PARIS, Dezembro de 2018
MARIN POV
Seguro sua mão para ter certeza que é real, nunca estive tão nervosa.
Estamos aos beijos, um pouco desesperados pelos corredores, meio querendo arrancar a roupa enquanto nos beijamos, então quando quase caímos no chão pela terceira vez e temos uma crise de riso começamos a andar normalmente por onde estamos.
Charles decide que enquanto andamos ficar agarrado em minha cintura é a melhor solução. Ele respira no meu pescoço e me dá beijos constantes enquanto rodamos pelo local que estamos. Saímos da sala em que estávamos, que basicamente era apenas papel jogado no chão e muita poeira. Uma sala enorme na verdade, como se fosse um apartamento de 2 quartos sem nenhuma parede.
- Onde estamos? - ele diz baixo, como se fosse uma igreja quando chegamos ao segundo andar onde há algumas cômodos.
Olho pela janela mais próxima que está trancada, a vista dá para a viela principal, mas o bairro está muito movimentado e vejo os caras que queriam nos bater sentados numa cafeteria em frente ao que acho ser o nosso prédio, como se fossem pessoas normais.
Charles se aproxima e observa, parece pensar a mesma coisa que eu: que iremos ter que ficar mais um tempo aqui. Me solto dos braços de Charles e dou uma volta no espaço que estamos.
Começo a andar em direção ao cômodo mais próximo, há pinturas apoiadas no chão e várias caixas com o que acho que são fotografias. Entro num segundo cômodo e percebo que há um hall enorme e no meio dele uma estátua de Afrodite em mármore branco, dou a volta enquanto Charles que me seguiu vai a mesa mais próxima e procura alguma chave, ou uma pista informando onde estamos, ele volta com uma carta.
- Consegue ler? - ele me pergunta, está em um idioma que Charles não sabe falar.
Balanço a cabeça de forma positiva, eu sei falar algumas línguas e deve ser alguma mais comum, olho para o papel e percebo que está em mandarim. Quero rir das aulas de Mandarim que Aaron me deu, mas não falo nada com Charles. No papel está escrito squad & arte e uma data, é um convite de lançamento. Olho o endereço e olho novamente em volta, me sinto aliviada.
- Isso é um squad de artistas, estamos numa futura galeria de artes. Não abriram ainda.
Mostro para Charles o que há dentro do envelope, a data e os outros modelos de convite enviados.
- Um squad é bom? - ele parece em dúvida.
- Sim. - digo. - São conhecidos por receberem pessoas que não tem onde ficar para passar a noite, eles não vão se incomodar se ficarmos aqui essa noite. - viro a carta e olho o endereço, estamos a 40 minutos andando de onde moro...
- É perigoso sairmos agora, vamos passar a noite aqui. - Charles diz convicto.
Ao falar na palavra "noite" uma chama ilumina o olhar de Charles, fico constrangida e ao mesmo tempo feliz pelo desejo de Charles não ter passado. Vou até a mesa e percebo que há outro envelope parecido com o qual Charles voltou, há mais convites em outras línguas. Pego uma caneta e um bloco de notas em volta e começo a anotar algumas coisas, Charles está me olhando enquanto escrevo mais algumas informações, acho que nessa altura ele já se acostumou com nosso vandalismo dessa noite.
- Vou ver se acho algo para bebermos, preciso de algo para me refrescar - ele diz e saí.
"Tudo bem Charles", talvez você não tenha se acostumado ainda com o nosso vandalismo.
Cuidadosamente tiro do bolso da calça jeans meu celular do bolso. Vejo que tem 2% de bateria e algumas ligações de Oscare e Aaron, quando toco na tela para retornar o celular descarrega. Respiro fundo e vou atrás de Charles pelo squad que é enorme e está cheio de estátuas, me acalmo enquanto observo as estátuas a minha volta.
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ALMOST IS NEVER ENOUGH - CHARLES LECLERC
RomanceParis, dezembro de 2018. Foi quando me apaixonei a primeira vista. Apenas uma noite na cidade mágica onde conheci Marin e mesmo assim a abandonei. Agora se passaram vários meses e estou em casa, na Itália. Estou focado em ganhar esse GP, meus result...