PARTE 3 - VENTITRÈ

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8 de setembro de 2019, DOMINGO

GP DE MONZA - ITÁLIA

MARIN POV

Acordo sem ter certeza exatamente em que momento eu dormi, me remexo na cama e acabo percebendo que Charles não está ao meu lado, levanta-mo assustada. Charles não pode ter me abandonado de novo.

- Estou aqui, estou aqui! - Charles diz da janela voltando rapidamente para a cama.

- Oie. - eu digo nervosa. - Eu pensei...

- É, eu sei o que você pensou. - ele diz sentando-se na cama. - Pensou que eu tinha ido embora de novo.

- É. - eu digo. - É...

Charles se aproxima de mim, me fazendo sentar no seu colo. Estou usando apenas a blusa de manga dele e a lingerie, enquanto ele usa apenas uma cueca boxe preta. Nos olhamos sem dizer nada enquanto os segundos se passam, agora de madrugada começa a fazer um frio e por isso Charles me enrola no edredom fazendo um casulo em volta de nós.

- Pensei em sair e pegar alguma coisa para comer. - ele diz. - Mas então pensei que não sairia de perto de você tão cedo... Suzuka parece tão longe.

Não digo nada, apenas passo meus braços em volta de Charles e o abraço, ele respira no meu pescoço, dando beijos de leve me fazendo arrepiar e desejá-lo de novo. 

- Você precisava mesmo se mudar para os EUA? - ele diz me encarando. - Estou desde ontem planejando como encaixar uma visita a New York na agenda que a Ferrari montou para mim. 

- Não estava nos meus planos te reencontrar e... - eu começo a dizer, mas paro, sinto medo de falar em voz.

Charles segura meu rosto de forma gentil e ao mesmo tempo determinada.

- Estamos juntos, baby. - ele diz de modo confiante. - Não espera! Eu decidi que vou te chamar de amor a partir de agora...

Beijo Charles novamente, rapidamente o clima esquenta e Charles me posiciona melhor no seu colo, apertando minha bunda e me puxando para ficar mais colado ao seu corpo. Começo a desabotoar a camiseta de Charles, é quando ouço batidas na porta. Batidas marcadas como um código.

MERDA.

- Temos que ir embora. - eu digo e Charles me olha confuso.

- Tem certeza? - ele pergunta com uma carinha de safado que aprendi a amar. 

- Se sairmos rápido daqui ninguém nos vê, podemos ir embora cedo e ainda pegamos o café da manhã do Aaron. - eu digo saindo debaixo do casulo de edredom em que estávamos, mas não sem antes de Charles dar um tapinha na minha bunda.

- Se você continuar com essas estratégias tão boas, irei te indicar para ser estrategista da Ferrari. - ele diz saindo da cama e vestindo suas calças.

- Ah, claro! - eu digo parando na sua frente e fazendo um pequena cena enquanto tiro a camiseta de Charles e jogo em sua direção.

- Eu acho uma maldade muito grande você tirar peças de roupa na minha frente e eu não poder tirar mais roupas... - ele diz vestindo a blusa agora toda amarrotada. - Sinceramente, amor...

Toda vez que Charles fala amor eu pareço que vou derreter ou então parece que sinto um calor dentro de mim como uma lareira em dias frios: confortável, aquecedor e amoroso. Quando saímos de da Villa Reale é de madrugada e parece frio, Charles me veste com seu paletó e ele guia pela cidade dirigindo de volta a casa que eu, Oscare e Aaron estamos passando essa breve temporada.

Olho pela janela e fico pensativa. Monza foi a primeira cidade que meu pai me levou tanto a um museu quanto a uma corrida de Fórmula 1, mas foi em Florença e Roma que meu coração foi preenchido por arte e vida e amor, mas mesmo assim ainda é estanho olhar esse caminho e perceber que na terça pela manhã estarei indo embora definitivo da Itália. O país que foi minha casa e meu lar desde que eu tinha 9 anos de idade. Charles percebeu meu silêncio.

ALMOST IS NEVER ENOUGH - CHARLES LECLERCOnde histórias criam vida. Descubra agora