Emma ficou em silêncio no caminho de volta para o resort. Fael até se perguntou no que ela estaria pensando, sua expressão não revelava nada e ela olhava para a paisagem. Tinha ficado um pouco queimada do sol, embora tivesse passado muito protetor solar. Estaria se sentindo desconfortável? Ou talvez apenas cansada, o sol podia fazer aquilo, minar toda a energia do corpo de uma pessoa.
- Adoraria um bom cochilo agora. E você?
- Estou um pouco cansada. - finalmente ela se virou para ele.
Pronto. Ele tivera razão, era apenas cansaço. Mas os olhos dela estavam mais escuros. O que tivera sentindo escondido em sua mente?
- Pode ficar com a cama, e prometo que dessa vez, eu a deixarei dormir.
- Pensei que essa noite poderíamos jantar mais cedo, já que perdemos o almoço. - ela sorriu.
Mas Emma não respondeu da forma que ele esperava, com alguma observação provocativa.
- Parece ótimo. - Fael sorriu como se estivesse contente. E finalmente não conseguiu mais suportar. - Emma, o que está errado?
- Errado? - ela piscou. - Não há nada errado, Fael.
- Nós dois sabemos que não é verdade. Você está calada demais desde que saímos da praia.
- Eu lhe disse, só estou cansada.
- É mais que isso. - insistiu Fael.
Ele viu o movimento da garganta dela, então ela se virou para o outro lado. Fael saiu da estrada e foi para a área da praia coberta de grama. Desligou o motor e se virou para ela, o braço sobre o encosto do assento dela.
- Olhe para mim. - pediu, a voz suave.
Ela virou a cabeça devagar e ele ficou chocado ao ver lágrima brilhando nos olhos verdes.
- Emma. - havia grande gentileza no tom de voz dele. A abraçou, ela estava quente e Fael viu o leve pulso batendo. Queria beija-la, mas pela primeira vez ficou com medo. - Por favor me diga o que está errado.
- Foi apenas um susto. - limpou as lágrimas. - Não ligue para mim.
- Tem certeza? - diante das coisas de mulheres ele sempre perdia o chão.
- Total. - ela respirou profundamente e tentou lhe dar um sorriso de verdade.
- Eu não fiz nada que tenha aborrecido você?
- Não. - finalmente um brilho provocante surgiu nos olhos dela.
- Tá certo. - ele voltou a estrada.
Se alguma coisa pudesse ter mostrado a Emma que tinha dado um passo maior que as pernas ao acreditar que podia passar aquela semana com Fael apenas para diversão, sol e amizade, sua reação as perguntas preocupadas dele, certamente lhe tirara todas as dúvidas. Era hora dela encarar a realidade. Seu coração estava se envolvendo e se não tomasse cuidado, Fael logo perceberia como ela se sentia.
Emma sabia que apesar do que ele dissera sobre não a usar para se vingar de Cecília, aquilo devia ser parte do motivo por qual ele a convidara para ir a Cozumel. Talvez ele mesmo não percebesse, mas era uma reação normal depois de levar um fora, especialmente para um homem tão confiante como Fael. Portanto, é claro que quisera mostrar a Cecília e a todo mundo que não estava sofrendo. Levar Emma para Cozumel era uma forma de fortalecer seu ego. Sim, sabia que ele gostava dela. E sim, sabia que ele gostou do sexo, mas era tudo. De repente o prazer do dia desapareceu pois, se havia uma coisa que ela odiava, era perder o controle de uma situação. E quando não apenas perdia o controle, mas também se esquecia de seus objetivos e metas, até mesmo os colocava em risco, sem mencionar o trabalho e a amizade com Fael, percebeu que precisava avaliar a situação. Está com ele podia ser divertido, mas é também perigoso, disse a si mesma. Estava brincando com fogo e podia ser queimada gravemente se não fosse muito, muito cuidadosa. Assim, se pretendia terminar os outros dois dias com Fael, seria melhor garantir que seguisse aquelas elaboradas regras de início. Desligar suas emoções, colocar uma máscara de felicidades, degustar a boa culinária, tomar sol e parar de dar muita importância ao que realmente existe no que Fael fala.
Tais pensamentos e outros giravam em sua mente quando chegara no resort e tentara dormir. Fael a deixara sozinha dizendo, provocante, que lhe daria algumas horas de sossego, pois não confiava nele quando partilhavam uma cama.
Agora Emma queria bater a cabeça com força na parede por não ter respondido da mesma forma quando ele dissera aquilo. Ela simplesmente acenara, cheia de gratidão e agora se perguntava onde ele estaria. Teria tentado dormi no sofá? Aquele sofá não comportaria sua estatura grande e alta. Ela se levantou de repente, foi ao banheiro, jogou água no rosto e passou um pente pelos cabelos. Resolveu sair para a sala de estar. Vazia. Na mesinha lateral próxima sofá, um bilhete.
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Por um milhão de dólares
RomanceTodos ainda estão a falar do casamento que não aconteceu entre a filha do ator Alex Paiva e o fotógrafo Fael Ferraz. Pois achavamos que ele estava inconsolável, mas talvez não esteja tão cabisbaixo assim. Se espalhou pela cidade que ele embarco...