origami

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1950 - Ponto de vista de Myoui Mina

Corri pelos corredores em busca de meu irmão, ou até mesmo de Jihyo. Precisava compartilhar a notícia de que eu havia conseguido falar com Sana mais uma vez, e que a minha amada prima estava bem. Mas como eu conseguiria fazer todos acreditarem que Sana estava em outra década? Em 2019, como ela havia dito? Seria difícil, mas espero que ao menos Yuta confie em mim.

Ao chegar à porta do quarto de Jihyo, paro, enquanto planejava um roteiro em minha mente, percebo que a mesma estava entreaberta, pela fresta consigo ver que minha prima não estava sozinha.

— Fazem dias desde o desaparecimento da Princesa, creio que ela já deva estar morta a essa altura. — era uma voz masculina, não conseguia reconhecer aquele tom. Quem está no quarto de Jihyo? O sequestrador seria um infiltrado? Me mantive quieta, preciso descobrir mais antes de tomar alguma atitude.

— Acredito que sim, não chegou nenhum comunicado com um pedido de resgate ou nenhum corpo foi achado, aquela tonta deve ter caído em alguma toca e foi devorada, não sobrando nada pra assumir o trono, que pena. — estava chocada com o que estava ouvindo, Jihyo ria da situação acompanhada do homem que ainda não havia reconhecido, isso explicava o porquê da menina nunca ter se desesperado, o porquê de sempre parecer indiferente. Sentia meu sangue ferver, fecho as mãos com força mas antes que possa tomar qualquer atitude, sinto alguém tocar meu braço.

— Ei, irmã, o que faz aqui? — graças a Deus era Yuta. Puxo o menino pela mão, apressando meus passos quase correndo para o jardim. — Mina? O que é isso?

— Yuta, a Jihyo está nos traindo!

— O que? Nos traindo? Como traindo?

— Eu fui até o quarto dela para falar que vi Sana mais uma vez-

— Você viu?

— Vi! E era exatamente isso que iria contar, mas assim que parei diante a porta do quarto dela, ouvi uma voz que eu não conhecia, esperei, foi então que ela começou a falar algo como, "aquela tonta deve ter caído em alguma toca e deve ter sido devorada". YUTA, VOCÊ ESTÁ ME OUVINDO? JIHYO, É UMA TRAÍRA!

— Mina, você tem certeza disso? Pode não ter sido ela, você não pode acusá-la assim, a Sana era irmã dela, mais velha. Vamos com calma, eu nunca planejaria o seu sumiço, por exemplo.

Levo minhas mãos até a cintura, mostrando toda minha indignação, porque homens tinham que ser tão burros? Ok, eu sei que durante a criação as mulheres ficaram com todas as boas partes, mas custava dar um pouco de inteligência e discernimento pra esses seres? Dúvido que não.

— Yuta, sei que pode até parecer, mas não sou louca. Não farei nada agora porque é a minha palavra contra a dela, e se nem meu irmão acreditou em mim, quem dirá o Imperador. Já que não acredita em mim, vou trazer Sana de volta nem que seja sozinha. — viro minhas costas e parto em direção ao estábulo, pegaria meu cavalo partindo atrás da cabana da tal bruxa que Sana havia falado. Não consegui ir muito longe sozinha, pois logo o garoto estava ao meu lado.

— Ok, me desculpa, não precisa ir sozinha também, pode ser perigoso. Vamos, eu vou com você. E olha pra mim. — Yuta parou me virando de frente pra si, com uma das mãos em meu ombro. — Eu confio em você, só temos um ao outro e se não confiarmos, quem irá? Me perdoe.

— Tudo bem, eu te amo mesmo que você seja um pouco desprovido de inteligência. — abraço sua cintura, ouvindo o menino soltar uma gargalhada. Nossos pais haviam nos mandado para viver com nossos tios muito cedo, vez ou outra retornamos pra casa mas era raro, meu pai dizia ser perigoso, principalmente após a guerra. Éramos apenas eu e Yuta contra o mundo.

1950Onde histórias criam vida. Descubra agora