Depois que chego do jantar com Harry, estou me sentindo péssima. Não fui a melhor companhia para ele esta noite e mesmo sem saber o motivo, ele fez de tudo para me animar.
Por mais acostumada que eu esteja, depois de fazer um trabalho preciso de um tempo pra voltar a mim, e ainda briguei com a Gina, sendo o próprio Harry o motivo. Então realmente não estava bem.
Ele me acompanha até em casa e antes que ele vá, lhe beijo como se nunca mais fosse ter a chance, querendo muito que ele partisse amanhã mesmo, apenas para facilitar a minha vida.
Porém o mesmo pensamento me causava muita tristeza e isso me deixava irritada.
Harry mudou minha rotina nas últimas semanas em que esteve aqui e agora eu só penso nele e quero vê-lo sempre. Eu imaginava que uma das consequências de me aproximar dele, poderia ser acabar presa, mas não Imaginei que poderia ser presa a ele.
E é assim que eu estou. Presa a ele por um sentimento que não pode ser mantido.
Mesmo cheia de sentimentos conturbados, durmo rápido. Mas acordo várias vezes durante a madrugada por causa de pesadelos que há tempos não tinha.
Coisas relacionadas a meu pai, a pessoas que matei, e agora a minha mãe e… Harry.
Quando me levanto pela manhã, ainda sinto que não dormi o suficiente.
Gina ainda não voltou pra casa. Alimento tequila, bebo um café puro para acordar e tomo um banho.
Estou saindo do banheiro quando Harry me liga. Até penso em deixar tocar, voltar a me afastar, mas já tentei isso antes e não funcionou. Então Dane-se.
— Oi. — atendo.
— Oi. Te acordei?
— Não, tô acordada há um tempo.
— E essa voz? Ainda tá chateada?
— Qual o problema com a minha voz?
— Parece pra baixo.
— Algum motivo especial pra ter me ligado? — troco de assunto.
— Ia te chamar pra vir aqui mais tarde.
— Não sei, Harold, acho que não sou a melhor companhia no momento.
— Como assim?
— Bom, você viu ontem…
— Você só está preocupada, por causa da sua mãe, eu te entendo. E além disso, teve aquele desentendimento com sua amiga. É normal ficar assim. Mas nunca conseguiria ser uma má companhia.
— Meu deus. — digo chocada ao que ele me arranca um sorriso. — Você existe mesmo ou é só uma alucinação minha?
— Eu existo e estou te esperando mais tarde.
— Vai ter que trabalhar hoje?
— Sim. Me ligaram agora a pouco. Há novidades no caso em que estou trabalhando. Finalmente.
Isso me deixa alerta.
— Hm… que tipo de novidades?
— Eu não sei ainda. Preciso ir. A gente se vê, então?
— A gente se vê, Harold.
Passo o resto do dia com o mesmo sentimento ruim de quando acordei. E isso piora quando chego para visitar minha mãe, que continua péssima.
Ela parece mais confusa do que nunca e não me reconhece, preciso sair do quarto quando ela tem outra crise de falta de ar.
Me sinto desamparada e com raiva de tudo. Dos médicos, por não estarem fazendo ela melhorar, do meu pai, por não estar ali, do universo por ter permitido que minha mãe adoecesse…
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A Assassina de Vegas | H.S.
Hayran KurguOnde Astrid é a assassina de aluguel mais procurada de Las Vegas e conhece Harry, um agente especial do FBI que não medirá esforços para prendê-la.