O Acordo

Término do Expediente

Naruto realmente é muito atencioso comigo. Prestou atenção e fez questão de entender e discutir todas as propostas. Não só ele, mas essa empresa inteira é muito dedicada, o que me motiva ainda mais a trabalhar aqui.

Estava dando uns retoques finais ao relatório, faltava menos de meia hora para ir embora. Entregaria ao loiro e ficaria aqui, que nem uma doida, esperando a resposta.

O importante mesmo, é que tudo vai ser entregue com o maior capricho e dedicação, o que me deixa ainda mais feliz com esse lugar é que venho tendo muita oportunidade de mostrar o meu trabalho da melhor forma possível. Com Naruto então, que também tem um trabalho impecável, era a dupla perfeita pro sucesso.

Bom, terminei. Sai da sala e levei para Naruto. Vi ele sumindo naquele elevador e o meu nervosismo aumentando. Eu confio no que faço, sei que está bom, mas a espera de uma conclusão sempre me deixa aflita.

Entrei para a sala de novo. E lá fiquei. Vendo algumas coisas no computador e terminando outras tarefinhas minhas. Como verificar os e-mais recebidos, enviar para Naruto informações adicionais para as futuras negociações e por aí vai.

Eu queria a resposta hoje, mas dificilmente a receberia. É pouco tempo para decidir algo, mas de qualquer forma, continuaria ansiosa. Não passou muito tempo que pensei isso, Naruto abre a porta.

- Entregue mocinha. - meu coração gelou.

- E o que ela disse? - pergunto com a mão no peito, de tão nervosa que eu estava.

- Ele. Meu pai que recebeu, ele só vai dar alguma resposta pra outra semana viu. No momento ele está cheio de compromissos. - merda. Minato me elogiou da última vez, mas era um, dois pra ele mudar de ideia. - Ei. - Naruto me olha. - Relaxa, você fez um ótimo trabalho.

- É difícil relaxar, mas sei que vai dar tudo certo. Nós fizemos um ótimo trabalho. - faço questão de frisar que ele fez isso junto comigo.

- Ah, eu sei uma ótima maneira de te relaxar Hina. - eu via em seu rosto, um sorriso malicioso. E eu? Ficava dividida entre retornar suas intenções e me manter profissional.

- Acho que você tem problema de memória.

- Problema? Como assim? - o loiro se levantava e ia em direção a janela.

- Parece que esquece que estamos no ambiente de trabalho. Fica com essas gracinhas de duplo sentido. - desligando o computador, começo a arrumar minhas coisas para ir embora.

- hahaha. Vai me dizer que você não tem fetiche com isso? Você só não tem cara, mas é muito danadinha. - AH! O QUE?

- Eu descordo totalmente. - sentada como estava, apenas sinto as mãos de Naruto, acariciando meu pescoço. Eu não preciso explicar o quanto ele facilmente me dominava né? Apenas carícias leves podiam me instigar por completo.

Não sabia o que as carícias significavam, podia ser para me relaxar, afinal eu estava tensa,
por isso, contrariando a minha conduta no trabalho, deixei que ele continuasse e enquanto isso, ia arrumando minhas coisas.

Meu corpo simplesmente não queria negar aquele carinho e eu não lutaria contra, não agora que tudo estava esclarecido e acertado entre nós. E pelo que me lembro....não selamos direito nosso acordo....

Do reflexo do computador desligado, via Naruto se sentando na parede da janela, apenas a usando de apoio para o seu quadril. Continuei como estava, sem ver o que suas mãos escondidas faziam. Ele junta meu cabelo e o sobe, deixando meu pescoço e nuca totalmente a mostra. Sem mais nem menos, ele beija.

Me arrepio por inteira. Seu cheiro veio como uma onda, junto das sensações que ele me trazia, eu me deixava levar. Querendo ver onde tudo aquilo ia dar. E ele continuou, me beijando e suspirando propositalmente no meu ouvido, roçando sua pequena barba em meu pescoço. Eu não conseguia não me render a situação. Na verdade eu consigo, só não quero. Minha mente em contrário com meu corpo, só me deixavam mais vulnerável às carícias.

Em puro deleite, encosto minha cabeça na cadeira. Olho pra ele, embora naquele ângulo, nossos olhos não tivessem contato direto, eu via claramente, seu sorriso malicioso e seus olhos analisando a minha face inteira. Ele coloca a mão em meu queixo, e com seu dedo polegar, acaricia minha boca e então ele me beija.

O silêncio dominava aquela sala, até esse momento, quando apenas se ouvia o estalo de nossos beijos. E que beijo. A pausa era apenas para selinhos molhados, logo voltávamos a nos beijar, de novo esquecendo do lugar onde estávamos, quando que sem esperar, ele tira uma de suas mãos do meu rosto, e desce seguindo todo o meu pescoço, eu entendia claramente o que ele queria. E concordava.

Sua mão desce direto em meu seio, e ele larga a minha boca para soltar um som de desejo. Como se fosse um som que me alertasse que ele queria muito, mas se segurava. Tirou sua mão, e novamente colocou em meu peito, agora por dentro da blusa.

Eu? Estava doida, apertando as pernas, beijando ele e sentindo sua mão me acariciando da melhor forma possível. Eu estava presa, não conseguiria sair nem se quisesse.

Ouvimos um barulho.

Seu celular tocou.
Affffff.

Ele termina de me beijar já resmungando a triste quebrada de clima, parece que isso é algo que nos segue não é?

Isso foi bom na verdade, precisava retomar a situação, estávamos em ambiente de trabalho. E onde se ganha o pão, não se come a carne.

Ele saiu para atender o celular, e deixamos ali, a sala com o nosso cheiro e o eco dos nossos beijos. Se paredes falassem, eu adoraria que elas me repetissem o que aconteceu aqui.

Sorri sozinha, pensando o quanto isso era divertido e atraente. Desligo a luz, fecho a porta e saio em direção ao elevador. Aperto para o térreo. Já pedindo meu táxi.

Saio me despedindo dos funcionários e pouco tempo depois, meu táxi chega.

~•~

Estava em casa já, de pijama, não, pijama não. Era uma das blusas do meu irmão junto de uma calcinha enorme. Deitada na cama, comendo um balde de pipocas, eu assistia um filme. Um clichê qualquer e previsível, apenas pra satisfazer as lacunas de carência dentro de mim.

Apesar do trauma, um romance saudável acrescenta muita na vida, eu não gostava de pensar nessas coisas, porque minha mente logo me direciona a ele.

Inclusive, ele. Que me fez passar aquela vergonha no dia que sai para jantar com Naruto, não sei como consegui disfarçar todo o ódio que eu sentia dele, seria possível que nunca teria um momento de paz? Já não era para ele ter voltado para sua cidade? O que ele ainda faz aqui? O que ele quis dizer com aquilo?

Chega.

Eu não vou me martirizar por isso, Kiba sempre foi assim, não tenho que estar surpresa por essas atitudes dele. Mas minha intuição não me deixava em paz quando lembrava disso...

Pego meu celular pra me distrair. Jogar, conversar, qualquer coisa que me tirasse esses pensamentos. E por sorte, apareceu algo muito mais que inesperado.

"Oi! Peguei seu numero com o Shino"
"Queria te pedir desculpas por aquele dia, vc parece que saiu irritada e smp sinto q atrapalho vcs dois. Desculpas mesmo"
"Ah! É o Itachi aqui"

Não preciso explicar o quanto isso me enlouqueceu né? O cara que eu queria pegar, tinha acabado de me mandar mensagem.

Eu não sabia nem como responder. Sua foto de perfil, mostrava um sorriso, o que me chamava total atenção para seus lábios. Os quais eu queria tanto beijar.

"Ah eu não fico irritada não kk. A culpa é totalmente do Shino."
"Não consigo me irritar com alguém que faz tão bem pro meu amigo"

Bom, está na hora de usar todas as minhas técnicas pra continuar a conversa com ele. Empolgada como estava, até esqueci do filme.

E ali fiquei, trocando mensagens com ele.