Após as perguntas, paramos por um momento de andar por um motivo na qual eu não sabia. Peter estava pensativo em seu canto. Eu sento numa pedra e fico quieta na minha, não parava de pensar nas respostas de minha pergunta, me perguntava se eu fiz perguntas certas ou erradas...
Peter me tira de meu transe ao iniciar uma conversa:— Agora posso fazer uma pergunta? Acho que eu mereço né? — Olho para ele e o encaro por um longo tempo. Em seguida reviro os olhos cedendo e ele prossegue— Sobre seu passado... Você sempre viveu com sua mãe... Aquela velha lá?— Sem sensibilidade alguma, ele pergunta e eu suspiro me desanimando cada vez mais.
— Sim. Ela.... Ela sempre cuidou de mim da melhor forma possível que podia. Ela me dava comida, conforto, me protegia... E eu não entendia, fui uma egoísta e fugi, sendo assim ela me abandonou por desobedecer a regra idiota dela... — Encaro o chão por um tempo.— Se eu não tivesse fugido talvez seria diferente. Estou sem rumo desde já. — Fecho os olhos me segurando pra não desabar em lágrimas, Se tinha uma coisa que ainda não tinha superado é a perda da compaixão de minha mãe.
— Uou. Eu só te pergunto se você sempre viveu com sua mãe e você me responde com um resumo da sua vida? — Ele levanta uma sobrancelha e se aproxima de mim.
— Eu sou assim! Me deixa, Sua regra de se privar de informações não funciona em mim.— Franzo o cenho e Cruzo os braços como uma criança de 5 anos.
— Você tem certeza que ela é sua mãe? - Eu olho pra ele confusa e com uma expressão de dúvida.
— Bom. Sim... Nós somos tão iguais. — Sorrio convencida e Peter começa a dar risada. Eu reviro os olhos, ridículo.
— Ah me desculpe! Mais não! Vocês não tem nada aver! — Ele vai parando de rir aos poucos — Ela é velha, você é nova, ela é psicopata, você é inocente, ela é feia, você é bonita... E não, isso não é um elogio admirável. Eu te confundiria com uma árvore no outono. — As vezes o Peter me irrita de uma maneira que eu arrancaria seus ossos! Prefiro ignorar e me manter plena.
—Eu te xingaria mais prefiro falar que no diário antigo da minha mãe, nas primeiras folhas dizia que a criança que ela recebeu não poderia saber da verdade. Eu sempre me perguntei se era eu a criança... Mais eu escolhi não saber. — Digo pensativa na minha escolha de anos passados...
— Mais por que você não procurou saber!!? Me diz! Dane-se se eu sou chamada de "filha de bruxa"!— Nesse momento eu me ergo e em postura o encaro de cara fechada— Não tem nenhuma curiosidade!?— Ele me pergunta indignado.
— Não! Estou bem sozinha e sei que se eu for a criança meus pais estão muito bem sem minha presença.— Falo com dificuldade de aceitar isso pra mim mesma.
— Ah sei bem... Ruiva vamos parar aqui pra descansar, acho que o rio é aqui perto, vou ver se o encontro, fica aqui. — Sendo assim, Peter fala, e começa a se distanciar. Chegou em certa parte que eu já não o via mais. Dei de ombros.
Começava a caminhar lentamente tentando encontrar algo interessante pelos arredores, não me distanciando muito. Eu tiro umas folhas da frente ao ver algo se movimentando em baixo um pouco longe de mim. Era o rio, que descia rapidamente, sua água estava cristalina e o barulho era um pouco alto mais suave.
— Espera aí... Se o rio tá aqui, então o Peter...— Antes de terminar meu raciocínio, sinto um pano úmido na minha cara! E uma força atrás de mim me pressionando contra o pano e me impedindo de fugir ou me defender! Eu lutava contra a pessoa tentando me soltar, minhas forças vão sumindo e minha visão escurecendo.
Desmaiei ali...
[•••] Minutos Depois!
Acordo com uma forte dor de cabeça, levantava meu corpo lentamente. Ao abrir meus olhos e minha visão começar a ficar em perfeito estado, percebo estar numa sala fechada sem janelas e escura. Começo a me desesperar, dou um pulo da cama indo rapidamente até a porta, tento abrir mais está trancada! E agora!?
Cadê Peter!? O que faço!?
Começo a gritar pedindo "socorro" e um "Me ajuda". Quando ouço passos, eu intensifico as batidas na porta e aumento minha voz para mais alto!Até que a porta se é aberta, revelando ali Peter que puxa a maçaneta e abre aquela porta, ele me olha confuso e franze o cenho.
— Você me sequestrou!? Aonde estamos!? Por que a porta estava trancada!? O que tá acontecendo!? Vai me fala Peter!!— Falo nervosa e alterada, tive uma experiência péssima! Quero explicações!
— Primeiramente, Não puxe — Ele entra na sala e fecha a porta fazendo cena de quem estava desesperadamente puxando a maçaneta da porta, tipo Eu minutos atrás!— Empurre. Okay? Empurre.— Ele agora faz cena tranquilamente empurrando a porta.
— Aahhh!!! E como é que eu ia saber que era porta de empurrar!!!— Falo alterada e ele suspira apontando para o chão, na qual havia um tapete que dizia "Empurre".— Em momentos de tensão você não consegue pensar sabia?— Eu tento me justificar enquanto arrumo minha roupa tirando todo pó.— Agora me diz! Que lugar é esse e por que não simplesmente me convidou para acompanha-lo?— Eu cruzo os braços com um olhar pesado sobre Peter.
— Então, louca, Aqui é o Castelo do Rei, e... Você está aqui. O porque, você vai descobrir. — Ele cruza os braços enquanto eu de boca aberta e olhos arregalados me afasto dele indignada.
— Você me assusta, me sequestra, me traz pro Palácio, toda feia, por algo que eu vou "descobrir"? Não tá achando que eu sou... A tal princesa perdida né!?— Pergunto lembrando das informações de Deisy, a filha do ferreiro e ainda surpresa com tal situação. Peter não me responde, Eu solto uma risada debochada e coloco as mãos na cintura.— Peter me tira daqui, vou passar vergonha, e perder tempo, deixa eu sair!— Me aproximo dele rapidamente tentando passar mais ele me da um leve empurrãozinho pra trás com uma mão.
— Você não vai sair, até chegar a hora de você ir ao encontro do rei. — Assim que ele fala, revira os olhos, enquanto eu passo as mãos em meu cabelo.
— Vou passar vergonha, por sua culpa! Isso é pelo dinheiro!? Você está me vendendo! Ainda mais uma pessoa que não é princesa! Peter eu não sou a princesa! Me deixa! Eu não acredito que você está me entregando! — Me jogo na cama velha, suja, e dura que eu estava deitada. Sentada eu encaro o chão desanimada.— Isso tudo é pra se livrar de mim!? Me expulsava do seu jeito Arrogante e desnecessário que só você sabe fazer!— Flashes de quando Matilde me deixou passava por minha cabeça. Nessa última frase eu o encaro seriamente com olhar de julgamento.
— Você poderia calar a boca, e facilitar o seu destino á chegar até você, sei coisas que você não sabe, mais que se fosse inteligente, e menos surtada, saberia.... Estou aqui fora.— Ele me olha de cima a baixo após falar e sai lentamente pela porta.
Peter parecia magoado, mais magoado por que? Ele me sequestra, me trás pra um lugar que eu não queria estar, e praticamente está me vendendo em troca de dinheiro, e eu sou a princesa falsa.
A que deveria estar chateada aqui, sou eu.
⁂۪̻۬◆͜ꦿིx̤ٜ̽░ ᎢᎻᎬ ᎬNᎠ
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Uma Paixão Hellsing
FantasíaUma fugitiva... Uma ruiva fugiu de sua antiga vila após ser acusada de ser bruxa pelos seus cabelos em tons avermelhados. Nessa época bruxas eram consideradas uma ameaça para o mundo, e sendo assim eram executadas por católicos. Depois de anos vaga...