Primeiro mês

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Elisa


Eu e Patrícia estávamos nos saindo muito bem. Ela sempre ia para minha casa e transávamos bastante. Mary descobriu nosso relacionamento e ficou questionando no começo. Seu namorado, o Henri não gostou muito da ideia pois achava aquilo um absurdo e que o amigo dele era a melhor opção. Patrícia ficou com medo caso a Mary não aceitasse, mas no final ela achou tudo tranquilo. Só me ameaçou que se eu não cuidasse bem dela, eu iria acabar me arrependendo. Nós rimos de tudo o que ela disse. Tinha dias que ela dormia lá em casa e dias que eu ia pra dela. Ás vezes eu achava ela preocupada quando seus pais ligavam pra ela. Na última ligação de ontem à noite, estava com um semblante triste e me contou que seu pai estava muito doente. Eu a acalmei e disse que ia ficar tudo bem. Eu adorava reconfortar ela, mas tinha que marcar a viagem para ir ficar com sua mãe cuidando dele. Ela não sabia ao certo quando ia voltar, mas a apoiei em tudo.

Arrumou todas as malas? - perguntei guardando sua escova de dente em uma das bolsas.

- Sim. - respondeu fechando o zíper da mochila. -  só falta pegar meu carregador.

- Vou sentir saudades. - me aproximei e dei um beijo lento. Adentrei meus dedos em seu cabelo e fiz um carinho.

- Eu também vou Elisa.

- Já faz um mês que estamos nesse rolo. - disse rindo e ela concordou com a cabeça.

- Pois é! Só espero voltar logo para fazer muito sexo com você.

Seu rosto ficou vermelho na hora. Ela era branca e aquela cena é linda demais. Ver ela corar por timidez me deixava vulnerável. Ela era linda de qualquer forma.

- Te garanto que sexo e carinho não vão faltar pra você. Vou sentir tanta falta que quando voltar , não vai ter nem tempo de respirar.

Ela sorriu e me beijou novamente. Fez carinho em meu rosto e apertou minha bunda.

- Você é demais Elisa!

- Eu sei que sou.

- Convencida.

- Demais! - minha voz saiu fraca e voltei à abracá-la. Seu perfume era doce e sua pele macia. Ia sentir muita falta só no primeiro dia. - Vou te mandar mensagens todos os dias , ok ?

- Ok !

Ajudei à levar suas bagagens e novamente perguntei se ela queria que um motorista particular levasse. Ela não queria discutir isso e disse que estava bem. A distância entre Chicago e Milwaukee eram  menos de duas horas. Mas eu me preocupava com ela. As estradas estão muito perigosas e disse que assim que chegasse ela para me ligar.

Ela entrou no carro e foi embora. Eu fiquei olhando o carro desaparecer de minhas vistas. Voltei para minha casa e me deitei no sofá. Liguei a TV e fui ver o que estava passando. O domingo já começou assim, com ela longe de mim.

Volte logo. 

Meus pais me mandaram mensagem dizendo para eu ir almoçar com eles. Fiquei assistindo até dar a hora de ir. Depois de duas horas ,uma mensagem de Patrícia chega em meu celular avisando que ela estava bem.


Graças à Deus!

Cheguei na casa de meus pais e vi que Chloe também estava. Ela se levantou e veio me abraçar.

- Huumm! Cadê a namorada? - ela disse piscando para minha mãe que fez com que ela risse também.

- Ela teve que voltar pra casa dos pais. O pai dela está doente, mas não vejo a hora dela retornar.

Minha mãe veio e me abraçou. Na semana anterior eu havia levado Patrícia para um jantar com meus pais. Eles se encantaram com ela e desde então sempre me perguntam como nós duas estamos indo juntas. Isso era demais. Saber que meus pais estão sempre ali pro que der e vier.

...

- O almoço estava uma delícia. - respondi para todos.

- A sua mãe sempre cozinhou muito bem. - meu pai disse jogando um beijo para sua amada.

- Que isso! Não sou tão boa como antes. - minha mãe protestou.

Meu pai ficou falando de como conheceu a minha mãe e quando ele foi pela primeira na casa dela e ela fez um jantar maravilhoso que fez com que meus avós paternos amassem ela. Era tão lindo ver a história dos dois. Eu e Chloe ficávamos sempre encantadas. Os dois eram perfeitos um para o outro.

- Mudando de assunto Chloe e Elisa...eu vi os orçamentos das empresas e vocês realmente estão de parabéns.

- Obrigada! - Chloe respondeu.

- Seria melhor se o senhor estivesse lá. - respondi bebendo uma taça de vinho.

- Oh não filha! Quero me aposentar. Chega de dores de cabeça. - se rendeu com as mãos pra cima. Caímos na gargalhada. Meu pai realmente merecia sossego, ele trabalhou muito naquela empresa e batalhou bastante para chegar onde está. 

Ficamos a tarde assistindo filme e quando estava anoitecendo , Chloe e eu fomos passear pela vizinhança.

- Sabe Elisa...- ela disse pegando um chiclete que estava no seu bolso de trás e colocando-o na boca. - se não fosse você, eu não saberia com o que estaria trabalhando agora.

- E eu não saberia o que fazer se não tivesse sua ajuda. - respondi na mesma hora. Rimos e continuamos andando.

- Você gosta dela? Tipo... de verdade?

- Sim. Gosto muito. Ela me faz ver as coisas de um modo melhor.

- Isso é bom. Espero que seja feliz e eu a madrinha de casamento. - ela disse dando um tapa em meu ombro.

- Oh não... isso nem passa pela minha cabeça. Estamos nos conhecendo ainda. É tudo muito novo pra ela. E não quero estragar nada.

- Entendo.

- Está tarde. Vamos voltar.

- Vamos.

Me despedi de meus pais e fui embora. Falei quase duas horas com Patrícia ao telefone e ela disse que o estado de seu já está melhor, mas que ia ficar alguns dias lá só para garantir.

Coloquei um filme e me deitei na cama. Fiquei assistindo até cair no sono. Amanhã eu tinha que resolver muitas coisas na empresa. O natal estava quase chegando e as vendas aumentava cada vez mais nessa época do ano. 

Que seja um novo dia!

Querida PsicólogaOnde histórias criam vida. Descubra agora