Advogado

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Acordei triste. Bolado, pra definir melhor. Talvez a única coisa boa que tenha acontecido ontem foi a noite com Hinata, que pareceu realmente se preocupar comigo e isso me motivou um pouco. Mas mesmo a sua gentileza para comigo não era o suficiente pra me animar.

Era a primeira vez que eu participava como diretor no lançamento de algo na empresa. Eu fiz tudo e me empenhei de verdade, sentia como um teste que meus pais haviam me dado e eu passei. Fiz tudo direitinho, mas esse problema atacou minha ansiedade e me fez pensar em mil coisas. Não consegui dormir e ainda não sei o que fazer. Estou desolado e desesperado.....desolarado.

Mas eu estava, mesmo que em pequenas condições, animado para resolver a situação. Até porque ficar triste e chorar não resolveria o problema. Depois de um bom banho e uma bituca de cigarro, podemos dizer que eu estava bem melhor.

Cheguei na empresa mais cedo do que de costume. Estava com meu grande copo de café e fui para minha sala. Sentei e já abri meu notebook, focado em resolver o problema. Ouço batidas na porta mas não dou muita importância. Quem quer que fosse, abriria com a minha permissão ou não, aliás não sei porque havia a porta.

Com o barulho da maçaneta, meu olhar se moveu automaticamente e logo vi os olhos claros de Hinata, acompanhado de seu rabo de cavalo caindo por cima do ombro. Ela me dava um sorriso e eu percebia como estava receosa de entrar.

- Pode entrar Hinata. - vi seu sorriso se alargando e ela fechando a porta. Se aproximou da cadeira e se sentou.

- Bom dia Naruto. Está melhor? - minha relação com Hina ficava cada dia melhor, mesmo que em boa parte eu adoraria ficar com ela novamente, sei que a amizade que tínhamos, embora pequena, era sincera.

- Estou Hinata, com certeza. Obrigada de verdade por ontem, você me ajudou muito. - ela sorriu novamente e apoiou seus cotovelos na minha mesa.

- Não foi nada loiro. Mas me deixou preocupada de verdade. E agora não adianta esconder de mim que houve uma coisa muito séria pra te deixar daquela maneira. - eu só conseguia rir do seu jeito, parecia tanto uma mamãe enrustida numa puta de uma gostosa. - Saiba que eu estou muito mais que disposta a ajudar se você estiver disposto a me deixar fazer isso.

Por um breve momento pensei se seria certa a atitude de contar para ela um problema da parte administrativa da empresa. Que teoricamente devia ser mantida em segredo. Mas eu já estava a mercê do problema, do desespero, do medo. Não me restava muitas opções e muito menos eu estava afim de ir contra elas.

- Não acho certo falar isso pra você, mas no momento, nada está dando certo mesmo. Pois bem, começou quando...

~•~

- Otsutisuki? - Hinata fazia uma cara de dúvida, provavelmente tentando saber quem são. - Aa! Os donos de imóveis de Nova Yorque não é? - pelo visto eram realmente conhecidos.

- Eles mesmo. Nos deixaram a mercê e querem um valor mais alto. - encostei na cadeira lembrando o quanto isso era problemático. Olhei para Hinata que estava pensativa. Não falava nada e andava de um lado para o outro na sala.

Até que em uma cara de espanto, como se tivesse lembrado de algo, ela se senta a minha frente.

- Vocês assinaram algum contrato? - perguntava direta e focada.

- Não, assinaríamos semana que vem. Por que? - a partir desta fala ela começou me olhar com a dúvida expressa em seu rosto.

- Como estão exigindo o espaço se nem assinaram algo comprovando a compra ou a autoridade pelo local? - aparentava estar indignada agora.

O AcordoOnde histórias criam vida. Descubra agora