capítulo especial

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Osaka, Japão - 2027.06.12.


Sana corria pelas árvores como se sua vida dependesse daquilo, e dependia, ela estava sozinha. Kitsune praticamente voava atrás de si, pulando por entre os galhos de árvores e jogando feitiços que faziam obstáculos aparecerem no caminho da japonesa. Essa que teve seu pé preso por uma raiz de árvore, fazendo a – outrora apenas uma menina – mulher colapsar atingindo o chão.

Minatozaki gemia de dor, provavelmente havia quebrado seu pé, mesmo assim tentava fugir, mas a bruxa já estava alí, diante de si, não havia mais nada que ela podesse fazer, aquele era seu fim, após ver todas as suas amigas morrerem, aquele era seu fim, ao menos iria se juntar a elas.

— Chegou sua hora, Princesa Sana, o seu sangue será meu.

A mulher levantou o punhal, pronto para acertar a japonesa, quando um corpo sob o seu, a fez despertar.

— Mamãe! Mamãe, acorde! — O pequeno menino pulava de um lado para o outro na grande cama de casal, sendo observado pela taiwanesa escorada no batente da porta, enquanto bebericava uma xícara de chá fumegante.

— Oi, meu filho! Mamãe já acordou.— Sana disse com sua voz embargada pelo sono, puxando o menino para se deitar ao seu lado, beijando todo o rostinho dele e fazendo breves cócegas na barriga alheia, arrancando a melodiosa gargalhada do menor. — Acordou cedo hoje.

— Não tá cedo, você que dormiu demais, mamãe. — Disse segurando o rosto da japonesa com suas mãozinhas.

Tzuyu se aproximou da cama, sentando na ponta, fazendo o menino ir até ela, se jogando em seu colo enquanto Sana sentava-se, arrumando seus cabelos, que agora possuía uma coloração alaranjada.

— Bom dia, meu amor. — Tzuyu inclinou-se um pouco a frente, selando os lábios da esposa.

— Bom dia, vida. Filho, você já colocou a ração do Sunnie? — Ela questionou e o menino apenas levou a mãozinha até a boca, cobrindo a mesma. — Imaginei, vá colocar, já já a gente desce.

Ele assentiu e saiu do quarto com certa pressa, mas sem correr.

— O que houve? Você está com aquele olhar de quando tem um pesadelo.

— Tive mesmo…

Tzuyu se encostou na cabeceira da cama, puxando Sana até que ela estivesse deitada sobre seu peito, envolta por seus braços.

— Sonhei que a Kitsune estava atrás de mim, novamente.

— Ela está morta amor, não pode te machucar e eu nunca deixaria. — Deixou um selar demorado no topo da cabeça da japonesa, que abraçou mais ainda sua cintura, afundando o rosto no corpo de Tzuyu, sentindo o cheiro dela e se acalmando mais ainda apenas por isso. Chou Tzuyu é e sempre será seu ponto de paz. — Precisamos ir, as meninas estão esperando.

Sana levantou-se da cama e partiu para o banheiro do quarto de hotel em que elas estavam ficando. Tzuyu, Sana e Moonbin haviam chegado ao Japão três dias atrás, a família estava aproveitando as férias escolares do menino para que ele conhecesse a cidade em que sua mãe nasceu e passou boa parte de sua vida. Por mais que o pequeno não soubesse que ela foi a Princesa daquele país, Sana queria que ele conhecesse suas origens. Aquela foi a oportunidade perfeita para reunir novamente as oito amigas.

Mina e Chaeyoung haviam acabado de se casar, estavam cinco meses em uma viajem pela Europa e Oceania, iriam direto para o Japão de sua última parada, Nova Zelândia. Momo e Nayeon ainda namoravam, mas decidiram adotar uma menina; Rosie era o nome dela, que ainda era um pequeno bebezinho, mas já era mimada por todas as amigas das mães. Jeongyeon e Dahyun foram as únicas a seguir os caminhos da magia, elas abriram uma escola com o intuito de ajudar crianças e adolescentes que detinham tais poderes, e após tanta convivência, acabaram por iniciar uma relação.

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