alças, com uma fenda na frente que mostrava as pernas perfeitas, lindas pernas perfeitas. Os brincos de cristais enfeitaram a orelha e ela usava sandálias da mesma cor do vestido com saltos não muito altos. No cabelo usava sua habitual fivela em forma de borboleta.
   - Fael, diga alguma coisa.
   - Você está espetacular. - ele deixou o copo sobre a mesinha lateral.
   - Obrigada. Você também está muito bonito. - Emma passou o braço no dele e ergueu os olhos. - Vamos?
   - Vamos. - ele se perguntou como nunca tinha percebido que Emma era tão linda.
   Quando desceram do elevador, diversas pessoas estavam circulando, então, não conversaram sobre nada, em silêncio seguiram para o saguão.
   - O restaurante daqui é famoso pelos pratos de frutos do mar, mas se preferir podemos ir a outro lugar. - disse Fael deixando a decisão para ela.
   - Aqui está ótimo. Gosto de fruto do mar. - Emma sorriu para ele.
   - Eu também. - Fael sorriu de volta todo orgulhoso ao notar que no restaurante, Emma era a mais linda das mulheres presente.

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Por um milhão de dólaresOnde histórias criam vida. Descubra agora