Capítulo 26 - All I Need

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A Herdeira de Hécate

And that's all that I need, yeahSomeone else to cling to, yeahSomeone I can lean on

Capítulo 26 - All I Need (Matchbox Twenty)

- Okay, calma, Willians! - pedi, enquanto Paige me arrastava para dentro do seu chalé.

Assim que entrei, encolhi-me ligeiramente às paredes floridas, uma reação já comum a cada vez que eu ia ali. Chegava a ser assustador. Ela fechou a porta rapidamente, enquanto eu me sentava em uma das várias camas vazias. Assim como eu, Paige era filha única também. Ela sentou-se à minha frente, com uma expressão indecifrável numa mistura de raiva, curiosidade e animação. Pode-se dizer que minha amiga não é muito normal.

Ficamos em silêncio, apenas nos olhando desafiadoramente, esperando por alguma palavra ou reação da outra. O que era um pouco contraditório, já que ela que me arrastara até ali.

- Vai dizer ou não o que quer comigo? - perguntei, já preparada para vê-la irritada.

- Estou esperando você me contar detalhe por detalhe até aquela cena que deixou a cara de vagabunda da Drew no chão! - ela exclamou, ao mesmo tempo ansiosa por esses detalhes e animada com ideia de ter visto Drew com cara de bunda.

Espera... Drew?

- Ela viu?! - perguntei, arregalando os olhos.

Paige revirou. - Pode apostar, foram poucas pessoas que não viram.

Enfiei o rosto nas mãos, sentindo minhas bochechas queimando e meus olhos se tornando rosas.

- Ai que vergonha! - resmunguei contra minha pele.

- Hey, bonequinha. - ela disse, sentando-se ao meu lado na cama e me abraçando de lado, como uma boa irmã que ela se tornou para mim. - Nada de vergonha, você esperou demais para conseguir isso. - ela afastou minhas mãos do meu rosto, deixando à mostra o pequeno sorriso que meus lábios exibiam ao ver que ela estava certa. - Aliás, você está me devendo a história de como isso aconteceu!

É, acho que nem eu mesma conseguiria ficar sem lhe contar. Então, assim que ela deu a deixa, comecei a narrar-lhe os fatos. De como eu estava prestes a ir até a Casa Grande para finalmente pedir a minha missão, já que estava me preparando para ela tinha uma semana. De como Nico chegou meio afobado e envergonhado, me parando no meio do caminho, pedindo que eu fosse com ele até seu chalé. De como ele usou a desculpa de que voltaria comigo para que conseguisse que eu fosse com ele.

Contei-me da minha reação ao ouvi-lo tocando seu violão com paixão e cantando Kiss Me de maneira tão pessoal e íntima que parecia que ele a tinha escrito especialmente para mim. De como eu senti meu coração quase explodindo com a sensação boa vê-lo cantando para mim. De como eu chorei ao final da música, e de como ele secou as lágrimas, chamando-me de Anjo e pedindo para que eu não chorasse. E de como, a partir daquele momento, o apelido que ele me dera passou a significar algo completamente diferente. Eu lhe disse os motivos que ele me dera para ter tentado apagar nosso primeiro beijo da mente e de como depois ficamos conversando e nos beijando até pegarmos no sono.

E então eu lhe disse como meus olhos começaram a coçar durante minha conversa com Quíron, horas depois de eu acordar e deixar Nico no chalé, para finalmente ir pegar minha missão. Falei da chegada de Nico logo após, e finalmente aceitando que estava na hora de eu saber coisas que eu deveria ter tido ciência antes. Eu contei sobre a missão, sem deixar nada de lado o que Quíron me dissera, sobre os objetos roubados da minha mãe e o quanto eu era importante para recuperá-los. E finalmente cheguei à parte em que fiquei assustada com Nico comentando sobre meus olhos vinho.

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