Capítulo 37 - Hold On

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A Herdeira de Hécate

When all that you wantedAnd all that you haveDon't seem so muchFor you to hold on to

Capítulo 37 - Hold On (Jet)

- Como não?! - perguntei, exasperada.

Era só o que me faltava! Enfrentar duas horas de caminhada pela cidade até chegar a uma rodoviária, morrendo de fome, cansada, de mau-humor, correndo contra o tempo, para chegar aqui e a incompetente da balconista dar em cima do Nico e ainda nos dizer que não haviam mais passagens.

- Sinto muito, senhorita, mas parece que há mais passagens para até daqui três dias. - a loira depravada respondeu, mas não tirava seu olhar de Nico.

Raios, por quê eu não trouxe Travis junto comigo para comprar as passagens?!

- Nenhuma? Nem no próximo ônibus? Nem que seja num ônibus para a próxima cidade? - insisti assim mesmo.

- Parece que não. - ela disse, sem nem checar a grade de passagens.

Lançou uma piscadela para Nico, e essa foi a minha gota d'água.

- Olha aqui, sua... - eu comecei, mas logo senti algo tapando minha boca e olhei de soslaio para Nico, que segurava minha boca.

Arranquei a mão dele dali e dei as costas para a balconista, sem nem me importar com o que a mulher pensaria, e sai dali. Nico que ficasse por lá coma loira peituda. Não me importava se ele satisfizesse os desejosos eróticos dela, nem que desistisse da missão pra enfiar a cara no decote dela. Quer saber? Foda-se tudo, foda-se o mundo!

- Cris? Cris, espera! - Nico pediu, vindo atrás de mim.

Não aumentei o ritmo dos passos, mas ignorei-o completamente.

- Cristal, espera! - ele veio até meu lado e segurou meu pulso, obrigando-me a parar no meio da rua e quase trombar em uma homem que passava.

- Que é?! - perguntei rudemente, franzindo o cenho irritadamente.

- Eu que pergunto. - ele respondeu.

Eu bufei, perguntando-me até quando ele testaria minha paciência.

- Quer saber? Esquece que eu tenho coisa melhor pra fazer. - eu disse, soltando meu braço de seu aperto e caminhando até a cafeteria onde Paige e Travis nos esperavam com nossas mochilas.

Mas Nico segurou meu braço novamente.

- Esquece nada. - ele disse, virando-me de frente para ele e fazendo-me encarar a escuridão que eram seus olhos negros. - Me diz, o que eu fiz de errado?

Bufei novamente, mas contei. - Aquela vadia siliconada com uma enorme placa na testa dizendo "me coma".

Nico ainda pareceu um pouco confuso, mas eu vi o exato momento em que seus olhos negros ganharam o brilho de entendimento e seus lábios se elevaram num sorriso maroto.

- Isso é ciúme? - ele perguntou, e eu bufei pela terceira vez, prestes a me soltar novamente, mas ele me puxou de modo que bati contra seu peitoral e ele cercou minha cintura com os braços. - Sabe que não precisa ficar com ciúmes.

- Eu sei? - perguntei, brincando com o colarinho de sua camisa preta.

Nico segurou embaixo do meu queixo e levantou minha cabeça, obrigando-me a encarar seus olhos. O sorriso em seus lábios não era mais maroto, mas um sorriso genuíno de uma criança que acabara de ganhar seu doce predileto.

- Eu te amo, Anjo. Não se esqueça disso.

Meu coração se encheu de alegria, e tudo pelo que passamos desde que nos conhecemos simplesmente pareceu sumir da minha mente. Naquele momento só existia eu e Nico. Nico e eu. Apenas nós dois em nossa bolha particular de perfeição. Era incrível o efeito que uma frase ou um apelido surtia em mim, mas isso não teria importância se não fosse pronunciado por ele.

A Herdeira de HécateOnde histórias criam vida. Descubra agora