capitulo 3

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Juju narrando

Fiquei em estado de choque. Nunca ninguém havia falado assim comigo, ele foi o primeiro garoto a ser grosseiro comigo. Quer dizer, vários outros já foram, mas em nenhum dos outros casos eu liguei. Mas esse foi o primeiro que me machucou. Eu não sei por que mas as palavras dele me feriram.

Juju: não precisava falar desse jeito comigo. - me sento no chão ficando de frente para ele. - eu não sou esse tipo de gente.

Gustavo: como assim "esse tipo de gente"?

Juju: eu não sou uma daquelas pessoas ricas em questão de dinheiro, mas pobres no caráter.

Ele da uma risada sarcástica, parecendo não estar acreditando noque eu acabará de dizer.

Gustavo: você pode não ser desse jeito, mas é essa a impressão que passa para as pessoas.

Juju: eu não me importo com o que eles falam ou pensam de mim.

Gustavo: está vendo? Você da à imprensa de que é uma garota esnobe.

Juju: agora só por que eu não ligo para o que as pessoa falam ou pensam de mim eu sou esnobe? - já estava começando a ficar irritada.

Gustavo: não, isso é bom, mas eu estou falando do jeito que você fala, o seu tom de voz.

Juju: como assim?

Gustavo: o seu tom de voz é de uma pessoa muito ignorante. Uma pessoa chata que se acha o dono do mundo.

Juju: mas eu não sou assim! - aumento o tom de voz.

Gustavo: você 'tá me escutando? - não falo nada, apenas balanço a cabeça em sinal de afirmação. - quando você vai falar com qualquer pessoa, sem ser o seu primo ou com a Ana Júlia, você usa o mesmo tom de voz que eu uso com os professores ou diretores.

Juju: sério? - estou indignada.

Gustavo: muito, talvez se você for um pouco mais gentil as pessoas podem começar a quererem ser seus amigos. - isso não é uma má ideia, já que meu únicos amigos são o Pepe e a Ana Ju. Mas eu sempre fico de vela deles.

Juju: tudo bem, mas eu quero saber outras duas coisas. Sobre você.

Gustavo: pode mandar.

Juju: por acaso você fica prestando atenção em mim? Por que você sabe de tanta coisa que...
- antes de eu terminar ele me interrompe.

Gustavo: pode parar, não é isso que você 'tá pensando não okay?! E outra, não sou eu que to falando, a escola toda pensa e fala isso de você.

Juju: ok, e a segunda pergunta é: o que você realmente veio fazer na escola?

Ele pareceu um pouco assustado com a minha pergunta mais logo falou:

Gustavo: não te interessa.

Juju: você está aprontando alguma não é?

Gustavo: amanhã você verá.

Enquanto estávamos presos lá fomos conversando, falávamos coisas aleatórias, como de "qual sua comida favorita?" até "você tem namorado (a) ?"

Conversa vai, conversa vem e nada do elevador voltar a funcionar, já estava começando a ficar aflita quando Gustavo pega na minha mão e me olha com um sorriso amigável no rosto.

Gustavo: relaxa, vai ficar tudo bem. Confia em mim.

Juju: é meio difícil confiar em você, Gustavo! - digo sincera.

Gustavo: obrigado por estragar o clima. - ele retira sua mão em cima da minha e volta pro lugar que estava sentado.

Juju: com assim "clima"?

Gustavo: justo quando eu ia te beijar você joga esse balde de água fria em mim.

Espera, ele iria me beijar? What? Beloved?

Juju: você iria me beijar? Por quê?

Gustavo: não sei, só me deu vontade. Mas aí você vem e... - não sei o que deu em mim, só que eu simplesmente o cortei com um beijo.

Ele retribuiu, ufa.

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