você gosta de alguém?

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A atmosfera não estava das melhores no quarto da taiwanesa.



Após ver a prima na janela do banheiro, Sana passou o resto do dia inteiro quieta demais, Tzuyu achou melhor não incomodar, sem contar que o clima estava um pouco estranho devido ao beijo que as meninas trocaram no dia anterior. A morena estava se sentindo culpada, achava que havia invadido o espaço pessoal de Sana, mesmo que a Princesa não tivesse reclamado ou coisa do tipo, Tzuyu não achava que tinha tomado a melhor decisão, mesmo que ela tivesse desejado - e muito - aquele beijo, desde o primeiro dia que colocou os olhos na japonesa.



Mesmo que ela sentisse que elas deveriam conversar, Tzuyu não sabia iniciar o diálogo, tinha medo de falar alguma besteira ou de ouvir algo que lhe desagradasse. Mas é como diz aquele ditado: se você está com medo, vai com medo mesmo.



- Princesa, eu sei que não é a melhor forma pra falar sobre isso, e peço desculpas, mas será que a gente pode falar sobre aquele beijo no provador?



Sana virou o rosto em direção a Tzuyu e fez apenas um sinal com a cabeça, indicando que ela continuasse.



- Desculpa por ter te beijado, eu não deveria ter feito isso, foi um ato impulsivo.



- Oh, Tudo bem Tzuyu-ah, é.. eu acho que não devemos repetir aquilo. - a japonesa se levantou ficando em pé no meio do quarto enquanto a taiwanesa permaneceu sentada. - Eu vou me casar assim que voltar, sem mencionar que eu ainda não estou acostumada com isso, ainda não acho que seja de acordo.



Tzuyu se sentiu desapontada, ela não podia mais negar que antes do beijo ela já se sentia atraída pela princesa e o beijo apenas piorou sua situação, fazendo com que ela se sentisse ainda mais atraída por ela. Talvez Tzuyu tivesse começado a gostar de Sana.



- Eu não posso mudar sua mente a menos que você queira, então tudo bem. Esse não é mesmo seu mundo, quando você voltar tudo vai ser como você ta acostumada, não se preocupe, Princesa.



A taiwanesa saiu do quarto deixando Sana ainda alí, no meio do local sozinha. Uma coisa que a Minatozaki não pode negar pra ninguém, uma das coisas que mais tem mexido com sua cabeça é a lembrança daquele beijo, a lembrança dos lábios de Tzuyu pressionando os seus e como aquilo parecia certo, mesmo que ela tenha sido ensinada toda a vida que não era, que não podia ser daquele jeito, que o relacionamento entre duas mulheres era errado, mas será que era mesmo?



Afinal, porque Deus iria reprimir ou julgar duas pessoas apenas por propagar o amor? Coisa que dizem ser o principal dos seus ensinamentos? Não fazia sentido essas coisas.



Sana queria falar com Tzuyu, queria entender melhor o porque de seus sentimentos estarem tão divididos, ela queria acima de tudo compreender o que estava acontecendo dentro de si.



Mesmo sendo perigoso, ela resolveu sair do quarto e ir atrás da taiwanesa, queria pedir desculpas pelo que havia falado e talvez elas pudessem passar um tempo juntas, onde Sana aprenderia ainda mais sobre esse novo mundo e sobre seus novos sentimentos. Ela de esgueirou pelos corredores, alguns ainda desconhecidos por si, mas ela conseguiu chegar ao jardim, de longe ela viu Tzuyu sentada em um dos bancos que foram despostos pelo espaço, haviam algumas outras aulas com seus grupinhos mas Sana tentou passar despercebida, ela vestia o moletom do colégio, podia muito bem ser uma aluna.



Antes que ela chegasse até a morena, uma outra menina chegou primeiro, sentando-se ao lado da taiwanesa. Sana parou no meio do caminho e observou as duas, ela viu quando a desconhecida pra si fez Tzuyu sorrir, a japonesa sentiu um incômodo estranho com aquela cena, o que piorou quando a garota beijou a bochecha da Chou, que apenas abaixou a cabeça, mas com um sorriso no rosto. Não, ela não deveria estar sorrindo pro beijo daquela menina, foi o que Sana pensou, uma raiva que ela nunca havia sentido antes subiu por todo seu corpo, ela conseguia sentir seu rosto quente tamanha era sua insatisfação.

1950Onde histórias criam vida. Descubra agora