Eu preciso te encontrar

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Simon Alvarez

Cinco anos parece uma eternidade quando se está longe de quem você ama.

E a cada ano que passa, eu me sentia mais derrotado ao não encontrar Ambar porque, mesmo tendo dinheiro e indo a vários lugares no mundo, nunca pude encontrá-la. Eu poderia ter contratado um detetive? Poderia mais não fiz porque EU queria encontrar o pedaço do meu coração perdido.

Agora estou aqui, sentado em minha cama, terminando de arrumar minhas coisas para ir pra Madrid gravar um novo CD da Clouds.

Sim, a banda estourou pelo mundo e a cada dia faz mais sucesso. Eu e os meninos já perdemos as contas de quantos prêmios ganhamos e em quantas cidades já tocamos. Provavelmente não existia uma pessoa no mundo que não saberia quem somos. Eu continuo sendo o compositor principal das nossas musicas e, bem, elas são em grande parte sobre a garota loira de olhos azuis por quem sou completamente apaixonado.

Eu sabia que tinha machucado seu coração quando terminei com ela e não respondia a sua ultima tentativa. Só não sabia que ela iria embora tão rapidamente. Acreditava que ainda tinha vinte e quatro horas mais ela não me deu nem metade disso direito e ainda levou o nosso filho para longe de mim.

Eu nunca tive muitas informações sobre meu filho com Ambar. Sei que ele nasceu e é um menino mais não sei seu nome. Matteo me mostra algumas fotos escondido de Luna já que a mesma se declarou minha arquirrival número 01 na busca de Âmbar. A minha foto favorita é uma de Ambar logo após o parto. Ela está visivelmente exausta mais completamente feliz ao segurar o pequeno bebê em seus braços e, na maioria das vezes, eu desejo do fundo do meu coração estar ao seu lado a enchendo de beijos e dizendo o quanto meu amor tinha se multiplicado por ela depois dela encarar exaustivas horas de trabalho de parto e ter trazido ao mundo o serzinho que representa todo meu amor por ela. Também soube que ele nasceu de parto natural. Minha garota era uma guerreira e isso só me deixou mais apaixonado.

A última foto que eu tinha visto era do aniversário de quatro anos dele e eu quase desmaiei. Meu filho era uma cópia minha com a pele branca da mãe. Ambar estava atrás dele sorrindo e ele a abraçava completamente feliz enquanto olhava o pequeno bolo de aniversário com a vela de número quatro acesa. Eu o amava tanto sem nem ao menos saber seu nome. Eu queria tanto saber seu nominho e poder escutar ele me chamar de Papai.

Respiro fundo e empurro as lembranças de lado. Preciso focar no cd que lançaremos a tempo de concorrer o Grammy do próximo ano. Matteo, Ramiro, Gaston e Benício entram no meu quarto e se jogam na minha cama e bagunçam tudo que eu já tinha separado e estava empacotando.

- Por que minha mãe ainda deixa vocês subirem tão facilmente? - Pergunto. E sim, eu tenho 24 anos, muito dinheiro e ainda moro com meus pais porque a solidão me consumiria se eu morasse sozinho.

- Porque somos maravilindos. - Gaston diz e eu reviro os olhos. Mesmo prestes a ser pai, ainda agia feito um adolescente.

- Simon, o que nos trouxe aqui é uma noticia seria. - Matteo diz e eu percebo que ele é o único que não sentou.

- O que houve? - Pergunto preocupado enquanto puxo uma cadeira e me sento.

- Eu sei onde a Ambar está. - Matteo diz e eu sinto como se o mundo fosse congelar. - Escutei a conversa dela e da Luna hoje mais cedo.

- E onde ela está? - Falo me aproximando e tentando não parecer desesperado. - Fala que eu vou atrás dela e do meu filho.

- Você não pode largar tudo. - Benício diz - Temos um contrato a cumprir.

- E se fosse Emília? - Falei e toquei na ferida de Benício. Assim como eu vivia apenas pela Ambar, Benício vivia apenas para Emília. O termino deles machucou bastante meu amigo que estava apaixonado por ela. – Você não largaria tudo apenas pra vê-la?

- Diz pra ele Matteo. - Benício diz suspirando

- Ela está em Madrid. - Matteo diz e eu dou graças a Deus por já estar sentado. - E pelo que eu entendi, ela concordou em se encontrar com você enquanto estivermos lá.

- Ela esteve lá esse tempo todo? - Pergunto e ele da de ombros.

- Não sei ao certo. – Matteo diz. – Luna falou exatamente onde ela estava com Tom.

- Tom? – Pergunto e Matteo percebe que falou demais.

- Seu filho. – Gaston diz e Matteo o olha como se o repreendesse. – Não me olha assim. Já tava na hora dele saber o nome do filho.

- Tom Alvarez. – Falo sorrindo.

- Na verdade é Thomas Michael Smith. – Matteo diz. – Ela teve que registrar com o sobrenome dela. – Respiro fundo e me sinto culpado. – Seja qual for seu plano Simon, abandone. Eu to traindo a Luna te contando tudo isso e se ela descobrir seremos dois homens mortos. – Matteo respira fundo. – Apenas espera Ambar te ligar e marcar um encontro. Não dê uma de psicopata e comece a persegui-la pela cidade. Tudo vai dar certo no fim.

- Certo. – Respiro fundo para tentar manter a idéia que Matteo. - Então além de irmos gravar um disco...

- Também estamos indo encontrar sua família. - Ramiro complementa.

Me levanto animado e volto a guardar minhas coisas na mala. Ramiro ri da minha falta de jeito e se levanta para vim me ajudar afinal o cara era quase que obcecado por organização e a serie de organização que ele andou maratonando na Netflix não contribuía muito positivamente para o nosso lado.

Depois que os meninos vão embora, eu desço e encontro meus pais sentados no sofá vendo jornal. Me sento na poltrona que possuíamos e eles me olham curiosos.

- O que que há velhinho? – Meu pai diz numa clássica referencia ao Pernalonga.

- Eu sei aonde a Ambar está. – Falo e minha mãe se vira para mim parecendo a boneca do exorcista.

- Onde? – Minha mãe pergunta e eu posso ver o receio em sua voz.

- Madrid. – Minha mãe soltou um suspiro de que esconde alguma coisa. – Mãe?

- O que sabe sobre seu filho? – Minha mãe pergunta com o tom de voz mais serio.

- Que ele se chama Thomas e tem quatro anos e cinco meses pelos meus cálculos. – Digo e minha mãe se levanta e fica de frente para mim.

- Você não vai ir atrás dele e de Ambar, Simon. – Ela aponta o dedo na minha cara.

- Mãe, o que ta acontecendo? – Me levanto e pergunto desconfiado. – O que a Senhora sabe?

- Deus sabe como foi difícil manter todas essas informações em segredo. – Ela me olha. – Eu sempre soube onde Ambar estava, sempre soube de Tom e inclusive eu o conheço e amo muito meu neto.

- Quem mais sabe? – Pergunto.

- Pra falar a verdade, você é o único que não soube esse tempo todo. – Meu pai fala tranqüilo e eu lembro das repentinas viagens para a Espanha. – Ela estava se sentindo culpada, Simon, por que aconteceu com Delfi e por ter ido embora sem tentar mais uma vez falar com você. Não piore isso. Ambar deixou muitas coisas de lado apenas por culpa e arrependimento.

Antes que eu piore a situação, subo para o meu quarto e remarco a minha passagem para o dia seguinte. Ligo para Gary e confirmo se ele já acertou o lugar aonde eu ficaria e o aviso que chegarei lá depois do anoitecer.

Precisava conversar com Ambar e provavelmentenão seria uma boa conversa

Where Do Broken Hearts Go - Prove You Wrong 2Onde histórias criam vida. Descubra agora