Distração

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Estava saindo feliz e iluminada da nova empresa em que, agora, trabalho. Finalmente havia conseguido um emprego fixo! Estava louca pra chegar em casa, ligar para minha família e após contar a novidade, beber um excelente vinho, afinal, hoje eu mereço.

Mas mudei os planos, quando ao sair da empresa, senti meu pulso sendo apertado e em seguida eu sendo puxada, devido ao horário de pico com outros funcionários não consegui enxergar quem fazia tal atrocidade, estava difícil até me soltar sendo inutilmente fraca.

Quando, não muito longe, reconheço o sujeito pelas roupas, de certa forma fico mais aliviada, mas o corpo continua tenso. Ele me puxou a um lugar um pouco mais vazio, tirou a touca e me sorriu.

- Quanto tempo não é mesmo?- disse Kiba, com um sorriso de lado.

- É certo mantermos distância quando terminamos com a pessoa. Como sabia onde eu estava?- disse curta e grossa.

- Foi apenas um palpite de sorte. Podemos ir a um restaurante e conversar sobre a sua decisão do término? Certeza ela foi precipitada. - Disse com tanta educação, que parecia que eu conversava com qualquer pessoa, menos Kiba.

- Sinto muito, a decisão não foi precipitada e já tenho compromisso.
- mentira claro - Isso não quer dizer que eu aceitaria sair com você qualquer outro dia. Acabou e ponto final.

Quanto estava colocando minha bolsa, pronta para sair daquela situação inconvincente, em meu braço, sinto novamente o mesmo sendo segurado de forma estúpida e grossa e uma fala, que me deixou tensa e nervosa, sendo sussurrada em meu ouvido:

- Eu não estou brincando Hinatinha, nós precisamos conversar.

Falou tão devagar que meu corpo estremeceu, eu queria apenas chorar e fugir dali. Mas não podia deixar, não novamente, ele me tratar desse jeito. Eu me virei para ele, soltando meu pulso de sua mão, e apontando-o para ele:

- Não vamos conversar, espero que entenda isso. Não somos e nunca mais vamos ser namorados!

Sai correndo dali, sem esperar qualquer outra reação, junto à multidão, aproveitei a camuflagem e entrei em uma cafeteria qualquer, queria ver se ele iria me seguir ou pelo menos se eu podia sair de lá em segurança.

Minha mente estava atordoada, sentei-me e pedi um café, precisava me acalmar. As lembranças que eu estava, dificilmente, conseguindo esquecer, voltaram à tona. O cheiro dele, a voz dele, o tom que ele fala, a sensação que ele me traz, o modo negativo como ele mexe com o meu corpo, tudo, tudo, rodava em minha cabeça me deixando aflita. Eu precisava de distração! Peguei meu café e deixei o dinheiro a mesa. Sai decidida, precisava beber!

Procurei ao celular um local adequado pra isso, encontro um pequeno clube, chamei o táxi e esperei-o dentro da cafeteria, só por precaução. Já dentro do táxi, retiro o blaser que usava para o local de empresa, estava com um vestido tubinho, decotado,super colado e ia pouco acima do joelho, com um salto scarpin, fechava o conjunto. Precisava tirar a aparência de escritório, procurei um batom dentro da bolsa e achei o típico vermelho. Por hora estava bom, lá dentro eu veria como faria.

Ao sair e pagar o táxi, o cheiro, a iluminação e o som do ambiente, me invadem me deixando mais leve, eu realmente precisava daquilo. Entrei com toda confiança e fui direto ao bar.
A música estava muito envolvente, gostosa de se ouvir, me fazia querer dançar. Olhei em volta, e via inúmeras oportunidades pra me divertir e com sorte eu não deixaria passar nenhuma.

Com o instinto de diversão ativo, cruzei as pernas, fazendo com que o vestido subisse e marcasse as belas curvas que eu sabia que tinha. Joguei o cabelo todo para um lado, deixando meu perfil do outro lado bem à vista e marcante. Balançando uma das pernas, encostei meu cotovelo no balcão e a mão ao queixo, chamei o barmen e pedi 2 doses de tequila, a bebida que eu era mais fraca e uma Death in the Afternoom (uma mistura de champanhe e absinto), qual demoraria mais a ser preparada. As duas doses desceram queimando, e já sentia meu corpo se acendendo. Como resultado, estava mais corajosa e já olhava mais especifica, procurando algum entretenimento.

O AcordoOnde histórias criam vida. Descubra agora