✨ Ana Ju narrando ✨
Eu estou tão preocupada com a Júlia. Nós nos conhecemos desde crianças. Ela é a minha melhor amiga, e eu sou a melhor amiga dela. Eu não deveria ter deixado ela, e se os meninos fizerem algo ruim para ela? Todos conhecem a fama do João Pedro e do Gustavo, e eu posso afirmar que ela não é nada boa.
Eu conheci a Júlia de uma forma engraçada. No dia 12 de abril eu estava brincando sozinha no parquinho do meu prédio quando ela chega e come terra. Lembro-me que a Juju amava comer terra, era a "comida" favorita dela, o que deixava a mãe dela preocupada.
Enfim, quando ela comeu a terra eu a chamei de estranha e falei que terra não era algo a se comer, ela me disse que se eu experimentasse eu iria gostar e eu idiota como sempre fui, comer a terra. E estranhamente ela estava certa.
Nós começamos nossa amizade daí, desde então todo dia 12 de abril nós comemos pelo menos uma colher de terra. Sim, é estranho, mas esse é o jeito que fazemos para comemorarmos nossa amizade.
Desperto dos meus pensamentos quando meu celular apita, aperto o botão para ligá-lo e vejo na barra de notificação que o Pedro me mandou mensagem:
Amor ❤️: Quer tomar um sorvete? Precisamos conversar.
Não sei o que responder. Eu estou um pouco chateada com ele por me colocar nessa situação. Eu amo ele tanto quanto eu amo a Júlia. É difícil ter que escolher entre os dois.
Ele sabe que é ruim para mim ficar no meio dos dois mas mesmo assim o seu egoísmo falou mais alto. E eu, como sempre faço escolhas erradas fiquei do lado dele.
Uma vez minha avó me disse que se eu ficasse numa situação como essa eu deveria ficar do lado da minha amiga. Porque uma amizade é muita mais valiosa doque qualquer namoro. Principalmente uma amizade como a que eu tenho com a Júlia.
eu: tudo bem, me encontra na de sempre.
Foi o que eu decidi escolher responder. Sei que ele estava certo e nós realmente precisávamos conversar.
Como estava de pijama tive que trocar de roupa. Optei por uma blusa regata branca e um shorts jeans preto com rasgos, coloquei minha rasteirinha e peguei meu celular. No meu cabelo fiz um rabo de cavalo alto.
Cheguei lá rápido, já que ela ficava na rua de trás da casa dos meus avós. Quando estava quase chegando eu já vi o Pedro sentado em uma das mesas, ele também me viu e eu acenei para ele, o mesmo devolver meu aceno.
- eu acho que você já sabe sobre o que vamos conversar aqui hoje - ele fala assim que me sento na cadeira a sua frente. Eu não falo nada fazendo disso minha resposta. - primeiro eu queria te pedir desculpas por te colocar nessa situação, você não merecia isso, mas é que eu fiquei com tanta raiva pela Júlia não enxergar o que aqueles imbecís queriam com ela que eu não me segurei, e acabou que você também teve que carregar a bomba. Desculpa, isso não é atitude de um bom namorado.
- Pedro, eu te desculpo sim, mas não posso negar que fiquei sim chateada.
- nossa, obrigada mesmo Ana. - ele se levanta e vem me beijar, mas antes que isso acontecesse eu o interrompi.
- tem outra coisa que eu quero falar com você - ele para e volta pro lugar. O sorriso que estava em seu rosto se desfez rápido - eu quero terminar. - falei sem delongas.
- o que? Por que?
- eu já estou com muitas coisas para pensar, e o nosso namoro não está como antes. Eu até que iria repensar sobre o término, mas depois doque aconteceu eu vi que não tem mas como. Me desculpa mesmo, mas eu estou terminando com você.
Ele não fala nada, apenas me olha por um tempo e depois sai da mesa, sem dizer absolutamente nada.
Enquanto estava andando de volta para casa repensei em tudo, eu sou uma péssima pessoa! Primeiro, sou uma péssima neta, meus avós já estão com vários problemas e além de cuidar desses problemas ainda tem que cuidar dos meus problemas. Tenho tanto medo deles me deixarem, eles já estão com uma idade avançada. Meu avó João, está com 87 anos, e minha avó Maria está com 86.
Segundo, sou uma péssima amiga, quando a Júlia precisou de mim, eu a abandonei. Era pra mim ficar ao seu lado e lhe dizer que estava tudo bem, e que logo o Pepe voltaria na sua decisão.
E terceiro, eu sou uma péssima namorada. Ele já está mal, e ainda tem que lidar com isso; eu amo muito o Pedro, e eu sempre fiz de tudo para não deixá-lo sofrer. Mas eu sentia que sempre eu era a idiota, a que precisava de ajuda. Pedro era meu conselheiro, meu psicólogo, eu sempre precisava da sua ajuda. E isso era horrível, era horrível eu ter que pedir ajuda. Ele ficaria melhor sem mim.
Quando abro a porta de casa meu coração perde uma batida. Meus avós estão caídos no chão, com a mão no coração. Deixei meu celular cair e fui correndo em direção a eles. Quando cheguei lá minha avó estava desacordada, o que só piorou o meu desespero. Olhei para meu vô e seus olhos estavam quase se fechando também. As lágrimas não demoraram a descer.
- vô, por favor não me deixe - pedi. As lágrimas desciam pelo meu rosto e caiam na sua camisa listrada.
- minha neta - sua voz é um sussurro - eu te amo tanto. - ele passa a mão pela minha bochecha, sua mão estava tão gelada.
- vô, por favor não me deixe - repeti segurando sua mão em meu rosto.
- antes de deixar o mundo eu queria te falar que - ele suspira tirando a mão do meu rosto - não tenha medo de pedir ajuda, isso não te torna fraca, pelo contrário de deixa mais forte. Sempre fique com as pessoas que querem seu bem. - ele fecha os olhos.
- vô? Vô, por favor, vô! - grito. Ele vira a cabeça para mim novamente e sussurra.
- seja a luz no meio da escuridão. - e assim ele fecha os olhos.
Coloco a cabeça no seu coração e consigo escutar seu último batimento cardíaco.
- vô! Não, não vô! Eu preciso do senhor, por favor vô! - grito mas ele não responde. Me viro e vejo a minha vô já desacordada. A abraço.
- eu amo vocês.
💖
Eitaaaa, kkk, nossa, to chorando aqui. Espero que vocês tenham gostado, um beijo, até o próximo capítulo 😽🧡
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12 horas
FanfictionEm um dia chuvoso na grande São Paulo, Júlia Franco precisa ficar até mais tarde na escola para terminar um trabalho de geografia, enquanto, Gustavo Paz decide ficar até mais tarde apenas para preparar a sua próxima pegadinha com a diretora. Sozinh...