Todo esse suspense é o que mata

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Ambar Smith

Escutar Simon cantar sempre foi uma espécie de terapia para mim. A voz dele era máscula e doce além de conseguir tocar meu coração. Enquanto estivemos separados eu sempre escutei os CDs dele e dos meninos mais minha versão favorita era apenas a voz dele e um violão, sem nenhum microfone ou amplificador.

E acordar com ele tocando e cantando bem baixinho algo que estava escrevendo era uma das melhores coisas. E saber que ele escreveu algo para mim era a melhor coisa do mundo.

Eu sempre soube que as maiorias das canções do Simon são sobre ou para mim e isso apenas serviu para aumentar meu amor por ele. Por alguma coincidência do destina ou não, Tom é apaixonado por Ready To Run e eu costumava niná-lo todas as noites cantarolando ela para ele.

- A gente já pode oficializar que estamos juntos? – Ele me pergunta enquanto aperta minhas coxas e minha mão alisa sua nuca.

- Ainda não. – Respondo e vejo ele fazer bico. – Até porque eu quero um pedido para voltar para você descente. – Ele ri. – Mais serio, precisamos falar sobre algumas coisas antes de voltarmos de vez.

- Certo. – Ele suspira e eu sorrio. – Eu vou fazer isso completamente direito que nem dá primeira vez.

- Aquela estragada que eu dei no pedido foi inesquecível. – Eu falo e ele ri.

- Foi mesmo. – Ele alisa meu rosto com o polegar. – Mais acho que foi uma das coisas que tornou tudo tão especial.

- Aquela viagem foi especial. – Eu falo. – Foi quando nos abrimos e começamos nosso namoro. Foi alguns dos melhores dias da minha vida.

- Da minha também. – Ele sorri e me beija novamente.

- Credo! – Delfi diz enquanto entra no quarto. – Olá Cunhadinha. Quanto tempo né?

- Sua Besta. – Falo me levantando rindo e indo abraçar Delfi. Pedro surge na porta e suspira.

- Graças a Deus você está vestida. – Ele diz com a mão no peito e eu rio. – Não sei se agüentaria vocês transando.

- Deixa de drama Pedro! – Falo enquanto me solto de Delfi e o abraço. – Seu sobrinho já tem quatro anos e nós sabemos muito bem que as cegonhas não trazem os nenéns.

- Eu sei. – Pedro me solta e beija minha testa. – Mais você ainda é a minha garotinha.

- Não deixe Luna escutar isso. – Simon pontua. – Ai sim teremos uma confusão.

Nós quatro rimos e Tom vem dizer que está com fome. Tomamos café e eu e Tom vamos para nossa casa com a promessa de Delfi e Pedro que passariam lá no fim da tarde. Depois do almoço, deixo Tom tirando uma soneca enquanto trabalho um pouco em um dos livros que preciso revisar e escrevo um pouco tambem. Ultimamente eu tinha me sentido muito mais inspirada que o costume e eu estava aproveitando tudo isso.

Eu não vejo as horas passarem até escutar a campainha tocar e ver que já passa das quatro. Levanto correndo e vou abrir acreditando ser Pedro e Delfi mais encontro a estranha Silvana.

- Pois não? – Pergunto desconfiada. Algo ruim sempre crescia em meu peito quando eu via essa mulher.

- Ambar! Tudo bem querida? – Ela disse bem falsamente.

- Sim. – Falo puxando a porta mais pra perto de mim. – No que posso ajuda-la?

- Ah! – Ela faz como se estivesse pensando. – Eu gostaria de saber se você pode me dar o numero da sua mãe.

- Claro. – Pergunto desconfiada. – Só um segundo. – Entro e fecho a porta na cara dela. Pego papel e caneta e rabisco um telefone qualquer apenas para ela ir embora e abro a porta novamente. – Aqui. – Entrego.

- Obrigada Querida. – Ela diz toda falsa. – Então eu vou indo.

Nesse momento, o elevador abriu e Delfi e Pedro saíram de dentro. Pedro congelou ao ver a mulher na minha frente e o sorriso que possuía, se fechou.

- Algum problema Ambar? – Pedro me perguntou serio e parando do meu lado.

- Não. – Forço um sorriso. – Apenas dando o telefone da mamãe para uma velha amiga.

- Eu lembro de você. – Silvana diz. – O pequeno órfão Pedro.

- Saia daqui. – Pedro esbraveja. Sei que ele está se segurando para não voar na mulher.

- Tudo bem. – Ela sorri. – Eu já consegui o que eu queria.

Silvana dá as costas para a gente e entra no elevador. Assim que as portas do elevador se fecham Pedro bufa e eu o levo junto de Delfi para dentro do apartamento. Tom está acordado e sentado na sala e sorri ao ver os tios.

Aproveito do pequeno momento de distração para chamar Luna dizendo que Pedro sabe de algo. Tom arrasta Delfi para o seu quarto deixando apenas eu e Pedro na sala.

Pedro caminha repetidas vezes pela sala do meu apartamento desde que ele se encontrou com Silvana na porta do meu apartamento. Delfi está junto de Tom no quarto brincando.

- Ela já esteve aqui antes? – Ele para e me encara.

-Já. – Falo e dou de ombros. – Na sexta. A achei bem estranha e falei com a minha mãe mais ela apenas me mandou ficar longe.

Luna entra feito um furacão pela porta e joga sua bolsa no sofá enquanto olha para mim e Pedro.

- Aquela Sonsa deu as caras de novo? – Luna perguntou e eu assenti.

- Precisamos falar com o vovô Alfredo e descobrir o que ele sabe sobre ela. – Falo e saio para a cozinha a fim de pegar um pouco de café para nós.

- Já falei com ele e ele se fechou completamente que nem a Tia Sharon. – Luna diz desanimada e bufa. Posso ver ela olhar para Pedro que está quieto e pensando.

- O que sabe Pedro? – Luna encara o irmão seria.

- Eu não sei de nada. – Pedro tenta desconversar. – Alias por quem simplesmente não fazemos o que Tia Sharon disse e mantemos distancia dessa mulher? – Ele finge dar de ombros. – Assim podemos seguir com nossas vidas tranquilamente.

- Tente enganar sua esposa, Pedro, não a gente. – Luna fala se aproximando do irmão. – Conte logo o que sabe.

- Isso é coisa da Tia Sharon. Não devemos nos meter nesse assunto. – Pedro diz serio.

- É tão pertinente a Tia Sharon que toda nossa família sabe. – Luna debocha e eu volto para a sala deixando três xícaras com café quente na mesa de centro e me aproximo a passos firmes dele.

- Pedro, eu sei que você sabe o que minha mãe esconde. – Vejo ele se mexer inquieto. – Então me diga logo: quem é Silvana Meirelles e o que ela quer comigo?

- Desculpem meninas. – Pedro suspira e se senta. – Amo vocês mais eu não posso contar quem é Silvana Meirelles. Tudo o que posso é garantir que logo vocês saberão tudo sobre ela da boca da Tia Sharon e do Vovô.

- Todo esse suspense é o que mata. – Luna diz se sentando ao lado de Pedro. – Espero que logo saibamos da verdade.

- Eu também espero. – Me sento no outro sofá.

Olho para os meus dois primos e vejo que nós três queremos acabar logo com essa história. Espero que isso aconteça logo porque eu não gosto da presença de Silvana. 

Where Do Broken Hearts Go - Prove You Wrong 2Onde histórias criam vida. Descubra agora