19- ANO NOVO

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E enfim, véspera de ano novo.

As meninas e eu vestimos nossas melhores, mais brilhantes e curtas roupas, colocamos uma maquiagem igualmente chamativa e vamos para uma balada que está abrindo hoje.

Embora esteja frio, não é o inverno mais gelado de todos. E as baladas são aquecidas, então pouca roupa não é um problema.

Não sou de ir muito em baladas, afinal trabalho em uma boate, e mesmo quando não trabalhava, não curtia, mas elas me deixaram animadas para essa. 

Começamos a beber em casa e ao sair na rua, já estamos todas alegres demais. Mas não somos as únicas assim, Afinal, é Las Vegas. 

Quando chegamos, já está lotado e a música deixa impossível conversar. Mas ninguém tá ali pra isso. Queremos beber e dançar. E quem sabe, encontrar alguém interessante pra beijar a meia noite.

Começamos dançando todas juntas, mas com o tempo cada uma vai pra um canto com um cara aleatório. Menos Gina, que vez ou outra tem que discutir com um cara que não sabe o significado de "não". Até mesmo Hillary, que acabou de levar um pé na bunda e está desenganada da vida, está por aí beijando bocas. Eu, por outro lado, não levei um pé na bunda pois não quis deixar chegar nesse ponto.

Depois do natal, eu disse a Harry que era melhor não nos vermos mais. Afinal, eu sei que não deveria me apaixonar por aqueles olhos e jeito calmo de falar, por aquela voz rouca e risada que sempre me faz rir também, pelo seu jeito de se importar mesmo que não tenhamos nada sério. Sei que seria burrice me apaixonar por ele. Mas meu coração? Pff, o idiota não sabe de nada. E ele estava caindo, fácil, fácil, como nunca caiu por ninguém antes. Eu não poderia deixar isso continuar acontecendo.

A sua reação quando eu falei para nos afastamos, foi simplesmente um silêncio seguido de um " você tem razão." E então eu desliguei o telefone sem saber sobre o que ele estava falando.

Eu tenho razão sobre ter ido longe demais? Sobre gostarmos um do outro mais do que deveríamos? Ou simplesmente sobre termos que nos afastar?

Mas isso não importa mais. Nunca mais o verei e isso é bom porque pretendo voltar com meu trabalho, meu trabalho real, quero dizer, assim que ele for embora. E tudo voltará ao normal.

Vou comprar mais bebida e encontro um cara na volta. Tenho certeza que já o conheço, ele diz que a gente já ficou em algum momento da vida, eu realmente não me lembro quando. Mas deixo que me segure e desça as mãos pelo meu corpo enquanto dançamos e nos beijamos.

Beijo ele com mais vigor quando percebo que não estou sentindo nada. É como estar beijando uma parede fria, não me causa emoção nenhuma.

Bufo e o empurro pra longe. Ele me olha sem entender e diz algo que não escuto. Volto pro bar e bebo mais.

Antes da meia noite, as meninas aparecem.

— Gente. — diz Amy, gritando para ser ouvida. — Vamos fazer uma tatuagem?

— Uma o que?

— Tatuagem! Tem um estúdio aqui na frente.

Todo mundo hesita.

— Eu topo! — Digo e viro meu copo, terminando tudo num único gole.

Gina me olha como se eu fosse louca.

— Qual o problema? Você sempre quis uma. — digo.

— E você não.

— Mas a vida é só uma, caramba. Precisamos de uma tatuagem.

Todas então concordam e vamos até o tal estúdio em frente a boate.

— o que você tatuou? — Gina pergunta.

A Assassina de Vegas | H.S.Onde histórias criam vida. Descubra agora