Encontro desagradavel

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Simon Alvarez

Saber coisas do tempo em que e Ambar estávamos separados, ainda mexia comigo e doía.

Saber o quão difícil foi ela lidar com o nascimento de Tom e como ela desenvolveu uma depressão pós-parto e quase entregou nosso garoto para a adoção, fez eu me sentir mais cretino do que eu já me sentia todos os dias.

Respiro fundo enquanto dirijo para deixar Tom na escola.

- Papai? – Ele me chama e eu o olho pelo retrovisor. – Por que o senhor anda tão serio?

- Apenas alguns problemas. – Falo e sorrio.

- Nenhum com a Bea? – Tom me pergunta preocupado. Beatrice ainda não tinha nem nascido e ele já era apaixonado pela prima.

- Nenhum com a Bea. – Sorrio ao ver ele suspirar de alivio. – Sua prima ainda não nasceu mais assim que acontecer, eu corro pra te contar.

- Obrigada papai. – Tom sorri sincero. – Sabe, as vezes eu não lembro de quando era apenas eu e a mamãe. Só lembro de nós três.

- Isso é bom filho. – Falo estacionando o carro na frente da escola e me virando pra ele. – Porque eu não me lembro de nenhum dia que você e sua mãe não tenha estado comigo.

- Nem das turnês? – Tom pergunta com os olhos brilhando.

- Nenhum único show. – Sorrio e pisco para ele. – Agora, entre e seja o garotinho incrível que você é.

- Ok Papai! – Tom me abraçou. – Ate mais tarde.

- Ate. – Eu disse enquanto Tom descia do carro e corria em direção a entrada da escola e se misturava com as outras crianças.

Fico ali ate ele sumir da minha vista e o portão da escola fechar e dirijo até a gravadora em Buenos Aires. Ambar tinha começado a trabalhar logo depois que nos instalamos em nossa nova casa mais eu tinha dado mais um tempo para que pudéssemos nos recuperar antes de começar a parte final do nosso novo CD.

Desço em frente ao prédio espelhado e sorrio me sentindo completamente animado com a possibilidade de voltar a trabalhar. A musica era uma das coisas que eu mais amava na vida e eu me sentia realizado em poder fazê-la com meus quatro melhores amigos. Entro no prédio mais a presença de uma mulher, olhando ao redor, me chamou a atenção. Assim que ela me viu, caminhou até mim.

- Você é Simon Alvarez? – Ela me pergunta.

- Sou? – Respondo a questionando. – Por que?

- Eu preciso falar com você. – Ela me diz. – Podemos ir para algum lugar mais discreto.

Assinto e saio andando sendo acompanhado pela mulher até uma das diversas salas de reuniões que existia ali no térreo. Entramos e ela se senta e retira o lenço que cobre seus cabelos loiros e retira os óculos que revela os olhos azuis que me lembravam outros: os de Ambar.

- Quem é você? – Pergunto apenas para confirmar minhas suspeitas.

- Sou Silvana Meirelles, a mãe biológica da Ambar. – Ela diz se fazendo de vitima.

- O que você quer? – Pergunto me aproximando.

- Quero que você me ajude.

- Está louca se pensa que eu vou te ajudar em algo. – Respondo rindo sarcasticamente.

- Só preciso que você faça ela assinar os papeis que transferem a fortuna dela para mim. – Silvana diz como se fosse a coisa mais simples do mundo.

- Eu nunca vou fazer Ambar assinar nada. – Falo. – Está bem enganada se acha que vai me convencer do contrario.

- Claro, Simon. – Ela sorri. – Se não quiser me ajudar, não me ajude mais saiba que a sua querida esposa estará correndo perigo.

- Se mantenha longe da minha mulher e do meu filho. – Digo fervendo por dentro. – Se você mexer com eles, você vai se arrepender porque eu vou ate o inferno pra te matar.

- Cão que ladra, não morde. – Silvana diz e me dá um selinho. – Acho uma pena que você esteja disposto a perder tempo com a minha filha. Eu poderia te dar tudo o que você quer: sexo e dinheiro.

- Eu já tenho tudo o que eu quero. – Falo enquanto limpo a minha boca.

Silvana se levanta e abre sua carteira, retirando um cartão e deixando sobre a mesa.

- Me ligue caso mude de opinião.

Ela diz e sai da sala. Eu fico ali, me controlando para não quebrar toda aquela sala já que não posso matá-la. Subo, estressado para o andar do estúdio e entro.

- O que houve? – Gaston me pergunta assim que eu entro.

- Nada demais. – Respondo. – Vamos trabalhar.

Os meninos apenas assentem e voltam a focar na nossa musica. Eu permaneço o resto do dia aéreo e completamente sem concentração. Penso em tudo que Silvana disse e em Ambar correndo perigo. Na nossa pausa, eu decido que preciso falar com Pedro e ligo para ele que atende no segundo toque.

- Simon? – Ele diz. – Aconteceu algo com a Ambar.

- Com ela não mais comigo aconteceu. – Digo suspirando.

- O que houve? – Pedro me pergunta serio.

- Silvana apareceu aqui na gravadora. Disse que precisava da minha ajuda para fazer Ambar assinar a papelada que faz com que ela abra mão da fortuna dos Meirelles. – Confesso.

- Desgraçada! – Pedro pragueja. – Como ela ousa?

- Isso não é tudo. – Tomo fôlego antes de contar. – Ela disse que, caso eu não a ajude, Ambar correrá perigo.

- Merda. – Pedro diz baixo. – Eu vou falar com o vovô e a Tia Sharon para ver o que eles acreditam que seja melhor.

- Pedro, sejamos sinceros: o melhor é a Ambar saber e acabar logo com isso. – Falo irritado. – Esses tais de Meirelles nunca se importaram com ela e Ambar não vai querer o mínimo contato com eles.

- Você tem razão. – Pedro diz. – Só que isso não é algo que temos que fazer mais sim Tia Sharon. Ambar vai odiar Silvana tanto quanto nós e vai lhe dar toda a fortuna dela abrindo mão de qualquer ligação que tem com os Meirelles. Mais tudo o que podemos fazer é esperar.

- Você está certo. – Suspiro.

- De qualquer forma, obrigada por ter me ligado. Eu vou avisar Tia Sharon que Silvana está em Buenos Aires.

- Ok. Me mande noticias.

Desligo a chamada e volto para o estúdio. A nossa pausa acaba e nós voltamos ao trabalho. Só que tudo é interrompido por uma ligação para Gaston.

- Alô?! – Gaston fica em silencio. – Sim, sou eu. O que? – Todos o olhamos preocupados. - Tudo bem, estou a caminho. – Ele desliga.

- O que houve? – Ramiro pergunta.

- Minha filha... – Gaston diz meio em choque. – Beatrice nasceu.

Where Do Broken Hearts Go - Prove You Wrong 2Onde histórias criam vida. Descubra agora