Uma visita estranha

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Ambar Smith

A semana passa voando e logo a sexta-feira chega. Depois do maravilhoso fim de semana, Simon passa a ir em nosso apartamento todas as noites e, nessa noite, ele levará Tom com ele para sua casa já que eu viajo de madrugada.

- Está tudo pronto? – Ele pergunta para o nosso filho e Tom fica pensativo.

- Esqueci uma coisinha. – Ele sai correndo de volta para o quarto dele.

- Fica tranqüila e aproveita a viagem. – Simon diz. – Amanhã vou pro estúdio mais ele vai junto.

- Ate porque você não é louco de deixar meu filho sozinho em casa. – Respondo pra ele que ri.

- Ele faria como o Kevin de Esqueceram de Mim. – Ele diz rindo.

- Ele definitivamente faria. – Falo cedendo ao riso. – Tom é uma criança fácil. Ele não deverá dar nenhum trabalho mais, de qualquer forma, me liguem todas as noites antes de dormir.

- Ficaremos bem, Peixinha. – Ele sorri. – Você voltará e encontrará seus dois homens te esperando. – Ele se aproxima e me dá um selinho. Tom volta correndo com um livro nos braços.

- Para antes de dormir. – Ele justifica antes de Simon perguntar.

- Ok! – Simon diz pegando a mochila dele. – Dê tchau para a Mamãe e vamos para o nosso fim de semana regado a testosterona.

Tom se despede todo feliz de mim e me diz para aproveitar a viagem porque Simon está em boas mãos. Beijo seu rostinho diversas vezes e o abraço forte antes dele me empurrar e me dizer um "até domingo" e sair junto de Simon.

Fico mais alguns minutos parada na porta mais logo volto para o meu quarto para terminar de arrumar todas as minhas coisas para a viagem. Iriamos em um jatinho particular alugado já que o plano de encarar oito horas de viagem com uma mulher grávida não parecia ser uma boa idéia.

Já tinha mais de uma hora que eles tinham ido embora quando a campainha tocou. Na hora meu coração acelerou e eu pensei que tivesse acontecido algo. Caminhei ate a porta para encontrar uma mulher no outro lado.

- Pois não? – Pergunto desconfiada. A mulher de cabelos e olhos castanhos sorri para mim.

- Era aqui que Joshua Smith morava? – Ela pergunta e a minha desconfiança aumenta.

- Sim. Ele era meu pai mais morreu tem alguns anos. – Respondo. – Desculpe, quem é você?

- Ah, perdão! – Ela estica a mão. – Sou Silvana Meirelles. Uma amiga de Joshua e Sharon. Você deve ser a garotinha que eles adotaram.

- Sim, - Limpo a garganta. – Sou eu. No que posso ajuda-la?

- Ah, em nada. – Ele continua me olhando sorrindo e eu continuo assustada. – Como você é parecida com seu pai. – Ela toca meu rosto e o acaricia, eu me afasto. – Eu vou embora.

Ela simplesmente me dá as costas entra no elevador e eu fico sozinha ali. Entro e procuro meu celular pela casa e o desbloqueio checando o horário em Boston e me certificando de que não acordaria minha mãe. Ligo para ela que atende no sexto toque.

- Oi Filha! – Ela atende o telefone animada. Nos últimos anos, a nossa relação tinha melhorado bastante e ela tinha me ajudado muito.

- Oi mãe. – Respondo sincera. – Como está?

- Estou e você? E o meu pequeno Principe? – Ela pergunta.

- Estamos bem. – Respiro fundo. – Mãe, quem é Silvana Meirelles?

- Por que está me perguntando isso? – Seu tom de voz mudou.

- Ela apareceu tem uns poucos minutos atrás aqui na porta do meu apartamento. – Respondo. – Disse que era amiga sua e do Papai.

- Ela viu o Thomas? – Ela pergunta.

- Não. Tom está com Simon. – Respondo. – Eles já devem estar na casa dele

- Ambar, me escute bem. – Minha mãe soa serio. – Fique longe dela. Não a deixe se aproximar de você e de Thomas.

- Por que? – Eu pergunto seria.

- Essa mulher é perigosa. – Minha mãe respira fundo. – Enfim, Simon? – E o assunto anterior foi encerrado.

- Sim. – Engulo seco. – Ele conheceu o Tom e os dois estão se dando bem. Estamos também nos acertando depois daquela história com Delfina.

Converso com a minha mãe por mais um tempo, louca para desligar e ligar para Luna. Quando enfim encerro a ligação, já disco para Luna que me atende no primeiro toque.

- Ambs? – Ela soa preocupada já que sabe que eu nunca ligaria tão tarde.

- Aconteceu uma coisa muito estranha Luna. – Falo.

- O que aconteceu? – Ela pergunta.

- Uma mulher, Silvana Meirelles, apareceu na porta do meu apartamento perguntando pelo meu pai. – Começo a contar. – Eu disse que ele estava morto e ela me disse que era uma amiga da minha mãe e do meu pai. – Respiro. – Só que fica mais estranho: ela tocou meu rosto e disse que eu parecia com meu pai.

- Só que você não parece com o Tio Josh. – Luna responde seria.

- Eu não pareço com meus pais, alias só possuo os cabelos loiros da minha mãe. – Respondo e bufo. – Daí ela me deu as costas e saiu andando

- E o que você fez? – Luna perguntou assustada.

- Liguei para a minha mãe e perguntei quem era Silvana Meirelles e minha mãe se fechou.

- Isso é muito estranho. – Luna diz baixo.

- Ela perguntou se ela tinha visto o Tom e eu garanti que ele estava com Simon então ela praticamente me implorou para ficar longe dela.

- Por que? – Luna me pergunta.

- Segundo a minha mãe, ela é perigosa. – Falo sarcástica e bufo novamente. – Não sei Luna mais sinto que a minha mãe ta me escondendo alguma coisa.

- Eu também sinto. – Luna responde. – Vou tentar arrancar algo do Vovô Alfredo quando voltarmos na segunda.

- Obrigada Luna.

- Vamos descobrir quem é essa mulher e porque tão estranha. – Luna me diz.

Converso mais um pouco com Luna e desligo o telefone. Tomo um longo banho quente para tentar relaxar e esquecer tudo o que aconteceu nas ultimas horas. Me deito na minha cama e percebo como o apartamento está vazio e assustador. Não gostava de quando Tom dormia fora devido a isso mais respiro fundo e fecho meus olhos.

Quando caio no sono, vejo uma espécie de lembrança e o rosto de Silvana está nítido. Acordo assustada e percebo que estou suada.

Quem é essa mulher e por que ela está aparecendo nos meus sonhos?

Where Do Broken Hearts Go - Prove You Wrong 2Onde histórias criam vida. Descubra agora