Arrumando a confusão

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Ambar Smith

Ver Simon ir embora de novo foi doloroso mais eu precisava acalmar meu filho e explicar a situação antes além de me acalmar também.

- Thomas, - o repreendo - você não deveria ter feito isso.

- Mais você estava chorando... - Ele me olha confuso e eu suspiro alto

- Você é realmente filho do seu pai. Julga a situação antes de entendê-la. - Respiro fundo. - Vá pra sua cama. Amanhã conversamos.

Tom abaixa a cabeça e vai para o seu quarto sem falar mais nada. Pego meu celular e mando uma mensagem para Simon torcendo para que seu telefone continue o mesmo.

"Desculpe. Será que podemos conversar amanhã?"

Me sinto ansiosa enquanto espero uma resposta até que ela chega.

"Claro. Onde?"

"Vai para a gravadora amanhã?"

"Irei."

"Em frente ao prédio da gravadora tem uma Starbucks. Te encontro lá as 07h30."

"Tem que ser tão cedo?"

"Tem porque se eu não falar com você, não vou conseguir fazer mais nada o resto do dia."

"Tudo bem. Estarei lá."

"Agora vá dormir"

"Boa noite Simon"

"Boa noite Peixinha"

Suspiro e vou para a minha cama, me deitando. Verifico meu telefone na esperança de que Simon tenha dito mais alguma coisa mais apenas tenho mensagens de Luna e Nina avisando que estão embarcando no avião e que tinham novidades. As respondo e ativo o despertador para a manhã seguinte.

Quando o despertador toca, percebo que Tom não veio me acordar como sempre faz então levanto preocupada e vou até o seu quarto aonde o encontro já vestido e olhando o relicário com atenção.

- Bom dia. - Ele se vira assustado para mim e seca os olhinhos porque ele chorou.

- Bom dia mamãe. - Ele força um sorriso e eu suspiro e me sento ao seu lado. Eu não gostava de brigar com ele.

- Sei que deve tá passando mil coisas na sua cabecinha e que está arrependido mais eu entendo sua reação. - Falo. – Sempre foi apenas eu e você e de repente um cara chega e grita comigo e eu choro então é meio que assustador.

- A senhora disse que eu sou filho do meu pai mesmo. Em algum momento teve dúvida disso? - Ele pergunta e eu nego.

- Você sempre foi a cara do seu pai e herdou a personalidade minha com exceção da recém descoberta impulsividade. - Falo e forço um sorriso. - Juro que antes de dormir eu te conto toda a história de nós dois e você decide se quer tentar de novo, tudo bem? - Ele assente. - Agora vamos que nosso dia será longo.

Eu e Tom nos apressamos e saímos de casa um pouco mais cedo. O deixo na escola e vou para o trabalho parando na Starbucks antes. Assim que entro vejo Simon sentado em uma mesa escondida e com um copo. Peço algo para o almoço e o meu costumeiro doce de leite latte grande e caminho até ele depois de pegar meu pedido.

- Bom dia. - Falo puxando a cadeira em frente a ele e me sentando.

- Bom dia. - Ele sorri.

- Preciso te falar algumas coisas que estão guardadas e só tenho 27 minutos pra isso então me deixe falar e depois tire suas dúvidas e conclusões. - Suspiro e ele assente. - Desculpe pelo Tom. Nosso filho não é mal educado. É completamente ao contrário, eu sempre me esforcei muito para que ele fosse um perfeito cavalheiro mais acabei de descobrir que ele é impulsivo que nem o pai e isso só entra pra lista de semelhanças entre vocês. Sempre foi apenas eu e o Tom então é como se eu fosse uma espécie de divindade para ele porque ele nunca me viu com outra pessoa. - Ele sorri. - Ele se chama Thomas Michael Smith porque eu o registrei sem um pai. Te dou todo o direito de solicitar a alteração e trocar o Smith por Alvarez.

- Ambar... - Ele começa mais eu o silêncio com um gesto.

- Me deixe terminar. - Tomo um gole da minha bebida. - Sei que me odeia por ter escondido isso de você mais dê uma chance para ele.

- Eu não te odeio. - Ele diz e eu pari de falar. - Nunca te odiei. Só falei aquelas coisas ontem porque estavam guardadas em meu peito e eu precisava tirar isso de mim. Sei que fui covarde indo embora sem lidar com a situação mais é só porque achei que poderia apenas piorar tudo. - Ele suspira e me olha nos olhos. - Eu quero a minha família Ambar. Quero minha mulher e meu filho junto de mim. Sei que Tom precisa se adaptar e eu darei todo o tempo para isso.

- Obrigada por entender e desculpe por fugir. - Falo e Simon se levanta dando a volta na mesa e senta na cadeira ao meu lado e me abraça.

- Desculpe por gritar com você. Juro que foi coisa do momento. – Ele soa arrependido igualzinho o filho e eu sorrio.

- Simon, você tem direito de gritar comigo. Eu não deveria ter feito isso, não deveria ter me escondido. – Olho para ele que me encara sério.

- Sei que não posso exigir de você para que voltemos mais quero que saiba que eu ainda te amo. E pra caralho. - Ele me diz e beija meu cabelo. - E isso provavelmente vai ser uma coisa que vai morrer comigo.

- Eu também te amo pra carambolas. - Ele me olha confuso e eu apenas dou de ombros sorrindo o que faz ele dar um leve riso. - Mais primeiro temos que lidar com Tom, depois acertamos nossa situação.

- Tudo bem Peixinha. - Ele beija a minha têmpora e eu fecho os olhos aproveitando da sensação que é ter seus lábios em contato com a minha pele.

Terminamos de tomar nosso café e saímos em direção ao grande prédio espelhado em frente. Antes, eu pego mais um doce de leite latte para me dar fôlego para agüentar Jazmin e seu surto por Simon estar no prédio.

- Onde fica seu trabalho? – Ele me pergunta e eu o puxo atravessando a rua e parando de frente para o prédio.

- Aqui.

Ele me olha confuso e eu dou um sorriso dizendo que depois conto e ele vai pegar sua autorização para entrar no prédio. Subo até o meu andar sozinha e entro em meu escritório cumprimentando algumas pessoas pelo caminho. Assim que me sento na minha cadeira, pego meu celular e vejo que tem uma mensagem de Simon.

"Te pego pro almoço"

Sorrio e respondo aonde devemos nos encontrar e depois mando uma mensagem para Luna.

"Encontrei com Simon e contei tudo para ele."

Ela me responde segundos depois

"E como ele reagiu?"

"Bem. O Tom foi quem não reagiu bem."

"Você vai conseguir fazer ele entender."

Abaixo o celular e respiro fundo. Eu não vou conseguir fazer Tom entender.

Eu preciso que ele entenda.

Where Do Broken Hearts Go - Prove You Wrong 2Onde histórias criam vida. Descubra agora