Coloco a peruca Chanel, meu sobretudo preto e botas. É um dos meus visuais favoritos. Gina diz que pareço mortal só de olhar.
Quando chego no local marcado, o esquema é o de sempre. Aviso que cheguei, subo, evitando olhar diretamente para as câmeras, e entro no quarto.
Robert me espera na sala de estar do quarto, servindo champanhe, uma vista incrível através da sacada de vidro.
— Maya.
— Robert.
— Que bom que chegou. Servi champanhe pra gente.
Esse é um dos hotéis mais caros da cidade. A suíte é enorme e luxuosa. Vejo que há pétalas na cama. Interessante.
Robert tem a postura que já vi diversas vezes, quer mostrar que tem dinheiro, que é poderoso, às vezes usam isso pra compensar certas faltas, se é que me entende.
Ele se aproxima de mim e antes que eu perceba, me puxa pela cintura e me beija com uma força desnecessária.
Sorrio quando nos soltamos e o puxo pela gravata até a cama.
— Deita.
— Danada você. Mas eu prefiro ser o que dá ordens.
— Claro. Apenas deite que vou servir você.
— Gosto disso. — me olha dos pés a cabeça. — Você está um pouco vestida demais, deixa eu te ajudar.
Antes que ele "me ajude", empurro ele pra cama e sussurro em seu ouvido.
— Volto em um segundo.
Desfilo até a mesa com champanhe e tiro o sonífero do bolso sem que ele veja, virando tudo em seu copo.
Ele ignora a bebida quando a entrego.
— Deite aqui. Brindamos depois.
— Prefiro que a gente beba primeiro.
— Mas eu já disse que sou eu quem manda e não você.
Dou um sorriso querendo muito acabar logo com isso e me sento na cama.
Acontece em um segundo. Talvez eu não tenha prendido a peruca direito ou ele puxou muito forte, mas vejo meu cabelo falso sair em sua mão e ele me olhar assustado.
— O que é isso?
Me levanto com o susto e dou uns passos pra longe da cama.
— Que porra é essa? Por que você…?
— Eu gosto de…
— Não me venha com essa. Que tipo de mulher engana alguém assim?
— Não seja dramático.
E então vejo vários sentimentos passando pelo seu rosto. Desde raiva até confusão e... medo?
— Você sabia que há uma mulher à solta que seduz homens, disfarçada, e então os mata? O que quer que eu pense?
Dou uma risada exagerada.
— Tá com medo de mim?
Ele me olha bravo.
— Eu não teria medo de uma mulher. O ponto não é esse.
— E qual é o ponto? — dou um passo em direção a cama.
— Por que estava usando peruca?
Reviro os olhos.
— Não gosto do meu cabelo natural. Nada demais.
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A Assassina de Vegas | H.S.
Fiksi PenggemarOnde Astrid é a assassina de aluguel mais procurada de Las Vegas e conhece Harry, um agente especial do FBI que não medirá esforços para prendê-la.