Tentando ter coragem

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Ambar Smith

Acordo na manhã seguinte com um pequeno peso sob o meu corpo.

- Mamãe! – Tom me chama. – Acorda! Tenho que ir pra escola! – Me estico e olho meu celular que indicava que ele estava meia hora adiantado.

- Tom, ainda temos meia hora! – Choramingo sonolenta. Não deveria ter ficado ate tarde conversando com Luna ontem.

- Tudo bem. – Tom se joga ao meu lado e entra para debaixo das cobertas. Era outono e o frio estava começando a dar as caras. – Bom dia mamãe. – Ele abraça meu pescoço e beija minha testa.

- Bom dia, filho. – Sorrio e o aconchego em meus braços.

As manhãs eram sempre assim. Tom acordava mais cedo que o necessário e ia me acordar, eu reclamava que estava cedo e ele entrava para debaixo dos cobertores e me dava bom dia. Eu odiava acordar cedo mais amava ser acordada cedo pelo meu filho.

Tom e eu ficamos o tempo que tínhamos sobrando na cama antes de nos levantarmos e começarmos a nos arrumar. Deixo meu filho na escola em período integral e vou para o prédio aonde eu trabalho: Lopez Business Residencial só que antes paro para pegar meu almoço na Starbucks em frente.

Peço dois baguel americano e um copo grande de doce de leite latte para me dar disposição para o dia. Pago e me dirijo ao balcão do lado para esperar meu pedido. Quando ele sai, pego o saquinho e o copo e atravesso a rua entrando no enorme e espelhado prédio a minha frente.

Subo de elevador ate o vigésimo sexto andar e, quando as portas se abrem, sou recebida pelo barulhos de telefones e dedos digitando compulsivamente. Ando ate o pequeno escritório que possuo e entro, deixando minhas coisas próximas a mim, me preparando para a décima revisão do livro novo da Jenny Han que deveria ser lançado em pouco menos de dois meses.

- Bom dia Florzinha! – Jazmin entra na minha sala sorridente e pronta para regar as plantas que tem ali.

- Bom dia Jaz. – Falo sem tirar meu olho do computador. – Alguma novidade?

- Bem, - Ela se senta na cadeira a minha frente. – a Clouds está vindo para Madrid para gravar o novo CD. – Ela diz toda a animada. – Não é emocionante? Finalmente eu e Simon poderemos nos encontrar e casar. – Dou um riso debochado. – O que foi?

- Nada. – Disfarço. – Só um trecho do livro que estou revisando. - Tomo um gole do meu Latte. – Essa é uma boa noticia.

- Sim! Ainda mais que a gravadora fica aqui no prédio. – Jazmin diz e eu fecho os olhos lembrando que a Hollywood Records possui seis andares no prédio. – Então as chances de eu encontrar qualquer um dos cinco é enorme. – Isso me dá um calafrio.

- Qualquer um de nós pode encontrar eles. – Nico diz entrando na sala e se sentando na outra cadeira vazia. – Jaz, se você já terminou aqui, eu gostaria que você regasse as plantas do meu escritório porque elas estão morrendo.

- Sim Nicozito. – Jazmin fala animada e sai saltitante por onde entrou.

- Como você está com a noticia? – Nico me pergunta com um olhar preocupado. Ele e Jim sabiam de toda a minha história.

- Estava bem ate eu lembrar aonde a gravadora fica. – Forço um sorriso. – Luna me ligou ontem a noite pra contar e eu disse que ate concordava em encontrar com ele em um jeito de parecer corajosa e determinada quando na verdade eu queria entrar em um avião com Tom para qualquer outro pais. – Nico ri. – Enfim, não sei o que fazer.

- Você realmente deveria encontrar com ele e colocar um ponto final em toda essa história. Por você, por ele e por Tom. – Nico diz e sorri. – E eu tenho certeza que ele ainda é completamente apaixonado por você.

- Não sei se ele continuaria depois de saber que eu fui embora com o filho dele. – Falo suspirando.

- Bem, pelo que você me disse toda a sua família e a família dele sabem de Tom então eu tenho certeza que ele sabe que tem um filho também. – Nico se levanta. – Preciso ir, tenho que terminar de traduzir um novo romance de época.

- Okay! – Sorrio. – Te vejo depois.

Nico acena e sai do escritório. Eu me afundo na cadeira e rodo o anel de prata que Simon me deu quando me pediu em namoro e que não saiu do meu dedo desde então. Fico pensando no que Nico me diz e em como ele está certo, além de ficar lutando com a parte de mim que quer fugir.

Eu preciso encontrar Simon e dizer toda a verdade e esperar que ele me perdoe e que possamos ser felizes, juntos. Preciso dizer que eu o perdoei tem muito tempo mais que sou medrosa e covarde o suficiente para nunca ir atrás dele. Preciso deixar que ele grite comigo e me odeie porque ele tem esse direito.

Eu vou encontrar com ele e acabar com essa angustia que me aflige tem tempo.

Termino meu dia de trabalho e busco meu filho na escola que está estonteante com uma estrelinha grudada em seu peito. Quando chegamos em casa ele começa a contar como foi o dia dele.

- Eu escrevi meu nome e o nome da senhora certinho hoje, mamãe, daí a professora me deu uma estrelinha de parabéns. – Tom conta todo feliz e orgulhoso. Eu sorrio toda orgulhosa.

- Você é o garotinho mais inteligente que eu conheço. – Paro e me abaixo ficando de frente para ele. – Meu maior orgulho.

- Queria apenas saber o nome do meu papai. – Tom fala e me olha serio. – Todo mundo sabia e escreveu, só eu que não.

- Acho que logo você vai ficar sabendo. – Sorrio para ele e estico meus braços soltando o colar em forma de coração em meu pescoço. – Enquanto isso não acontece, você pode ficar com isso. – Entrego o relicário para ele.

- Por que eu ficaria com seu colar? – Ele me pergunta curioso e eu sorrio e abro o compartimento aonde possui uma foto minha e de Simon. – Ahhh. – Ele olha atentamente a foto. – É você e o meu papai? – Eu assinto. – Eu pareço com ele.

- Sim. – Sorrio de canto. – Eu amava tanto seu pai que você saiu uma cópia perfeita dele.

Tom sorri e me abraça soltando um Eu Te Amo. Eu beijo sua testa e o mando fazer o dever e tomar banho enquanto eu preparo o jantar. Jantamos e eu o deixo jogar videogame enquanto limpo a cozinha. Respondo a algumas mensagens de Luna que diz que está embarcando com Nina e que os garotos já estão aqui em Madrid e sinto meu coração acelerar de tensão. Não adiantava mais fugir já que eu provavelmente trombaria com ele no dia seguinte. Me forço a me levantar e a colocar Tom na cama. Depois que ele dorme, preparo uma xícara de chá de camomila para tentar me acalmar e dormir mais nada me faz relaxar, então fico sentada lendo noticias sobre a vida Simon nos sites de fofoca.

Já era quase meia noite quando a campainha do meu apartamento tocou e eu me levantei rapidamente para atender para que não tocassem de novo e Tom acordasse porque acreditei que fosse Jim vindo pedir abrigo depois de brigar com Nico e descobrir que está errada.

Só que a pessoa que estava do outro lado daporta não era quem eu esperava 

Where Do Broken Hearts Go - Prove You Wrong 2Onde histórias criam vida. Descubra agora