A história de nós

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Ambar Smith

O meu dia passou num piscar de olhos. Simon tinha me encontrado para almoçar e a gente tinha falado sobre o que fizemos das nossas vidas nos últimos cinco anos. Ele ficou bem irritado ao saber que eu tinha "desistido" de ser escritora para ser mãe e me fez prometer que, em breve, eu voltaria a escrever.

Respiro fundo enquanto o ônibus lotado faz seu caminho ate o ponto aonde próximo a escola de Tom e desço no local. Pego meu filho e vou para casa aonde cozinho o jantar e coloco as roupas na maquina de lavar.

Na hora de ir para cama, encontro Tom sentado em sua cama e me encarando.

- Hora de dormir. – Sorrio e me aproximo dele.

- Nada disso. – Ele diz. – Você me prometeu contar a sua história com o meu pai e eu quero ouvi-la.

- Podemos deixar para amanhã. – Contesto e ele nega.

- Passei o dia inteiro ansioso só para isso. – Ele diz e eu respiro fundo.

- Ok. – Me sento ao lado dele e cubro nós dois. – Vamos lá.

- Desde o começo, por gentileza. – Ele me olha atentamente.

- Eu conheci seu pai quando eu tinha 17 anos. – Sorrio com a lembrança. – Me apaixonei por ele a primeira vista mais, por alguma razão, ele me odiava. Simon era um cara cabeça duro e impulsivo e muitas vezes ele me machucou com suas palavras. – Respiro fundo e sorrio. – Mais enfim, quando eu fiz o que ele tanto queria, quer era me manter afastada, ele me procurou apenas para me provocar mais e acabou quebrando o presente que seu avô me deu. Eu fiquei muito brava com ele e então eu pedi que ele se afastasse de mim.

- E ele se afastou? – Tom me pergunta.

- Claro que não. – Respondo sorrindo. – Simon era teimoso também então ele fez um plano junto de seu tio Matteo e sua tia Luna apenas para consertar o presente e então eu o perdoei.

- E o que mais? – Tom está animado com a história.

- Então decidimos tentar ser amigos e eu o convidei para passar o feriado na fazenda do biso Alfredo. – Falo me lembrando da nossa noite na cachoeira. – E nessa viagem nós demos nosso primeiro beijo.

- Uauuu. – Tom está surpreso. – E foi bom? – Eu assinto e ele sorri. – Continua mamãe!

- Então nós decidimos virar amigos que se beijam e ele me mostrou algumas das musicas que escreveu para mim e sobre mim. – Respiro fundo. – Ele precisou ir viajar com seus avós e quando voltou me pediu em namoro. – Percebo que vou entrar na parte complicada. – Vivemos felizes durante sete meses e o colar que eu te dei, ele me deu de presente de aniversário. – Tom retira o colar de debaixo do travesseiro e o abre. – Ele colocou essa foto nossa.

- O que aconteceu para vocês se separarem? – Tom admira a foto.

- Uma moça muito má pegou a tia Delfi e ele precisou escolher entre eu e ela. – Respiro fundo para conter a agonia em meu peito. – Quando eu ia contar para ele que você estava na minha barriga, ele terminou.

- Então ele não me queria? – Tom me pergunta chateado.

- Não Tom. – Falo para ele e o olho. – Eu nunca contei para ele sobre você. Ele descobriu depois que a moça má soltou tia Delfi e ele foi me pedir desculpas. Só que ate ai eu já estava dentro de um avião vindo para cá.

- E por que ele não nos procurou antes? – Ele pergunta.

- Porque ele não sabia aonde estávamos. Fiz todos me prometerem que ele não ficaria sabendo aonde estávamos e ele poderia seguir sua vida. – O olho. – Ele me encontrou ontem e veio falar comigo, por isso gritou comigo. Ele estava frustrado porque nos últimos cinco anos, ele só viveu para nos encontrar e eu fiquei me escondendo e fugindo feito uma covarde.

- Ele ta com raiva de mim? – Ele me olha preocupado. – Porque eu gritei com ele e o mandei embora.

- Não. – Sorrio e o abraço. – Você é filho de Simon Alvarez então herdou a cabeça dura do seu pai. Ele tentou ficar irritado mais eu falei que você era igualzinho a ele. – Me afasto e o olho. – Ele quer te conhecer mais ele entende que você precisa de tempo então ele vai te esperar.

- Eu quero conhecer ele e pedir desculpas pelo meu comportamento inadequado. – Ele me diz serio e eu assinto sorrindo.

- Então eu vou marcar um jantar com ele. – Falo e Tom me olha como se sua ficha tivesse caído.

- Eu vou ter que trocar de nome? – Ele me pergunta. – Porque eu sou Smith e ele Alvarez... Alias meu pai é famoso né? Simon Alvarez é aquele cara da banda do tio Matteo e do tio Ton.

- Sim seu pai é famoso! – Eu me jogo por cima de Tom que ri e o deito. – E quanto ao seu nome, vamos com calma. Se necessário vamos apenas acrescentar Alvarez no seu nome. Mais é como eu disse: vamos com calma. Primeiro vamos tratar de fazer você conhecer e passar um tempo com seu pai depois resolvemos o resto.

- Ok mamãe! – Tom diz animado e se deita. – Vou dormir pra que o amanhã chegue logo e eu possa esfregar na cara dos meus amigos que meu pai é famoso. – Eu rio e me levanto da cama e o cubro dando um beijo em sua testa. – Boa noite mamãe.

- Boa noite meu filhote. – Sorrio e desligo as luzes principais deixando apenas um abajur ligado e vou para o meu quarto.

Tomo um banho quente e relaxo e vou para a minha cama aonde pego meu celular e ligo para Simon.

- Boa noite Peixinha. – Ele atende contente.

- Boa noite. – Eu sorrio. – Eu acabei de conversar com o mini Simon.

- E ai? – Ele respira fundo.

- Bem, ele quer te conhecer e pedir desculpas pelo comportamento inadequado dele. – Eu digo sorrindo e vejo ele suspirar.

- Ele realmente é filho de Ambar Smith. – Ele diz e eu posso saber que ele está sorrindo. – O que você fez para ele mudar de idéia?

- Contei a história de nós. – Eu digo.

- A história de nós? – Ele pergunta.

- Sim. A história do Simon e da Ambar.

- Caralho Ambar! – Ele fala. – Quando acho que te amo muito, eu descubro que posso te amar mais!

- O sentimento é mutuo. – Falo rindo.

- Mais então, - Ele ri. – quais são os planos?

- Não sei. – Falo. – Apenas te aviso que será no sábado a noite. O que você vai fazer, ai é com tu.

- Ok. – Ele fala e eu sei que ele está pensativo. – Ele tem alergia a alguma comida?

- Não. Ele come ate pedra se for possível. – Respondo.

- Eu deveria evitar algum alimento? – Ele pergunta.

- Não.

- Comida favorita dele?

- Ele gosta de comida mexicana sem muita pimenta. – Respondo e acabo por bocejar.

- Está cansada? – Ele me pergunta com um tom tranqüilo e eu me ajeito debaixo das cobertas.

- Estou exausta. – Respondo.

- Então eu vou te deixar dormir. – Ele diz.

- Queria que você estivesse aqui. – Eu falo fechando os olhos.

- Queria estar ai. – Ele diz e respira fundo. – mais, se tudo der certo, logo eu estarei ai com você enroscada nos meus braços.

- Logo menos. – Falo e sorrio. – Boa noite Amor.

- Boa noite Peixinha. – Ele diz tranqüilo. – Te amo pra caralho.

- Eu também te amo nessa mesma proporção. – Ele ri e eu desligo.

Certifico que o despertador está programado e me deito, me sentindo tão em paz como a tempos não sentia. 

Where Do Broken Hearts Go - Prove You Wrong 2Onde histórias criam vida. Descubra agora