❃໋͓࣪꧇ི᪶֟֯͡┈─Cap.14#Meia-Noite──┈꞉ೃ๋ꪳ۫❃໋͓࣪

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(P.O.V- Elisa "Walker"?)

Sentia o vento forte balançando meus fios de cabelo ruivo e sentia a brisa abraçando minha pele. Estava bem mas leve do que antes com toda aquela tensão no castelo. Mais uma vez sozinha vagando pela floresta acompanhada de meus pensamentos e os barulhos que a mãe natureza emitia.

Minhas mãos estavam firmes em volta do pescoço daquele cavalo negro, estava sem cela pois queria que o cavalo também ficasse livre igual a mim, estava também quase deitada sobre ele que cavalgava sem direção apenas para se afastar do castelo.

Queria poder ter a certeza de que não teria mais problemas e que agora eu poderia relaxar e descansar normalmente igual antes. Mais as dúvidas perturbavam minha mente e por mais que eu tentasse esquecer... Não conseguia.

Com meus pensamentos ativos, tive a estúpida ou brilhante idéia de visitar a antiga casa que eu e Matilde hospedamos, não a que ela me aprisionou depois do sequestro... Mais sim a nossa primeira casa, corrigindo cabana, que era afastada de uma vila. Lembro exatamente de mim pequenina olhando pelas janelas a trilha atentamente esperando por um sinal de Matilde, pois toda vez que Matilde ia na vila ela me trancava dentro de casa me alertando para não abrir a porta a ninguém, não aceitar nada de ninguém e não sair de casa por nada, até que ela volte.

Assim que comecei a relembrar do passado várias cenas de mim e Matilde passava por minha cabeça. Cenas felizes... nas quais eu sorria e me divertia com aquela merda de vida fantasiada por Matilde. Como eu me sentia bem sem nem pensar que estava na casa de uma senhora louca.

Logo a última cena se iniciava em minha mente... Eu entrando em casa depois de um fim da tarde horrível... Com todos os insultos e o peso da humilhação que passei ao encostar meu pé naquela vila... Como as pessoas me olhavam como se eu fosse um monstro... Como se eu fosse uma aberração... Os religiosos me tratando como filha de satanás, e tudo por conta de meus cabelos em tons avermelhados, eles tinham algo contra as bruxas e filhos bastardos. Com o peso do cansaço emocional, ao anoitecer cheguei na cabana, e o que eu encontrei? Nada! Se não apenas um bilhete esfregando na minha cara que desobedeci uma regra e por conta disso perdi tudo, conforto, higiene e blá, blá, blá. Não havia nada lá, nada... Matilde tinha me deixado na escuridão da noite sem nada!

As vezes eu me julgava, outras eu julgava aquela que se dizia ser minha mãe. Eu era uma garotinha de 12 anos que tinha sido deixada.
Fechei os olhos calmamente sentindo um aperto no coração.

Depois de poucos segundos eu abri meus olhos ao sentir o cavalo cavalgando mais devagar, via em minha frente um rio, me parecia familiar, mais logo tirei esse pensamento de mim ao descer do cavalo.

Me aproximava do rio e chamava pelo cavalo, ele se aproximava lentamente, sentia algo muito confortante ao lado dele... Não me sentia sozinha, me sentia em paz, era uma sensação muito boa, o som das águas correntes ajudavam, entravam em uma perfeita sintonia com o barulho do vento batendo nas folhas das árvores e de animais cantando.

Eu me agachei perto do rio e fiz uma conchinha com as mãos, afundei elas nas águas para enche-las e assim puxei para mim, via aquela água cristalina e sorria sem usar dentes, me admirava como a natureza é linda e perfeita, e como aquele cenário era tão maravilhoso. A água já havia escorrido das minhas mãos e só restava gotas de água.

- Ei... - Me levanto ao chamar a atenção do cavalo que estava apenas a olhar. - Você precisa beber dessa água, garoto. - Dizia com um sorriso no rosto enquanto acariciava a pelagem do animal, o pelo era tão macio, minha mão deslizava suavemente por suas costas.

O cavalo agora se aproximava mais um pouco do rio e se inclinava para beber da água, era tão fofa a forma de que ele me obedecia sem me conhecer... Se eu pegar intimidade juro que não devolvo.

- Você precisa de um nome... - Eu falava como se o mesmo me respondesse. Enquanto acariciava o animal também pensava num bom nome para ele que ainda bebia sua água calmamente. - Hum... Que tal Peter ou Boyd? - Falo brincando lembrando daquele tipo de gente mais chata. - Com certeza não! Você é melhor que os dois juntos. - Dou uma leve risada pois era verdade. - Que tal... Lakota? - O cavalo agora parava de beber água e se posicionava a minha frente me encarando. - Hum... Barão? - Eu perguntava como se ele me desse um sinal de quem gostou. - Eclipse? Duque? Pantera!? Aí eu não sei! - Falava impaciente por não encontrar um nome legal. O cavalo me olhava com indiferença. - Queria algo que tivesse aver com você, tipo... Meia-Noite. - Falava da boca pra fora sem notar o que eu havia acabado de falar quando o mesmo relincha e se aproxima de mim e com sua cabeça me acaricia, tomo cuidado pra eu não acabar caindo por sua força. Aí que eu me toco sobre sua aproximação! Meia-Noite! - É um nome perfeito! Tem tudo aver com você, certeza que na escuridão da meia-noite você se camufla perante as árvores da floresta... Meia-Noite será seu nome! - Dizia animada com a decisão do nome e acariciava seu pelo mais animada me divertindo com a situação.

[•••]

Andando ao lado do Meia-Noite, seguiamos a trilha sem pressa, Eu pensava em como chegar na antiga casa da Matilde, de uma coisa eu sabia, era seguindo a trilha ao lado do rio. Agora precisava encontrar algo familiar para relembrar todo o caminho.

Quando atentamente comecei a notar uns detalhes importantes, como uma placa velha e quebrada do lado da trilha, sempre ela esteve assim. Mais a frente notei uma pilha de rochas grandes aonde eu acostumava me esconder de Matilde quando saíamos para pescar no rio, era poucas vezes pois eu sempre estava ocupada em casa com trabalhos domésticos. Aquele era meu único esconderijo pois não podia ir muito longe.

Sentia que estava cada vez mais perto de encontrar a cabana. Seguindo para o lado das rochas junto ao cavalo. Adentrando a floresta o Meia-Noite começou a ficar agitado, fiquei confusa e fui me aproximando mais ainda quando vi que logo a frente tinha algo.

Ao aproximar mais vi que era a minha antiga casa! Era estranho reve-la depois de tanto tempo! Me lembro muito bem agora de sua aparência de antes, agora ela está velha quase caindo aos pedaços.

Quanto mais eu me aproximava mais o Meia-Noite ficava inquieto, Eu chamava para ele me seguir mais até um ponto ele não se aproximava mais como se tivesse uma barreira, mais não havia.
Eu revirei os olhos e preferi deixá-lo me esperando afastado da casa mesmo. A porta estava aberta e cheia de pó, nos cantos havia grandes teias de aranha.

- Não quero nem ver a dona dessas obras de arte... - Dizia num sussurro com uma expressão de nojo no rosto.

Como o piso era de madeira e também velho a cada passo fazia barulho, mais eu não ligava, ali dentro estava meio abafado e com cheiro de mofo, imaginava cada móvel daquela casa em seu lugar como se estivesse tudo organizado.

Ia entrar no primeiro cômodo que era aonde ficava a sala, quando numa agilidade fui surpreendida por um homem que apontava uma adaga no meu pescoço me imobilizando na parede, eu respirava ofegante por conta do grande susto!

⁂۪̻۬◆͜ꦿིx̤ٜ̽░ ᎢᎻᎬ ᎬNᎠ

Uma Paixão HellsingOnde histórias criam vida. Descubra agora