o desaparecimento

4.3K 705 571
                                    

Oi gente, eu cometi alguns erros em relação a nomenclatura da família real japonesa, os pais da Sana são Imperadores, não Reis, isso foi total falta de atenção minha, perdão. Espero que gostem desse capítulo, desculpa a demora. ;)

TZUYU

Eu pedalava contra o vento e sorria ao ver as grandes mechas escuras de Sana seram sopradas. Pude ver de relance que ela tinha os olhos fechados e sorria de leve ao sentir o vento comtra seu rosto.

Posso dizer que dentre todas as coisas que me aconteceram, encontrar uma princesa de várias décadas atrás no jardim, com certeza entra sem pestanejar no top 10, ocupando a primeira colocação. Como será que isso aconteceu e porque justamente eu a encontrei? Será que em algum momento eu vou acordar porque isso é apenas um sonho muito, muito, muito real? Eu não faço idéia da resposta pra essas perguntas, mas me sinto curiosa pra saber mais sobre a menina.

Viver naquele internato me fez ficar um pouco retraída em relação a amizades, já que desde o dia em que descobriram que eu era a filha do dono, as pessoas apenas se aproximavam de mim por interesse e isso definitivamente acabava com qualquer chance que eu podesse ter de fazer uma amizade sincera. Isso até Chaeyoung chegar, através dela eu conheci Momo e Nayeon, elas foram a melhor coisa que me aconteceu e penso que fora as três eu não precise de mais ninguém.

- Com licença, onde estamos indo? - ouço sua voz doce direcionada a mim e sou retirada de meus pensamentos, na verdade, eu também não sabia para onde estavamos indo, mas não diria isso a ela.

- Quero que veja as ruas, como estão diferentes.

- Realmente, os automóveis estão diferentes, muito. As roupas também estão, as pessoas em si estão. - vejo Sana parar o olhar em um casal de meninas, elas estavam abraçadas enquanto uma delas acariciava o braço da outra. - Oh...

- O que foi Princesa?

- Este tipo de coisa é permito?

- Que tipo de coisa, Princesa? - paro a bicicleta em uma praça que havia alí, caminhamos até um dos bancos e me sento ao seu lado.

- Isso.. duas mulheres trocando carícias em plena luz do dia, isso é errado. - ela não me olhava, em vez disso olhava fixamente pro casal com o cenho franzido, o pior é que o casal havia percebido.

- Princesa, olha pra mim. - ela virou o rosto em minha direção, ainda mantendo sua postura completamente ereta. - Você já amou alguém na sua vida?

A menina negou com a cabeça, ela tinha um olhar triste após ouvir minha pergunta, e por alguma razão meu coração ficou triste ao saber disso, se formos parar pra pensar nas condições em que ela vive, pelo simples fato dela ter que se casar com alguém que não conhece, diz muito sobre as escolhas que ela pode ter em relação ao amor.

- Quando você se apaixona por alguém, você não liga muito se é errado ou não, se a pessoa realmente merece o seu amor ou não, você apenas ama e espera ser amado de volta. Isso indepede de ser dois homens ou duas mulheres, o amor acontece quando você menos espera, e não, não é errado. Já passamos por grandes lutas pra conseguir o mínimo de direito possível em relação a homossexualidade, coisa que não deviamos nem ao menos lutar, já que não existe nada de diferente entre uma pessoa hétero e uma pessoa LGBTQ+, ela só quer amar assim como todo mundo.

- Mas... A igreja.. E quanto ao casamento?

- Princesa, por Deus...

- Tzuyu, fui ensinada desde cedo que os relacionamentos devem ser abençoados pela igreja, e que a igreja condena o relacionamento entre duas pessoas do mesmo sexo, com pena de padecer no inferno por toda eternidade.

1950Onde histórias criam vida. Descubra agora