Capítulo 16

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     Depois que Fael partiu, Emma finalmente admitiu para si mesma que o amava. Estava profunda, total, completa e desesperadamente apaixonada por ele e se ele tivesse dito uma só vez que a amava, ela teria alegremente dado adeus a todas suas convicções sobre relacionamento. Mas não existira amor, apenas uma amizade ameaçada ao fim por causa uma semana em Cozumel com as suas regras quebradas. Emma reviveu aqueles dias no resort, todas as coisas que haviam dito e feito, todas as vezes em que ele tinha sido doce e atencioso. Não custara nada a ele ser gentil com ela, afinal, estava tendo o que queria, não estava? Ele não a amava. E acabou. Hora de seguir em frente com suas vidas.
     As 2hrs da madrugada cansada de chorar, Emma finalmente adormeceu.
Despertou tarde, olhou para o relógio e fez uma pequena careta. Chegaria na Alencar eventos atrasada.
   - Bom dia! - falou Reed todo animado quando Emma entrou pela porta da agência.
   - Bom dia, Reed. - respondeu ela sem ânimo.
   - Dor de cabeça ou noite ruim, querida?
   - Pode se dizer que os dois.
   - Por que não me ligou? Com cinco minutos estaria com você em sua residência. - Eva entrou na sala trazendo algumas rosquinhas e um bule de café feito naquela hora.
   - Obrigada, mamãe. Não havia motivos para lhe incomodar.
    Normalmente Emma dispensava as rosquinhas, mas aquela não era uma manhã normal. Se alimentou bem e decidiu que além das rosquinhas, duas aspirinas poderiam lhe fazer bem. Felizmente, aquela não foi uma manhã ruim de trabalho, as coisas no escritório estavam entrando em controle. Sem dificuldade analisou alguns detalhes de última hora do casamento Almeida naquele final de semana, pouca coisa, nada que Eva e Reed não pudesse lidar e foi almoçar.
     Depois do almoço, Emma desejou ter mais trabalho, porque no momento tinha tempo de sobra para pensar. E pensar era a última coisa que precisava fazer. Decidiu usar o tempo livre para verificar como andavam seus concorrentes no ramo de planejamento de casamentos na região, quando a porta externa se abriu e uma sorridente Cecília, acompanhada pelo noivo Garret, entrou.
   - Olá. - Emma notou como Cecília estava linda e feliz em seu bonito vestido azul da griff de Lily. - O que trás vocês dois aqui?
   - O que mais? - Cecília Paiva sorriu. - Queremos contratar os serviços da Alencar eventos para nosso o casamento.
   - É mesmo? - Emma sorriu de volta. - E vocês já escolheram uma data?
   - Já, sim. - Garret passou um braço em torno de Cecília e lhe deu um sorriso amoroso. - Tudo que ainda não foi cancelado dos serviços para o casamento de Theo Meier, eu gostaria de aproveitar. Já entrei em contato com Portia, temos uma longa história de amizade por conta de alguns casos que ela resolveu pra mim e a mesma nos autorizou te procurar.
Garret realmente era um homem muito decente, pensou Emma. E tão mais adequado para Cecília do que Fael. Mas ela não podia pensar em Fael, pensar nele, especialmente na presença de Cecília era um caminho para o desastre.
   - Aproveitar o que seria usado no casamento de Theo, além de lhe custar menos que o real valor, terão tudo da melhor qualidade. - notou Emma.
   - E para Portia será lucro, pois nada seria utilizado e agora já diminuirá o valor de todo seu prejuízo. - acrescentou Cecília.
     Pelos quarenta e cinco minutos seguinte os três discutiram a negociação e outros detalhes que Garret e Cecília queriam que mudasse na cerimônia. Dessa vez não foi exigido nada muito complicado. Passaram a lista dos convidados, dos padrinhos, dos familiares e amigos importantes. Emma notou ser bem resumida a quantidade de pessoas.
   - Vão manter a recepção no clube?
   - Eu gostaria de fazer na galeria. - comentou Cecília.
   - Ótima escolha. - Emma concordou. - Dei muitas cerimônias de casamento lá e posso receber confortavelmente todos da lista de convidados.
   - E o que decidiu sobre as fotos? - Garret olhou atentamente sua noiva.
Emma esperou que ela não cogitasse Fael e não pedisse sua opinião.
   - Meu pai sugeriu, Fael. E eu achei melhor não discutir com ele. Tudo que temos feito ultimamente é brigar.
Emma sentiu o coração apertar.
   - Alguma coisa contra, Emma? - Cecília parecia ansiosa.
   - Não há nada contra, definitivamente nada, com toda certeza.
     Emma se sentiu um verme. Até mesmo pior que um verme. Fael era seu amigo, ou pelo menos ela achava isso. Sempre tão honesto e verdadeiro e toda preocupação dela naquele momento era precisar trabalhar ao lado dele. Tinha que ser mais profissional, até porque esse seria o primeiro de outros trabalhos juntos depois das férias que passaram em Cozumel. Com o coração apertado, se perguntou se seria possível a amizade deles ainda sobreviver.
   - Vou comunicar a Fael e ligarei para dar uma confirmação a vocês assim que possível.
   - Nós estaremos aguardando.
   - Obrigada pela preferência. - agradeceu Emma educadamente.
     Após apertos de mãos, Garret e Cecília deixaram a agência de eventos.

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Por um milhão de dólaresOnde histórias criam vida. Descubra agora