Emma não sabia muito bem onde estava quando acordou. Então, olhou em volta e encontrou Fael já tomado banho e bem vestido sorrindo para ela.
- Bom dia, Emma.
- Bom dia. - ela se levantou e começou a andar em direção ao quarto. - É sério que eu dormi no sofá?
- É. - Fael lhe segurou a mão para faze-la parar. - Por que não vamos caminhar na praia depois do café?
- Oh, adoro. Que ótima ideia.
Uma das lembranças mais felizes da infância de Emma era passar uma semana, todos os verões, com seus pais na praia. Emocionada lembrou-se de como eles faziam uma caminhada na areia durante o crepúsculo. Seus pais andavam de mãos dadas, enquanto ela corria à frente procurando conchinhas.
- Você parece triste. - notou Fael quando se dirigiam para fora. - Alguma coisa errada?
- Não. - ela balançou a cabeça. - Apenas me lembrei do meu pai. Ele adorava ir a praia.
- Você sente falta dele?
- Sinto, muita. Ele sempre nos deu muita atenção e amor. Era um bom pai e esposo para minha mãe. Sempre gentil e gostava do lar.
- Compreendo. - Fael expressou seus sentimentos com belas palavras. - Seu pai morreu a menos um ano, Emma. É natural ainda sentir bastante falta. Penso que Até depois de anos essa sensação de perca ainda vai existir.
Emma admirava aquilo em Fael, ele não ficava constrangido em mostrar seus sentimentos pelos amigos, pais ou irmãos. Embora os chamasse, brincando, de barulhentos e mandões, vira a expressão no rosto dele que lhe mostrara como eram importantes na sua vida. Ela sentiu uma fisgada de inveja, daria absolutamente tudo para ter aquele tipo de família unida feito a dele.
Enquanto andavam pela calçada que levava a praia, percebeu que o resort havia despendido uma soma considerável de dinheiro em plantas e flores. Os jardins eram lindos com uma profusão de flores, arbustos, coqueiros e gigantescas ceibas. Luzes a gás bordejavam a calçada e o brilhante sol iluminava o caminho deles. Fael manteve a mão dela na dele e Emma pensou que havia muito, muito tempo que um homem não lhe segurava a mão daquele jeito. Fael era o homem mais gentil que conhecera.
Onde a calçada terminava e a praia começava Emma tirou os sapatos, Fael também tirou os dele e dobrou as pernas da calça, então, de mãos dadas e carregando os sapatos nas mãos livres começaram a caminhar pela praia. Era um dia tão lindo, tão pacífico e romântico. O sol, as ondas suaves, a brisa perfumada, a areia fina sob os pés. Os murmuros distante de vozes misturado a música da banda do restaurante, o balanço das folhas das Palmeiras movidas pelo vento, tudo despertava os sentimentos de Emma. Num dia como aquele, todos os seus problemas pareciam muito distantes e sem importância.
- É lindo tudo aqui.
- Sim. - concordou Fael. - Lindo.
Alguma coisa na voz dele a fez lhe lançar um olhar e então descobriu que ele também a olhava. O calor a percorreu. Quase como se adivinhasse os pensamentos de Emma, ele lhe soltou a mão e passou o braço por seus ombros, num acordo mudo, os passos diminuíram a velocidade, então pararam. No instante seguinte os sapatos dele caíram na areia, ele passou os dois braços em torno dela e a puxou para junto do corpo. Por um momento, rompido apenas pelo som da natureza em torno deles, olharam-se nos olhos. O coração de Emma bateu com força enquanto ela esperava. Os lábios dele finalmente encontraram os delas. Suspirou. Os dedos frouxos deixaram os sapatos caírem e seus braços circularem a cintura de Fael. Sua boca se movia em convite e aceitação, a mente vazia sem nenhum pensamento. Houve apenas toques, calor, necessidade e sensações. Os beijos se tornavam mais e mais insistentes a cada segundo. Por quanto tempo ficaram lá se beijando Emma não sabia e não se importava, tudo se tornara paixão incandescente entre eles.
Fael e Emma se separaram com os gritos e as risadas de alguns jovens barulhentos passando. Com rosto queimando de constrangimento ela se debruçou para recuperar os sapatos. Seu coração demorou um pouco para voltar a bater normalmente.
- Pronta pra voltar?
Ela acenou. E ele se debruçou para pegar seus sapatos também. Na volta manteve o braço com firmeza em torno dos ombros dela. Perto do hotel, onde já se podia ouvir os músicos tocando, aproveitaram pra almoçar. De alguma forma Emma soube que estava destinada a estar ali, naquele lugar, com Fael, naquele exato momento de tempo. Talvez nunca mais tivessem algo além daquela semana juntos, mas estava tudo bem. Aquela semana seria o suficiente para suportar as fofocas dos linguarudos, se algum dia descobrissem que a passara ali com fael.Emma foi quem por último terminou o almoço.
- Podemos subir para nossa suite. - perguntou.
Fael ergueu a cabeça, seus olhos nos dela. Se ela desse qualquer indicação de que tudo que queria era suspender o acordo, estava pronto para isso também. No caminho ele a tomou nos braços e quando chegaram na suite a colocara no chão, Emma desejou realmente não ter feito aquele acordo idiota com ele. Por que perder aqueles dias preciosos que tinha a oportunidade de passarem juntos?
- Primeira no banheiro. - disse se dirigindo ao quarto para pegar tudo que precisava durante e depois do banho.
- Tudo bem por mim. - Fael riu. - Quer que eu procure um filme na televisão para nós dois assistir?
- Isso me parece ótimo.
- E que tal eu pedir ao serviço de quarto que mande uma garrafa de champanhe? - o sorriso dele cresceu.
- Aceito se vier alguns chocolates.
Embora ela tivesse estabelecendo o acordo de não haver entre eles, nada além de amizade, achou que não havia mal aumentar a tentação.
- Sabia que você é o tipo de garota que meu coração quer pra si?
No momento em que a informação se formou em sua mente, Emma ficou atordoada. Queria o coração dele? Apenas o pensamento fez seu coração disparar. Fizera a si, uma promessa de não se envolver em relacionamento sério por tempo indeterminado. Certamente não pretendia levar a diante a atração que começou a nutrir por Fael, a menos que estivesse pronta para se comprometer, certo? A pergunta a enervou e Emma levou um longo tempo para se despir, se refrescar e se perfumar de leve com sua fragrância favorita antes de vestir seu baby doll. Calçou chinelos de cetim, respirou fundo e abriu a porta do banheiro. Ouvira Fael entrar no quarto enquanto estava no banho, mas ele não estava mais lá agora. Percebeu pelo o som baixo da televisão que ele voltara a sala de estar. Emma quase desistiu de seu plano de tornar difícil para Fael resistir a ela naquela tarde, tirou e guardou na gaveta o roupão que acompanhava o baby doll. Passaria de propósito na frente de Fael para que ele pudesse ver claramente o que ela usava. Sabia a imagem que representava e tinha uma boa ideia do efeito que causaria nele.
Ele não a viu se aproximar, porque ela entrou silenciosamente na sala e parou junto a porta.
- Sua vez no banheiro. - falou calma.
Quando ele se virou, ficou completamente imóvel, exceto pelos olhos que se abriram muito e passearam por todo corpo dela. Fael umedeceu os lábios.
- Emma. - a voz estava rouca. - O que acha que está fazendo comigo? Não sou de aço.
Ao perceber o que ele pensavam e sentia, seu coração bateu com maior intensidade.
- Eu arrego. - ela esquecera que queria que ele tomasse a iniciativa.
Por um momento ele não se moveu e ela se perguntou se cometera um erro. Então, na velocidade de um relâmpago ele estava ao lado dela apertado seu corpo contra o dele. Emma abriu os lábios e Fael a beijou esfomeado.
- Emma Alencar. - gemeu o rosto contra o pescoço dela. - Arrega?
- Fael... - ela também gemeu segurando com força os cabelos dele enquanto ele a beijava, a lambia e a sugava.
Fael estava em fogo e a queria. A ergueu no colo e abriu a porta do quarto com um pontapé. A colocara na cama com delicadeza, não teve pressa, estava no momento de fazer tudo devagar. Quando se juntara a ela na cama, Emma lhe desabotoou a calça e passou as pernas em torno dele. Esse foi o gatilho pra ele cair sobre ela com preliminares lentas e provocantes.
- Céus. Você é incrível. - havia assombro na voz dele.
Emma também estava atônita. O que sentia era parte euforia e parte terror. Porque ele despertava um lado dela que nem mesmo sabia que tinha, a fazendo esquecer onde estava, quem era e todos os vestígios de seu tão valorizado controle. Emma soube que estava em perigo, um perigo muito grande. Não podia ama-lo.
Fizeram amor de modo jamais experimentado antes. Fael caiu sobre ela e um momento depois rolou para o lado levando Emma com ele até os corações se acalmarem e os corpos esfriarem. Os braços dele a apertaram e gentilmente lhe beijou o rosto. Uma batida na porta da sala de estar fez os dois se olharem de maneira recíproca.
- Quem pode ser? - murmurou Emma.
- Provavelmente o serviço de quarto com o champanhe e os chocolates.
- Estão atrasados. - ela riu.
- Sorte a nossa. - Fael riu e se levantou.
Sem pressa pegou sua calça no chão e vestiu. Saiu do quarto e fechou a porta de conexão com a sala de estar. Emma estendeu a mão, pegou seu baby doll e foi ao banheiro se refrescar. Quando voltou, Fael já estava sentado na cama esperando por ela.━━━━━━ • ✿ • ━━━━━━
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Por um milhão de dólares
RomantikTodos ainda estão a falar do casamento que não aconteceu entre a filha do ator Alex Paiva e o fotógrafo Fael Ferraz. Pois achavamos que ele estava inconsolável, mas talvez não esteja tão cabisbaixo assim. Se espalhou pela cidade que ele embarco...