o espelho

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1950

Batidas na porta despertam Sana. A japonesa abre os olhos vagarosamente e encara o teto de seu quarto, toda a sua agenda do dia se passando em sua mente já fazendo com que ela praguejasse aos céus por ter acordado mais um dia.

1; Aulas de boas maneiras. 2; Aulas de costura. 3; Aulas de piano. 4; visitas a cidade com sua mãe para que o povo se familiarizase mais consigo. 5; Aulas de violino, e por último, mas não menos importante, hoje seria o almoço onde ela conheceria seu futuro marido.

Sana rolou na cama colocando o travesseiro em sua cabeça abafando todo o som externo e grunindo de raiva. Sana tinha apenas 17 anos, ela odiava todas essas obrigações e odiava mais ainda saber que dali a 2 anos a mesma teria que se casar com alguém que ela não tinha sentimento algum. A morena nunca sentiu as borboletas em seu estômago, ou a mão gelar ao ver alguém, ela nunca sentiu o frio na barriga e muito menos se sentiu ansiosa por saber da chegada daquela pessoa.

Um outro fato é que: Sana nunca se sentiu a vontade na presença de nenhum homem ou rapaz que não seja o seu melhor amigo, ela odiava ter contato com o sexo oposto, apenas o fazia por ser sua obrigação, isso era algo que a japonesa ainda não conseguia entender, será que ela não conseguia desenvolver sentimentos por ninguém?

Mais batidas na porta e alí ela soube que não poderia mais evitar ou se atrasaria, sua mãe odiava atrasos.

- Entre.

As duas empregadas que cuidavam de si entraram, elas carregavam o vestido que ela usaria pra sua primeira atividade do dia, e a toalha que ela usaria após banhar-se.

- Bom dia Princesa, sua mãe já está aguardando a senhorita para o café da manhã.

- Obrigada Sakura, e.. eu já pedi que me chamasse apenas de Sana, sim? - pegou a toalha das mãos da jovem e seguiu até o banheiro deixando apenas a cabeça de fora. - Avise-a que estarei indo em breve.

Sana entrou na banheira e teve suas costas esfregadas por Miya, a outra empregada. A Minatozaki tinha uma relação muito boa com suas criadas, ela odiava essa palavra inclusive, preferia dizer que ambas eram como suas amigas, pela quantidade de tempo que passavam juntas, Sana já podia sentir que poderia confiar um pouco nelas, mas não era o mesmo quando seus amigos estavam alí, ela sentia falta deles.

Acabado o banho ela segue até o quarto, onde ambas ajudam Sana a se vestir e arrumar seus longos cabelos pretos, assim como a maquiagem leve que ela usaria naquela manhã. A porta de seu quarto foi aberta novamente atraindo os olhares das três alí.

- Sana?

- Oi hyo, bom dia!

- Mamãe me mandou atrás de você, ela está super impaciente lá embaixo por conta desse almoço.

Sana respirou fundo e abaixou a cabeça, deixando que seus ombros caíssem.

- Ei, eu sei que você não quer isso, mas o príncipe Baekhyun não é ruim, muitas pessoas no reino falam bem dele.

- Se esse fosse o único problema.. - solta o ar e se levanta. - Enfim, vamos logo antes que ela mande a guarda real vir me buscar amarrada.

2019

O despertador de seu celular toca, fazendo Tzuyu tentar acertar ele ainda com os olhos fechados, mas abrindo logo em seguida ao receber um travesseiro em sua cara.

- Desliga logo essa merda! - Chaeyoung, sua colega de quarto resmunga, se cobrindo totalmente com o lençol e tentando voltar a dormir.

Tzuyu finalmente desliga o despertador e se senta na cama, a taiwanesa encara a janela a sua frente e logo fecha os olhos sentindo os raios de sol tocarem seu rosto. Mais um dia. A Chou havia sido colocada muito nova em um colégio interno, seu pai era o diretor, era conveniente pra ele. A menina já haverá tido muitas companheiras de quarto, mas a mais duradoura estava sendo Son Chaeyoung, a maior achava engraçado o fato da baixinha estar sempre de mau humor e reclamando das coisas, mas se alguém mexesse consigo ou com suas amigas ela estava pronta pra atacar como um tigre enfurecido.

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