Olá meus amores, mais um capítulo para vocês. Espero que gostem, votem e cometem ❤️
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POV William
Sinto a água morna tocar minha pele, eu nunca irei me cansar da sensação que isso me causa. É tão bom... Noto que papai está agitado falando no celular consigo vê-lo daqui, o mesmo está já poucos metros de mim falando baixo porém sua expressão está irritada.
Ele estava me ajudando com o banho quando seu telefone tocou... Eu não sei sobre o que se trata porém pela forma como ele está não deve ser coisa boa.
Mordo o lábio pegando o patinho de borracha amarelo que flutua na água. Sorrio apertando ele e ouvindo o som que o mesmo faz. É um som engraçado, aperto mais algumas vezes atraindo a atenção de Angel que se aproxima um pouco para me olhar. Sorrio travesso a ele e escondo o patinho debaixo da água. Vejo ele fazer um sinal para eu parasse com o barulho enquanto apontava para o celular. Espero ele se virar e volto a apertar realmente divertido com a situação.
— William eu vou ter que pegar esse brinquedo de você?
Nego com a cabeça ainda rindo de sua expressão.
— Não papi.
— Então pare de fazer barulho, eu estou no meio de uma ligação importante.
— Aff é só você ir conversar lá fora. Não precisa ficar sempre por perto.
— Não é uma boa ideia te deixar sozinho aqui.
— Eu não sou um bebê sabia??
— Hmmm tenho minhas dúvidas. – Provoca ele – Da última vez que te deixei tomar banho sozinho você alagou meu banheiro todinho lembra?
Rodo os olhos voltando a colocar o patinho na água enquanto ele voltava para sua ligação telefônica. Não demorou muito para que Angel desligasse caminhando até a banheira e pegando uma toalha.
— Venha, o banho acabou.
— Mas eu nem brinquei direito! – Me queixo infantil, em todos os meus banhos ele me deixa ficar um tempo a mais na banheira para que eu possa brincar, isso se eu colaborar na hora do banho, já que em alguns casos eu simplesmente me recuso a ficar parado, geralmente são os dias que como muito açúcar ou estou demasiado manhoso.
— Você teve tempo enquanto eu falava no celular uh? E nem adianta negar que eu vi bem.
— Mas não valeu! – Cruzo os braços sentindo ele me levantar e me enrolar na toalha macia.
— Sem gritos Billy. – Diz Angel em um tom calmo enquanto me tira da banheira sem dificuldade nenhuma e segura minha mão me guiando para o quarto. Formo um bico nos lábios sem poder me conter enquanto subo na cama dele que é um tanto alta. – Você conhece as regras da casa, não pode gritar com o papai Bill, mas um grito do mocinho e seu bumbum receberá as consequências.
Meu bico aumenta ainda mais ao ouvi-lo, uma das coisas que odeio é o fato dele me castigar com palmadas, é muito desconfortável. Não é sempre que isso acontece já que Angel tem outros métodos de punição também, mas nenhum deles me agrada. Um deles é tirar meus desenhos, eu prefiro uns tapas no bumbum que acaba ali na hora do que ficar sem assistir meus desenhos animados favoritos por um tempo.
Deixo que Angel me seque bem e escolha uma roupa confortável para que eu vista. Ele opta por uma camiseta do Bob esponja bem colorida e uma boxers branca. Normalmente fico assim dentro de casa já que não gosto de nada me apertando, no inferno não tínhamos roupas então isso tudo é estranho para mim.
— Papai? – Chamo observando ele ir pendurar minha toalha em um dos ganchos do banheiro. Angel não demora para vir... Observo ele com atenção, cada detalhe do mesmo me tranquiliza. Ele é bem mais alto que eu, possui ombros largos e um corpo bem definido... Ele me transmite segurança... Sinto que ao seu lado posso agir como eu mesmo sem preocupação nenhuma.
— Sim anjo?
— Podemos assistir "A pequena sereia"? Você prometeu que iríamos ver. – Falo animado com a possibilidade de conhecer o desenho animado no qual uma personagem tem o mesmo nome que o meu.
Angel sorri levemente e bagunça meu cabelo.
— Podemos sim príncipe. Mas primeiro papai quer conversar com você sobre uma coisa.
— Hmm tipo o que?
Angel me encara durante alguns segundos e logo sorri balançando a cabeça.
— Esqueça. Não é nada importante. – Fala quitando a importância do assunto. Achei estranho isso mas decidi não perguntar, afinal estamos muito bem assim. Angel me puxa para seus ombros me fazendo de saco de batatas humano. Rio o trajeto todo até chegarmos na sala de estar. Sinto papai me "jogar" carinhosamente no sofá de couro e como resposta lhe presenteio um sorriso sincero. Em momentos como esse que eu desejava ter crescido minha vida toda ao lado dele, dessa forma não teria problemas como os de amanhã para me preocupar. Seriam apenas nós dois...
Angel pega o controle da TV e procura o filme "A pequena seria" como me fora prometido mais cedo. Estou realmente animado para assisti-lo! Só o fato de ter meu primeiro nome no desenho já desperta meu interesse colocando-o nas alturas.
Papai senta-se ao meu lado e eu me aconchego nele, colocando a cabeça em seu peito e as pernas em cima das suas, abraçando ele no processo. Estou tão próximo que posso sentir as batidas de seu coração, em um ritmo tranquilo porém firme. Sorrio levemente ao sentir seus braços me rodearem, nesses momentos sinto como se tivesse três anos novamente... É uma sensação genuína sem sombra de duvidas. Gostaria que esse momento durasse para sempre.
POV Angel
Acaricio a coxa do meu filho carinhosamente, fazendo pequenos círculos com a ponta do dedo no local, ele está com um de seus dedos pendendo na boca e os olhos fixos na enorme smart Tv diante de nós, realmente prestando real atenção no desenho animado que estamos assistindo.
Meu príncipe está bem quietinho, como dificilmente ele fica, me pergunto o que lhe fez gostar tanto de desenhos animados. Desde que Bill chegou aqui ele se mostrou completamente apaixonado por essa arte, quando coloquei pela primeira vez para que ele pudesse se entreter enquanto eu trabalhava, vi que foi amor a primeira vista. TODOS os dias sem exceção ele assiste ao menos três horas seguidas de algum desenho. Seu favorito é "Bob esponja", seguido de perto por "Pica-pau" e "Looney Tunes".
Confesso que aprecio bastante esse lado infantil do mesmo, é um lado despreocupado e de bem com a vida que ele só se permite mostrar quando está realmente feliz. E saber que o faço feliz é a maior recompensa que eu poderia querer.
Por isso não lhe contei sobre a ligação que recebi dos Winchester mais cedo, Dean ligou para avisar que Lilith está por perto... Eles não sabem a exata localização, mas disseram que os sinais apontam que a mesma está nas redondezas. Nesse momento preciso ter um cuidado redobrado com o meu filho, não quero que ele tenha nenhum tipo de contato com essa mulher.
Eu sei que ele é filho dela tanto quanto é meu... Porém também sei que suas intenções com o menino não são as melhores. Lilith teve décadas para aproveitar e dar o seu melhor como mãe... Mas pelo visto isso não aconteceu. Bill chegou aqui só conhecendo o medo, a raiva e o ressentimento. Nada de amor ou carinho... E como pai eu só quero que ele fique seguro debaixo das minhas asas. Quase que literalmente...
— Uouu!! Você viu aquela cena?? – Pergunta ele animado dando um pulinho em meu colo e me tirando de meus pensamentos. Olho para a TV tentando capturar algum resquício da tal cena que ao parecer lhe pareceu surpreendente.
— Oh desculpa bebê... Que cena foi?
— Você não viu? – Pergunta me olhando com certa desconfiança. Seguro a vontade de rir diante de sua carinha.
— Não, papai estava viajando nos pensamentos.
— Viajando? – Questiona ainda mais confuso.
— Distraído anjo.
Billy balança a cabeça com uma expressão de "Você tá doido é?" bem nítida.
— Cabecinha de vento você hein. – Diz divertido enquanto balança a cabeça negativamente. O que só me faz querer rir ainda mais – Enfim, eu estava falando da cena em que a Ariel afronta o rei Tritão! Você viu como ela foi malcriada?? Se fosse nós dois ali com certeza você teria enchido o meu bumbum de palmadas! Eu poderia jurar que o rei Tritão faria isso! Só pela expressão que ele adquiriu. É igualzinho a sua quando se zanga comigo. – Solta ele, tudo rápido e sem pausa alguma.
Uma coisa que notei é que quando William está muito animado ou agitado com alguma coisa ele fica bem "afoito". Quer falar tudo de uma única vez, parecendo esquecer-se inclusive de respirar no processo.
— Hmm eu não faço essa careta de bravo não. – Me faço o ofendido.
— Ah faz sim! Eu sei porque sou eu que vejo toda vez. – Murmura ele rindo baixo e me abraçando mais.
— Olha só que moleque atrevido hein! Ainda diz isso na minha cara isso. – Reclamo fazendo cócegas nele e instantaneamente lhe fazendo rir com isso. – Parece que o mocinho não tem tanta sorte como a sereia Ariel. O papai dela só tem cara de bravo enquanto o seu tem um pouquinho mais que isso.
Meu tom saiu divertido arrancando uma gargalhada sincera da minha criança.
— Eu tenho mais sorte que ele papai, isso é fato.
— Tem é?
— Uhum! Porque eu tenho o melhor pai de todos! Mesmo ele sendo bem bravo também é o mais carinhoso e me ama muito não é? – Pergunta com um sorriso travesso nos lábios.
— Te ama mais do que tudo e qualquer coisa.. – Lhe asseguro depositando um beijo em sua cabeça.
— Eu também te amo muito! Tipo muito mesmo sabe? Mais do que a Ariel ama o príncipe.
Sorrio levemente.
— São amores diferentes meu bem. – Lhe explico com paciência.
— Mas amor é amor papai.. A intensidade é o que importa não é?
— Acho que sim. – Falo pensando um pouco em suas palavras. Ele sorri e volta sua atenção para a TV inocentemente. Pelo visto há muitos coisas nesse mundo que meu pequeno ainda precisa aprender, e eu estarei aqui para lhe ajudar com isso.
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Entre sombras e luz
FanfictionEle apareceu na porta da minha casa em uma noite qualquer. Seus olhos castanhos. Alguns cortes deixavam-se ver por todo o seu torso. A pele suja de um líquido viscoso e vermelho. Sangue. Ele estava sozinho, carregando apenas dor e ressentimento...