Fael pensou que aquilo era um sonho. Não podia estar realmente diante do corpo nu de Emma, movendo o sabonete pelo lado interno de suas pernas. Podia? Terminou de lavar as pernas e mergulhou o rosto em seus cabelos tão tentador bem ali. A água morna caia pelos dois.
- Oh, Emma. - a voz dele era rouca.
- Sim... - ela se afastou um pouco para poder ver o rosto dele.
- Não, não... Oh, não se afaste, por favor. - Fael a beijou de lingua.
Em segundos sentiu os espasmos começarem e lhe segurou com firmeza o corpo. Ela o circulou com os braços e libertou a boca. Fizeram amor até os corpos se esgotarem e os mantiveram juntos até seus corações diminuírem as batidas frenéticas. Exaustos lavaram um ao outro com gentileza e se enxugaram mutualmente com duas toalhas grandes e macias que pegaram no aquecedor. Não conversaram depois, mas diversas vezes seus olhos se encontraram e sorriram. Fael queria poder dizer tudo que estava sentindo, mas sabia que seria um erro fatal apressar Emma. Além disso, lembrou a si mesmo que já cometera um grande erro e não precisava cometer outro. Só amizade, foi isso que disse Emma, assim faria as coisas devagar. Desfrutaria dos dias restante e veria o que podia acontecer quando voltassem para cidade.
- Pronta para pedir aquele serviço de quarto? - ele a observara pentear os cabelos molhados.
Emma era linda, sem maquiagem talvez ainda mais, parecia muito mais jovem.
- Pronta. Sou capaz de comer um cavalo inteiro. - ela encontrou o olhar dele no espelho e sorriu.
- Eu também, vamos ver aquele cardápio.
Ao se dirigir para a sala de estar brilhante com cores de damasco, Fael se descobriu desejando mais uma vez não ter aceitado aquela proposta de só amizade. Porque naquele exato momento o que mais queria no mundo era amarrar Emma a ele e nunca mais a deixar partir.
O problema com o coração é que ele não se comportava como as pessoas queria, pensou Fael algumas horas mais tarde. Ele tinha vontade própria e não queria ouvir o que sua mente dizia. Podia ordenar que não se envolvesse com Emma durante todo dia, mas no fim, já estava envolvido e nenhuma negação fazia a menor diferença para ele. Tinha aceitado aquela situação de só amizade, bem pelo menos ela não sabia como ele se sentia e Fael estava determinado a não permitir que ela soubesse. Nunca, mesmo se aquilo o matasse.
- Um tostão pelos seus pensamentos. - o olhar de Emma estava fixo nele.
- Eles não valem nem meio tostão. - sorriu para ela.
Estavam deitados e cobertos na macia cama de casal, depois que jantaram foram direto para o quarto. Emma tirou a fivela de borboleta que usara no cabelo durante o jantar e a colocou no criado mudo antes de apagar a luz.
- Há uma coisa que estou curioso. - a voz dele era preguiçosa. - Penso sempre em perguntar e esqueço.
- O que é?
- Por que sempre usa essa borboleta no cabelo?
- Minha avó materna adora borboletas. Quando eu era pequena, ela me levava ao jardim e me mostrava as diversas espécies. Sempre plantava o tipo de flores que as atraiam e me dizia seus nomes. - Emma hesitou, então decidiu que Fael jamais riria de uma coisa que era tão importante para ela. - Quando meu pai falecera e minha mãe e eu fomos passar uns dias na casa dela, ela me deu essa fivela de borboleta. Disse que seria o amuleto da sorte para minha nova jornada.
Fael acenou.
- Bem, sei que parece bobagem. - Emma mostrava controle sobre suas emoções e agora sorriu. - O fato é que acredito que a fivela me trás sorte.
- Não é bobagem, nem um pouco. - Fael manteve a voz preguiçosa. - Parece muito valiosa.
- Sim, mas o valor não me interessa. O importante pra mim é que a pertencia e escolheu me presentear.
A declaração disse tudo e Fael não conseguiu deixar de pensar como sua vida poderia ter sido diferente se tivesse noivado e casado com Emma. Eles agora provavelmente teriam um cachorro e um gato. E Emma estaria esperando um filho seu. Ainda estariam trabalhando na Alencar eventos, pois jamais abandonariam Eva e gostam do serviço no qual as emoções das pessoas se envolvem tanto, adoram suas carreiras. Tinham orgulho de falar do sucesso que fazem em todas cidades circunvizinhas.
- Está semana está passando de pressa. - comentou Fael ao bocejar.
- É verdade. - concordou Emma - Melhor a gente descansar.
Fael adormeceu primeiro. Para um dia realmente sensacional e algumas lembranças adoráveis, isso fora o bastante. Não queria acabar a amizade com Emma. Se ela pelo menos considerasse que poderiam ter um futuro juntos, ele arriscaria tudo. Percebera isso agora. Mas ela não queria nada além de amizade, pois teve a oportunidade de se declarar e não disse nada. Nem mesmo no auge da paixão dissera que o amava.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Por um milhão de dólares
Storie d'amoreTodos ainda estão a falar do casamento que não aconteceu entre a filha do ator Alex Paiva e o fotógrafo Fael Ferraz. Pois achavamos que ele estava inconsolável, mas talvez não esteja tão cabisbaixo assim. Se espalhou pela cidade que ele embarco...