Acidente

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Elisa

O almoço com Dylan foi excelente, ele se recuperou muito depois do acidente , mais tarde eu e Patrícia fomos pra casa . Ficamos a tarde inteira assistindo filme , quando foi mais pro anoitecer eu recebi uma notícia de um número que eu não conhecia . Eu fiquei pasma quando soube o que tinha acontecido . Precisei me sentar mais uma vez e Patrícia veio ao meu encontro perguntando o que houve.
Aquilo não podia estar acontecendo . Me ligaram de um hospital de Chicago dizendo que meus pais sofreram um acidente trágico e o estado era gravíssimo . Eu quis chorar naquele momento , mas eu precisava concentrar na conversar da mulher do outro lado da linha. Desliguei o telefone e expliquei pra Patrícia o ocorrido, me abraçou e disse que ia ficar tudo bem. Eu derramei lágrimas e pegamos o primeiro voo de volta pra casa.

...

Ver meus pais deitados em uma cama com ajuda de um aparelho respiratório era o fim do mundo pra mim. O médico nos contou que eles estavam dirigindo quando um caminhão veio e colidiu com o carro. O caminhoneiro estava com cheiro de bebida e  sofreu apenas alguns arranhões . O veículo estava irreconhecível e a batida foi tão forte que o médico disse que não podemos dar expectativas no momento . Eu desabei nos braços de Patrícia e chorei como um bebê . Aquilo não podia estar acontecendo e perder meus pais agora seria a pior coisa que podia acontecer . Minha mulher não desgrudou de mim nenhuma vez, apenas para me trazer remédios e água . Já se passaram quatro dias e nenhuma melhora. Eu estava cansada e não queria ir pra casa. Eu só ficava ali, tomava banho no mesmo quarto que meus pais estavam e não queria comer direito .
- Meu bem, você precisa ir pra casa descansar um pouco . - Patrícia veio e se agachou em minha frente segurando minhas mãos .
- Não quero sair daqui. Por favor não insista.

Escutamos o aparelho fazer uns barulhos muito rápido e logo corri para chamar as enfermeiras para ver , chamaram o médico e tiraram eu e Patrícia do quarto. Eles não queriam nos contar e vi outras duas mulheres entrando com um carrinho que me parecia de parada cardíaca . Meu pai tinha que resistir, ele era forte e eu confiava nele. Ficamos por mais ou menos uns quarentas minutos até que o médico saiu e disse com a cabeça baixa que ele não suportou.
Eu quis gritar. Eu chorei tanto e Patrícia ali me abraçando não era a coisa que eu pretendia no momento. Eu queria meu pai, fui até o quarto e encontrei ele lá . Todo entubado e com varios aparelhos no peito. a enfermeira estava preparando para tirar tudo dele. Acariciei seu rosto e a lágrima não parava de cair.
- Papai!! Por que fez isso comigo papai? O senhor não podia me deixar aqui sozinha agora . Como vou administrar tudo sem você me dando sermão ? Fala comigo , hein!?

Não !

Nada funcionava .

Meu pai se foi e ao lado minha mãe não me respondia e não respondia a nada. Chloe e meus tios entraram no quarto e todos também se sentiam mal. Eu a abracei , minha família aqui era mais fácil lidar, mas eu tava triste demais e só queria estar ali abraçada com meu pai.
- Vai dar tudo certo Elisa. - Chloe tirou uma mecha de cabelo meu que estava no olho e colocou pra trás . Me abraçou e minha tia chorava também ao lado ao ver sua irmã numa cama sem poder fazer nada.
A noite seria longa e eles tinham que retirar meu pai logo dali.
Minha cabeça não estava bem naquela hora. Eu estava cansada e foi quando Chloe me deu um comprimido que fez com que eu dormisse .

Querida PsicólogaOnde histórias criam vida. Descubra agora