Estávamos na cabana, eu com perguntas, Peter deitado e Boyd parecia arrumar a cabana no lado de dentro. Suspirei de tédio e bati meu pé no chão impaciente. Peter se incomodou e tampou os ouvidos. O clima entre Nois estava chato, como ele pode não notar que quero que ele fale algo comigo!?
Boyd se pronuncia com um colar em mãos, é meu colar eu acho.— Isto aqui é de alguma Ruiva que não tem responsabilidade?— Boyd pergunta com aquele seu jeito rabugento. Eu abaixo a cabeça e passo a mão pelo meu pescoço não sentindo nada. Volto meu olhar para Boyd, ele levanta uma sobrancelha.
— Sim é dela.— Peter aleatoriamente se levanta e toma o colar das mãos de Boyd. Olho para ele surpresa e curiosa.— Boyd vou dar um passeio com a Chapéu aí.— Ele aponta para mim e se aproxima lentamente de mim assim entregando o colar em minhas mãos.
— Só não demora, se não vou pensar que você morreu, e ai terei que continuar sozinho.— Boyd fala e se vira para a cabana.
Peter passa por mim. Eu o sigo. Queria entender o que ele quer comigo. Continuávamos a andar, em silêncio, nenhuma palavra era dita. Olhei para Peter, estava andando atrás dele, percebi que ele era bem musculoso... e bonito por trás...
Neste momento comecei a imaginar uma fanfic com o mesmo, Eu e ele, dois amigos caçadores, atrás de criaturas místicas! Daria um ótimo livro!— O que está pensando ruiva?— Peter acaba com minha fanfic ao me perguntar o que eu penso. Eu procuro algo para dar como resposta, olho para as árvores, o chão, os arbustos...
— Estava apenas pensando como vou seguir a Vida quando você e Boyd me despacharem como uma mala velha e vazia. — Repondo com um pouquinho só de drama, ouço Peter resmungar.
— Você tem certeza? Não parecia que pensava nisso... Suas emoções eram outras. — Ele aleatoriamente envolve "emoções" na história, como se soubesse de algo. Aonde quer chegar Peter?
— Desde quando você consegue entender as emoções das pessoas? Fez aula?— Pergunto sorrindo irônica.
— Não. Mas eu passei minha vida toda estudando as pessoas, suas expressões e reações. Você demorou pra responder. Queria achar algo favorável para dar de resposta, não é mesmo?— Ele fala num tom tão confiante que chega a ser verdade as palavras dele. Odeio quando me descobrem, Sou muito previsível.
—-Tá bom! Dessa vez você acertou, mais o que eu pensava não vem ao caso. Peter quando vai responder minhas perguntas?— Pergunto mudando de assunto e também curiosa com a resposta, eu quero saber...
— Vou responder quando eu estiver bemmmmm alcoolizado, com isso certeza que eu vou te responder. — Ele fala com um sorrisinho no rosto. Eu estou cansada de estar com ele e não saber nada sobre ele! Somos amigos ou não somos? Por que ele não me fala absolutamente nada!?
Eu ando rapidamente pra sua frente parando a caminhada do mesmo, ele me olha sem entender, Eu cruzo os braços e Reviro os olhos.
— Eu sei que tem algo a esconder, porque não para de se fazer de difícil e me fala o que te perturba!— Falo já ficando nervosa com tamanha "gentileza".
— Porque você não está preparada para o que eu tenho pra contar! Sendo assim aqui encerra as perguntas!— Ele fala levantando seu tom de voz e em seguida passa esbarrando em mim. Eu não vou deixar assim não!
— Peter me escuta! Eu não quero saber os seus segredos! Eu quero apenas a sua confiança! Quero ser sua amiga! Quero saber que esta tudo bem com você! Sério, eu não quero segredos, quero apenas conversar com a pessoa que salvou a minha vida!— Eu falo seriamente esperando por algo positivo vindo da parte dele— Eu quero poder perguntar um "como foi seu dia" sem receber como resposta um "Não te interessa".— Me perguntava qual seja o problema de Peter....
Ele se vira respirando fundo. Olha bem no fundo dos meus olhos cruzando os braços. Ele seriamente abre a boca para falar:
— Olha, eu não sou de responder perguntas. Não é que eu não queira te responder, ou que eu tenha algo contra você. — Ele fala e eu viro a cara desviando de seu olhar. Ainda de braços cruzados, respiro fundo sem falar nada. Ele bufa e se vira de novo para frente, ele realmente não quer nada comigo.—Vamos fazer assim! Vou te dar o direito de fazer três perguntas, e te garanto que haverá respostas diferentes das que eu te daria!— Ele fala num tom nervoso... Mais ele disse tudo que eu queria ouvir! Fiquei animada na hora e comecei a pensar em varias perguntas, mais precisaria de boas perguntas. Ele começa a andar e eu corro para acompanha-lo.Okay! Somente três perguntas, não posso pergunta algo do tipo "qual é o tamanho do seu pé?". Isso jamais. Eu penso bem... fico em silêncio por uns segundos...
— Peter, há um "por que" de você não gostar de responder perguntas?— Fiz essa primeira por curiosidade. Ele ja parecia ter vivido muita coisa durante sua caminhada.
— Quando eu era criança, eu era muito tagarela, falava tudo até coisas desnecessárias, segredos dos outros... Eu não me aguentava.— Sorri ao imaginar Peter criança— Os outros tiravam proveito do meu "defeito", sabendo que eu não sabia esconder segredos, nem mentir.... Eu fui o culpado por meu pai ser preso, me perguntaram aonde ele estava, e eu respondi por pressão, porque eu respondia tudo, e perguntava tudo, sempre tinha informações, e sempre as dava para aqueles que me perguntavam. Apartir dai eu resolvi me calar e parar de dar respostas. Agora sou o misterioso.— Falava ele esclarecendo a minha dúvida. Que coisa mais chata... Sinto pena de Peter...
Próxima Pergunta.... Hum...
— Peter, qual o seu maior medo?—Pergunto para ele que parece pensar muito antes de responder.— O meu maior medo é viver a eternidade e me apaixonar no processo.— Suas palavras saíram tão profundas. Peter pensou muito nessa resposta, porem não entendo se é uma metáfora ou não. O que ele quis dizer com isso?— Eae, qual sua última pergunta, chapéu vermelho.— Ele continua a caminhar pela trilha, eu o sigo.
Eu pensava bem, era a última... Porem eu não tinha cabeça pra elaborar uma pergunta boa! O que eu pergunto!? Estou sem idéias! Sem criatividade...
— Peter.... Bom... Quem foi seu último amor?— Pergunto e Peter para de caminhar, se virando para mim e assim me olhando de cima a baixo, por fim ele cruza os braços. Merda! Por que perguntei isso? Que cara eu faço agora? Não quero que ele pense que eu estou tendo interesse nele! Porque eu não estou!
— Está ficando apaixonada por mim ruiva?— Ele da uma risada irônica e volta a falar.— Eu sei que sou muito atraente, mais você não faz meu tipo.— Ele volta a caminhar pela trilha se achando o tal!
— Eu não ouvi isso!!— Dou uma risada debochada e sigo nervosa atrás dele.— Fala sério! Gostar de você! Você se acha! Até parece que vou gostar de alguém como você meu querido! Que piada! Quer moeda, quer?— Falo com um sorriso debochado no rosto, usando minha irônia. O que ele falou fez efeito sim! Oush, eu não estou afim dele.Que cara mais convencido.
— Ficou ofendida flor? Se não é verdade, por que ficou tão nervosinha?— Ele fala isso se apoiando numa árvore e me encarando, olhando no fundo de meus olhos com aquele sorriso nojento no rosto.
Eu penso no que ele disse, simples, não gosto de Peter, quero apenas um amigo, estou carente de amizade após anos andando sozinha procurando um lugar fixo. Algo mais que isso eu desconheço.
⁂۪̻۬◆͜ꦿིx̤ٜ̽░ ᎢᎻᎬ ᎬNᎠ
VOCÊ ESTÁ LENDO
Uma Paixão Hellsing
FantasyUma fugitiva... Uma ruiva fugiu de sua antiga vila após ser acusada de ser bruxa pelos seus cabelos em tons avermelhados. Nessa época bruxas eram consideradas uma ameaça para o mundo, e sendo assim eram executadas por católicos. Depois de anos vaga...