Decisões

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Simon Alvarez

Os dias depois da partida de Luna foram terríveis. Matteo estava completamente um caco e na maioria dos dias ele estava bêbado o suficiente para ficar chorando por horas.

Esse foi um dos fatores que me fez convencer Gary a nos dar um mês de pausa no CD para que Matteo pudesse se recuperar e tentar decidir o que vai fazer.

Além de que eu estou pronto para dar mais um passo no meu relacionamento com Âmbar.

Entro no apartamento dela e sinto o cheiro da comida que ela está fazendo. Tom está sentado na mesa de centro pintando e, ao me ver, corre para me abraçar. Eu o pego em meus braços e brinco de fazer cócegas nele.

- Para papai! - Ele diz rindo e eu bagunço seu cabelo antes de soltá-lo no chão de novo. Caminho até a cozinha aonde Âmbar está terminando de colocar a mesa.

- Oi Amor. - Digo segurando sua cintura e beijando sua bochecha.

- Oi Amor. - Ela se vira e passa os braços ao redor do meu pescoço e me beija. - Como foi seu dia?

- Uma porcaria. - Respiro fundo. - Eu dei um mês de férias pra nós cinco para que Matteo possa se recuperar.

- Falei com a Luna hoje e ela tá destruída. - Âmbar diz. - Sério. Ela ainda está chocada com o fato de que Matteo ainda não foi atrás dela.

- Ele só tá respeitando a vontade dela. - Suspiro. - Mais se você dizer pra ele que ela tá esperando ele, Matteo pega o primeiro vôo para Buenos Aires e só volta com Luna junto.

- Eu vou ir conversar com ele. – Ela diz me passando os talheres e eu os coloco no lugar.

- Você vai ajuda-lo bastante. – Digo e ela sorri enquanto se vira para pegar a panela contendo macarrão.

Terminamos de colocar tudo a mesa e Tom vem já de mãozinhas lavadas para comermos. Nossa refeição corre tranqüila com Tom contando as milhares de coisas que aconteceram em seu dia até que ele solta:

- Todos os pais dos meus coleguinhas moram junto. Por que vocês não? – Ambar engasga e olha para ele.

- Thomas! – Ela o repreende.

- O que? – Ele pergunta olhando para nós dois. – É uma pergunta.

Tom termina de comer e sai da mesa sem dizer mais nada. Ambar me olha indignada e eu rio.

- Não ri Simon! – Ela me repreende. – O assunto é serio.

- Eu sei. – Dou mais uma risada. – Mais ele pegou a gente de jeito.

- E agora? – Ela me olha seria e eu paro de rir. – E agora Simon? Estamos noivos. Em alguns meses você vai voltar para Buenos Aires e eu não sei o que fazer. – Ambar respira fundo e cobre o rosto com a mão.

- Ei. – Me levanto e ajoelho aos seus pés. – Tudo vai dar certo. Vamos dar um jeito mais não vamos nos separar.

- Eu não sei Simon... – Ela tira as mãos do rosto e eu passo minha mão pela sua bochecha.

- O que acha de começarmos morando juntos? – Falo.

- Não quero sair do apartamento do meu pai mais eu não posso te pedir pra largar todo o luxo daquela mansão para vim morar aqui. – Ela diz.

- Você não precisa pedir. – Eu falo. – Eu faço porque nada daquele luxo é melhor do que dormir e acordar ao lado ou chegar em casa e encontrar Tom pulando nos meus braços. E eu jamais pediria para você sair daqui porque sei o quanto esse apartamento é importante para você. – Ambar sorri e me dá um selinho. – Então vamos fazer assim: eu fico morando aqui a próxima semana e se nós três gostarmos da experiência eu me mudo definitivamente.

- Ok. – Ela diz. – Vamos tentar.

- Vamos fazer dar certo. – Eu falo e a beijo.

- Eu quero sobremesa. – A voz do nosso filho nos interrompe e eu me levanto indo ate a geladeira e pegando um pote daqueles pudins prontos e entregando para ele. – Então, quando o senhor se muda? – Ele pergunta levantando a sobrancelha e dando a entender que escutou a conversa toda.

- Mocinho já não te ensinei que é feio ouvir a conversa dos outros? – Ambar diz o repreendendo mais ele dá de ombros.

- Sim mais Tia Luna ensinou que é só assim que você fica sabendo das coisas. – Tom sai da cozinha, voltando para a sala.

Eu e Ambar entramos em uma crise risos porque Luna realmente teria dito para nosso filho.

No dia seguinte eu fui para a casa de Ambar com uma pequena mala. Entrei e Tom como sempre me recebeu pulando nos meus braços e eu como sempre baguncei seu cabelo e fiz cócegas. Ele me disse que minha noiva estava no quarto e eu caminhei ate lá encontrando Ambar sentada em sua cama olhando para a porta.

- Eu tenho uma grande noticia para te dar. – Ela fala sem delongas.

- Oi Amor. Eu to bem e você como ta? – Digo e ela revira os olhos me fazendo rir.

- Eu to falando serio. – Ela diz e eu largo minha mala e me sento ao lado dela.

- Juliana me fez uma proposta irrecusável. – Ela diz. – Ela me ofereceu o cargo de editora-chefe da Editora.

- Isso é ótimo Ambar! – Digo a abraçando empolgado mais ela não parece empolgada. – O que foi?

- É pra ser editora da sede aqui de Madrid. – Ela diz e abaixa a cabeça.

- Ambar, - Levanto sua cabeça a fazendo olhar em meus olhos. – o que houve?

- Luna me ligou e disse que o vovô está no hospital. Não é nada grave mais ela achou certo me contar. – Ela diz e duas lágrimas caíram de seus olhos. – E então eu percebi que eu não poderia aceitar a proposta. Percebi que eu preciso voltar para Buenos Aires junto de você porque eu não quero ficar sozinha aqui em Madrid.

- Você nunca ficaria sozinha. – Beijo sua testa. – Eu ficaria com você e Tom também. – Ambar funga. – Olha, Peixinha, independente da sua decisão você sabe que tem meu apoio porque tudo o que eu quero é que seja feliz.

- Eu sei Simon. – Ambar limpa as duas ultimas lágrimas que caíram. – E isso é o que eu quero. Quero voltar para Buenos Aires, para junto da minha família, dos meus amigos e de você. – Ela diz com uma certeza incontestável e eu sorrio.

- Então vamos voltar para Buenos Aires juntos. – Digo e beijo a ponta do seu nariz o que faz ela fazer uma careta.

- Me dá um beijo decente. - Ela reclama e eu rio antes de beijá-la decentemente.

Eu sei que Ambar está fazendo isso com certeza absoluta mais espero que ela não esteja desistindo de nenhum sonho porque eu seria incapaz de suportar ela desistir de algo por mim.

Where Do Broken Hearts Go - Prove You Wrong 2Onde histórias criam vida. Descubra agora