Salva

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Âmbar Smith

Os dias se passaram e nada de eu ser resgatada. Eu sabia que levaria algum tempo para eles cederem e entregar o dinheiro para Silvana e seus capangas, só que eu rezava para que não demorasse muito. Eu me fazia de forte e boazinha, tentava não fazer barulho para ver se eles não me machucavam junto com o meu bebê e isso estava funcionando.

Quando Silvana descobriu que eu estava grávida, seus olhos brilharam como se isso significasse que eu valia mais dinheiro agora e isso me assustava. Então eu continuei rezando para que eu fosse salva logo.

O dia tinha começado com os malditos enjoos matinais. Isso não seria problema se eu tivesse alguma coisa para vomitar. Minha última refeição tinha sido a várias horas atras.

- Que bom que já está acordada. - Silvana disse entrando no quarto em que tinham me colocado. - Eles finalmente vão me pagar.

- Você não sabe como eu fico feliz de escutar isso. - Falo com ironia.

- Que isso filhinha! Não gostou desse tempo que passamos juntas? - Silvana diz com ironia e falsidade na voz.

- Foram os melhores dias da minha vida. - Falo com sarcasmos e ela me puxa pelos cabelos.

- Como eu pude te carregar por nove meses e aturar você por quatro anos? - Ela disse passando a unha pintada de preto no meu rosto.

- Eu me pergunto a mesma coisa. - Falo olhando em seus olhos azuis.

Silvana não disse mais nada, apenas me arrastou para fora daquele quarto pelos cabelos. Quando saímos, meus olhos doeram devido a claridade mais logo voltaram a se adaptar à luz. Ela continuou me puxando em direção ao carro velho que estava estacionado do lado de fora. Fui jogada no banco de trás e ela, junto do seu capanga, foram na frente.

Eles vendaram meus olhos antes de ligarem o carro e saírem em direção ao ponto de encontro. O carro andou por vários minutos até parar. Ainda vendada, eles me tiraram do carro e me arrastaram para algum lugar.

- Que bom que já chegaram. - Silvana disse. - Cadê meu dinheiro?

- Só depois de você soltá-la. - Escutei a voz de Pedro e suspirei aliviada.

- Ela ainda não está em segurança para você fazer exigências. - Silvana disse e eu senti uma arma encontro encostando em minha cintura.

- Sem joguinhos Silvana. - Luna disse irritada. - Nós entregaremos o dinheiro e você nos entregará ela ao mesmo tempo.

Silvana deu um riso e eu fui arrastada até eles. Eu senti a mão do capanga afrouxar meu braço apenas para outra mão me segurar, uma mão que eu conhecia bem o toque e que quase me fez chorar de tanto alívio quando eu escutei o grito.

- Parados! Vocês estão cercados pela polícia! Soltem a vítima e encostem na parede com as mãos para cima.

Eu fui empurrada em direção à Simon e escutei uma correria mas tudo o que eu pude sentir foi a abraço apertado de Simon que logo tirou minha venda. Pisquei meus olhos diversas vezes quando fui libertada da escuridão e, quando meus olhos se acostumaram, eu fiquei no rosto do homem que eu tanto amo.

- Você está bem? - Simon perguntava soltando minhas mãos e checando se estava tudo bem.

- Eu estou um pouco fraca mais eles não me machucaram. Acho que eu valia dinheiro demais. - Eu disse e Simon voltou a olhar para mim.

- Cem milhões foi muito pouco para ter você de volta ao nosso lado. Você e o nosso bebê. - Simon disse antes de me beijar.

Eu o abracei fortemente, sentindo meu coração finalmente se acalmar. Olhei por cima do ombro dele e vi Luna e Pedro sorrindo aliviados. Simon me ajudou a caminhar até eles e eu pude abraçar meus dois irmãos.

- Precisamos levá-la ao hospital. - O policial disse interrompendo o abraço. - Precisamos saber se ela e o bebê estão bem.

Eu apenas concordei com ele. Precisava saber se estava tudo bem com meu filho. Simon foi junto comigo na ambulância e não me deixou sozinha em nenhum momento. Quando fizeram a ultrassom e eu pude ouvir o coraçãozinho do meu filho batendo, eu fiquei finalmente em paz e acabei dormindo com o som.

Acordei horas depois, já no quarto com Simon velando meu sono. Eu tomava soro e me sentia melhor.

- Bom dia Bela Adormecida. - Simon disse sorrindo e eu dei uma leve espreguiçada.

- Quando tempo eu dormi? - Perguntei.

- Quase doze horas. - Ele disse segurando minha mão.

- Deita aqui comigo. - Peço e Simon concorda imediatamente. Eles se levanta da cadeira aonde está sentado e vem até a cama aonde eu abro um espaço para ele.

- Quando colocaram soro em mim? - Pergunto me ajeitando em seu peito.

- Um tempo depois de você ter dormido. Eles queriam te acordar mais eu não deixei. - Simon beija meus cabelos. - Esse já é o terceiro frasco.

Ficamos em silêncio por algum tempo apenas escutando nossas respirações.

- Silvana conseguiu fugir com o dinheiro mais o capanga foi preso. Foram emitidos alertas para a polícia do mundo todo de que ela é uma fugitiva. - Simon disse

- E Tom? - Pergunta.

- Eles está com Alfredo e Sharon. - Simon me responde. - Desculpa demorar a ir te buscar mais demoramos um pouco para conseguir o dinheiro.

- Tudo bem. - Ergo o rosto e dou um leve beijo nele. - O importante é que você foi me salvar.

- O importante é que vocês estão aqui. - Simon diz sorrindo.

- Desculpa pela história da turnê. Você deveria ir. - Eu falo para ele que me olha com carinho.

- Eu não vou. - Ele me diz.

- Você precisa ir. - Falo suspirando. - Nós ficaremos bem e dará tempo de você voltar antes do parto. Eu darei um jeito para acompanhá-lo em alguns shows com o Tom. Ele vai adorar ver o pai tocando.

- E eu vou adorar tocar para a minha família. - Simon me beija.

Ficamos juntos assim por algum tempo até ver uma pequena criatura de cabelos castanhos e pele branca entrar correndo no quarto.

- Mamãe! - Tom pula na cama.

- Thomas! - Eu o puxo e o abraço o mais forte possível e começo a beijar seus cabelos. - Eu senti tanta saudade!
- Eu também mamãe, eu também. - Eu me afastei apenas para ver que meu garotinho chorava aliviado.
- Quem te trouxe? - Simon perguntou.
- Tia Luna. - Thomas diz.

Eu continuo abraçando ele e Simon logo se junta ao abraço.

- Filho, temos uma novidade para você. - Simon diz e Tom se separa da gente para olhar nossos rostos.

- O que? - Ele pergunta curioso.

- Você foi promovido a irmão mais velho. - Falo e faço carinho na minha barriga. Tom abre a boca chocado e logo sorri. Ele encosta a cabeça na minha barriga e diz.

- Oi irmãozinho. Eu sou o Tom, o seu irmão mais velho e eu vou ser o melhor irmão mais velho do mundo e a gente vai brincar muitão então saia daí logo.

Eu faço carinho no cabelo do meu filho e me sinto em paz de novo.

- Eu amo vocês três. - Simon diz. - Amo demais.

Então nos enrolamos em um abraço de família e nos sentimos completos.

Where Do Broken Hearts Go - Prove You Wrong 2Onde histórias criam vida. Descubra agora